Repercussão do “caso Frota” é sintoma da superficialidade do debate e das questões postas nas redes sociais

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Uma entrevista antiga e recortada para apresentar um estória contada pelo ator Alexandre Frota é o novo hit dos “críticos” de redes sociais (leia o texto abaixo).
Isto me fez lembrar de algo que me ocorreu. Um colega me questionou, em tom inquisitorial, por um texto veiculado na minha rede social. Pela pergunta, ficou claro que sequer tinha aberto o link. No fim, se tivesse lido a postagem antes de me “cobrar coerência” teria percebido que concordavamos.
O fato narrado pelo Frota se trata de um “causo” sobre um estupro inexistente. De péssimo gosto, mas apenas algo inventado.
Como pouca gente lê o que passa em sua timeline, mas está sempre pronto a ser o indignado online, à esquerda ou à direita, o “assunto” ganhou status de conduta criminosa.
Acontecimentos como esse explodem, ao meu ver, aquela impressão positiva inicial sobre a aproximação entre os indivíduos pelas redes sociais. Ao invés da discussão parcimoniosa, o que viceja no face, por exemplo, é o sectarismo e a superficialidade.

Entrevista de Alexandre Frota a Rafinha é antiga e editada

Estadão – É de abril o vídeo que vem circulando nas redes sociais atribuindo a Alexandre Frota a confissão de um estupro no programa Agora é Tarde, de Rafinha Bastos, na Band.

Reprisada na semana passada, por ocasião das férias do programa, a entrevista foi editada na internet só com o trecho em que ele conta que fez sexo com uma Mãe de Santo. Desde então, o assunto caiu nas redes e motivou novo Fla-Flu moral. No vídeo, Frota dá detalhes do ato e mostra a posição em que colocou a “vítima”, mas não usa o termo ‘estupro’.  Relata tudo como se não houvesse reação da mulher.

Nem quero pensar nisso. Mas a história vem girando por Facebook e afins desde quinta-feira, como se ele tivesse contado que estuprou de fato uma Mãe de Santo e como se tivesse recebido aplausos por isso.

Na entrevista original, no entanto, sem o corte, antes que Frota conte tudo o que vemos na edição atual, Rafinha lhe pergunta que “causos” ele conta em seu show. Aí, sim ele vem com essa história, que o apresentador tratou como um “causo” de show e não como episódio real.

Antes de pedir aplausos à plateia, Rafinha arremata que todos os Pais e Mães de Santo deveriam, naquele momento, tripudiar o ator. Não vou reproduzir aqui a entrevista original porque, honestamente, mesmo sendo um causo, o relato causa asco, é de mau gosto, ou não é do meu apreço. Daí a ser crime, como o episódio vem sendo tratado, são outros quinhentos.

Frota vem tentando se livrar do estigma de lobo mau, mas, com relatos como esse, piorados por edições de terceiros, não está fácil.

Um projeto seu que deveria colocá-lo na TV paga, a série 7 Minutos, com produção da O2 Filmes e direção de Paulo Morelli, já não integra os planos da FOX. O argumento, com clipezinho, havia sido anunciado na festa de 20 anos da FOX no Brasil, há dois anos.

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