São Paulo – Os carteiros, em greve desde 15 de setembro, fizeram mobilização hoje (24) na cidade de São Paulo com adesão de 5 mil trabalhadores. Com concentração no vão livre do Masp, na avenida Paulista, a partir das 14h, os grevistas saíram em passeata pela cidade, desceram a rua da Consolação em direção ao centro e concluíram o ato com assembleia na frente do prédio histórico dos Correios, no Vale do Anhangabaú.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP), Elias Cesáreo, o Diviza, afirmou que o ato transcorreu sem incidentes. “Contamos também com a participação de trabalhadores de Sorocaba, Vale do Paraíba, São José do Rio Preto, Campinas, Bauru, Sorocaba e Itu”, disse.
Segundo o sindicalista, a adesão à greve no estado chega a 90% dos trabalhadores do setor operacional da empresa, que se compõe de carteiros e atendentes. Ele diz também que de sete sindicatos existentes no estado, cinco estão apoiando greve.
Com data-base em agosto, a categoria reivindica reposição de inflação, de 9,5%, mais aumento real de 10%. A empresa, no entanto, entrou no dia 16 com pedido de julgamento coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. A proposta do tribunal é de reajuste linear de R$ 200 em forma de gratificação (R$ 150 em agosto de 2015 e R$ 50 em janeiro de 2016), o que representa um aumento de cerca de 15% sobre o salário base inicial dos agentes de Correios (R$ 1.676,34). “Mas nós não queremos gratificação, mas que o aumento seja incorporado”, afirma Diviza.
Na terça-feira (22), o vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra, concedeu liminar determinando que as duas federações de representação dos trabalhadores dos Correios (Fentect e Findect) devem garantir um efetivo mínimo de 65% em atividade normal em cada unidade da empresa. O TST também determinou que as federações abstenham-se de impedir o livre trânsito de bens, pessoas e carga postal em todas as unidades dos Correios. A pena por descumprimento é multa diária de R$ 65 mil.
Além das federações, os carteiros são representados no país por 36 sindicatos, divididos em relação à greve desde o início do movimento. Inicialmente, 17 sindicatos se mobilizaram, mas segundo Diviza, agora são 20 sindicatos no país apoiando a pauta de reivindicações. “No país, a greve neste momento conta 17 mil trabalhadores”, afirmou.
Nesta sexta-feira (25) haverá uma nova audiência de conciliação no TST. Diviza acredita que uma negociação pode sair amanhã. Ele diz ainda que outro ponto sensível da negociação ocorre com o plano de saúde. Atualmente, os trabalhadores pagam 10% da despesa médica, com um teto de dois salários, e a empresa quer acabar com esse benefício. Na segunda-feira (28), os trabalhadores devem se reunir novamente na sede do CMTC Clube, na zona norte da cidade, para avaliar a situação do movimento.
da RBA
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