Samu Metropolitano ameaça greve

Condutores do Samu Natal ameaçam parar, cobrando atualização salarial. No Samu Metropolitano, médicos alegam atraso de salários
O atraso no pagamento de salários poderá culminar na paralisação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu Metropolitano, a partir do dia 31.  A dívida do Governo do Estado junto a Cooperativa dos Médicos é de  aproximadamente R$ 3 milhões. O montante, segundo calcula o diretor da Coopmed, Fernando Pinto, se refere ao atraso no repasse dos meses de setembro a novembro – cerca de R$ 1 milhão por mês – do Samu Metropolitano e da Ortopedia no Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim que está com o atendimento e cirurgias eletivas ortopédicas suspensas,  desde o último dia 15.

Caso o Governo não repasse amanhã (30) o valor referente ao pagamento de setembro conforme está acordado, os médicos do Samu Metropolitano poderão parar a partir desta quinta-feira, dia 31, segundo explica o diretor da Cooperativa. 

Em acordo firmado no dia 23, em reunião com os profissionais do Samu, Coopmed e secretários da Sesap e do Gabinete Civil, Ricardo Lagreca e Tatiana Mendes Cunha, o Governo pediu prazo até o dia 30 para apresentar proposta ao pagamento do mês de setembro.

“O Samu, por ser um serviço essencial, com cobertura de 78% do Estado, inclusive com serviço de UTI com nove ambulâncias para isso, é responsável também por 100% de toda a regulação ainda continua ativo a espera desse posicionamento do Governo que será dado na quarta-feira (30)”, explica o diretor da Coopmed.

Os 96 profissionais vinculados a Cooperativa Médica (Coopmed), bem como os ortopedistas do Deoclécio Marques, estão com o pagamento dos meses de setembro a novembro em atraso. “A preocupação é que já está para vencer o mês de dezembro e sabemos que, chegando janeiro, é preciso aguardar abertura do orçamento que só acontece em fevereiro e março”, afirma.

 No início do mês, o Governo quitou o mês de agosto das duas unidades, além disso fez o pagamento referente ao mês de  setembro dos cooperados que atendem no Hospital Walfredo Gurgel,  Hospital Santa Catarina e da cirurgia geral do Deoclécio Marques. “Em Parnamirim, os pacientes estão voltando para casa, não ficam nos corredores, porque não há previsão de retorno dos ortopedistas e nem da clínica médica”, afirma.

Os profissionais da clínica médica receberam o mês de setembro, explica o médico, mas a escala está em aberto devido  empenho para a partir de outubro já ter se exaurido. “Não há mais orçamento para a clínica médica e a escala só pode ser restabelecida a partir de 2016”, afirma.

O coordenador geral do Samu Metropolitano, Cláudio Câmara, preferiu dar entrevista somente após  reunião da quarta-feira, quando tiver o novo posicionamento do Governo. “Até lá temos um acordo”, disse ele.

Sesap espera resolver impasse sem a paralisação do serviço 
O secretário adjunto de saúde pública do Estado, Haroldo Vale, explica que aguarda um posicionamento da Seplan sobre os repasses e afirma ainda que o prazo entre a produção (prestação de serviço) até o pagamento à Cooperativa é em torno de 60 dias, o que caracterizaria atraso de setembro e não de três meses. “Acreditamos que a situação será contornada sem haver a paralisação do Samu e também com a retomada da Ortopedia em Parnamirim”, afirma Vale. 

Ainda segundo o adjunto de saúde, um aditivo contratual está sendo elaborado para garantir o atendimento da clínica médica no Hospital Regional de Parnamirim. O secretário admite que há dívidas da Sesap com fornecedores, mas não foi possível o detalhamento devido estar fora da Secretaria. Quanto ao abastecimento da rede, Vale afirma que mantém uma média de 85% de insumos e medicamentos. “O que não conseguimos abastecer é por questão de licitação desertar, não por problemas de dívidas que temos que não é nada exorbitante”, afirma.

Samu Natal
Os condutores de ambulâncias do Samu Natal também ameaçam greve a partir do dia 31, caso a empresa terceirizada TRD, que presta serviço à Secretaria Municipal de Saúde, não reajuste o salário para o piso da categoria de R$ 1,713,23. Uma paralisação de advertência estava agendada para ontem, mas uma reunião entre o secretário Luiz Roberto Fonseca, os condutores de ambulâncias, representantes da  TRD e do Sindicato dos Rodoviários (Sintro), postergou a decisão até amanhã (30), quando está agendado um novo encontro.

O secretário informou que notificará a empresa sobre o cumprimento do piso salarial. A proposta da SMS é implantar o  piso salarial vigente já a partir do salário do mês de janeiro, pago até o 5º dia útil de fevereiro. A empresa ficou de analisar a proposta e trará a resposta na próxima reunião.  

“Entendemos a situação da empresa, mas o pedido de realinhamento e repactuação financeira não dá o direito de a empresa não cumprir o que é previsto na lei. Por outro lado, não consigo entender qualquer tipo de paralisação”, afirma o secretário.

Hospital Municipal abre a ortopedia amanhã
O serviço de urgência ortopédica do Hospital dos Pescadores (Hospesc) estará suspenso nesta terça-feira (29) em função da transferência dos equipamentos e profissionais para o Hospital Municipal de Natal Dr. Newton Azevedo.

A partir desta quarta-feira, dia 30 de dezembro, o serviço já passa a funcionar, das 7h às 19h, no Hospital Municipal de Natal, para o atendimento de urgência em ortopedia. A porta de entrada da urgência ortopédica está localizada na lateral do Hospital Municipal de Natal, pela rua Manoel Machado.

Na última sexta-feira (18/12), o ministro da Saúde, Marcelo Castro, e o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, inauguraram o Hospital Dr. Newton Azevedo.

A unidade deverá realizar 23 mil atendimentos por mês distribuídos nas áreas de clínica médica, pediatria e ortopedia, além de 500 internações. O hospital também vai ofertar para a população atendimento em ortopedia clínica, pronto atendimento adulto e infantil 24 horas.

da TN

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