Para tentar garantir PEC 241, Temer exonera ministros e oferece jantar

 
A tão propalada “unidade da base aliada”, dita por ministros de Michel Temer (PMDB) e pelo próprio usurpador, parece não ser tão coesa assim. Na tentativa de garantir os 350 votos que o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima – responsável pela articulação política – diz ter, o governo realizou um jantar neste domingo (9), no Palácio do Planalto, com mais de 200 políticos da base. Num tom de imperador, Temer disse que qualquer oposição à proposta da PEC 241 “não pode ser admitida”.

Temer quer aprovar a PEC 241, que propõe congelar por 20 anos os investimentos públicos, inclusive da saúde e educação, ainda esta semana. Não está fácil. Além do jantar, Temer exonerou dois ministros, Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia, e Bruno Araújo, das Cidades, para retornar à Câmara e ajudar o governo na aprovação da proposta. As exonerações foram publicadas na edição desta segunda-feira (10) do Diário Oficial da União. Os dois são deputados federais por Pernambuco. Fernando Coelho é do PSB e Bruno do PSDB.

Em seu discurso, Temer tentou demonstrar força política. “Nós estamos cortando na carne com essa proposta e todo e qualquer movimento de natureza corporativa que possa tisnar a medida do teto de gastos públicos não pode ser admitido”, disse, completando que, caso seja aprovada, o governo e o Parlamento “estarão fazendo história”.

“Nós estamos fazendo história até o último dia do governo federal. E, lá na frente, vamos erguer as mãos e dizer que salvamos o Brasil”, declarou Temer em seu discurso de cerca de cinco minutos, acompanhado pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Ao criticar o que chamou de “movimento corporativo” contra a PEC, Temer se dirigiu à Secretaria de Relações Institucionais da Procuradoria Geral da República, que divulgou um parecer no qual afirma que a proposta da PEC é inconstitucional por ofender a autonomia e a independência do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público, e transformar o Executivo em um “super órgão” capaz de controlar os outros poderes, “ainda que de maneira indireta”.

Outro movimento criticado por Temer é o da oposição. Deputados do PCdoB e PT acionaram o STF com um mandado de segurança para pedir a suspensão da tramitação da PEC no Congresso Nacional.

Ao final do jantar, Geddel Vieira Lima voltou a cantar vitória sobre o resultado da votação. “Foi uma presença expressiva [no jantar] se você considerar um domingo à noite. A partir de amanhã [segunda, 10], vamos estar com o quórum absolutamente significativo para uma aprovação importante dessa matéria. Eu não sei quantos [votos a proposta receberá], essa história de contar votos é com o [Eliseu] Padilha [ministro da Casa Civil], mas acho que vamos passar dos 350 votos”, disse.

Antes do encontro, Temer se reuniu com o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF) – o mesmo escolhido por Cunha como sucessor à Presidência da Câmara. O objetivo foi discutir os pontos e as “estratégias” para convencer deputados indecisos a votar favoravelmente à PEC.



Do Portal Vermelho, com informações de agências

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