Os agraciados são escolhidos por conselho composto por um representante de cada um dos partidos políticos com assento no Senado. O vice-presidente do conselho, senador Paulo Paim (PT-RS), presidiu a sessão de solene, que também serviu para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro.
Destaques
Este ano, foram premiados a fisioterapeuta Cristina Lopes Afonso, destaque em tratamento de pessoas com queimadura (GO); o advogado Omar Ferri, defensor de presos políticos durante a ditadura (RS); o padre Airton Freire de Lima, líder das obras sociais da Fundação Terra (PE); a advogada Maria Eunice Paiva (SP), viúva do deputado Rubens Paiva, assassinado em 1971 pela ditadura militar; e, in memorian, Luciana Lealdina de Araújo, mãe preta que liderou atividades sociais e de educação (RS).
Maria Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, destacou-se pela luta por justiça, em plena ditadura. Ela não participou nem enviou representante ao evento no Senado.
Dom Hélder
O bispo católico cearense dom Hélder Câmara (1909-1999) foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ficou conhecido pela sua defesa dos direitos humanos durante o regime militar (1964-1985). Único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz, ele faleceu em agosto de 1999, aos 90 anos.
Em seu discurso, Paim se referiu a dom Hélder como uma pessoa de fé e também como um intelectual e homem de ação, sempre mobilizado para salvar vidas. Segundo Paim, a militância social de dom Hélder foi ainda maior do que seu trabalho político. A seu ver, ele deixou um legado “imprescindível” para os dias atuais.
— Oxalá tivéssemos hoje outros como dom Hélder! Em diversos aspectos, a sua biografia demonstra o quanto acertamos com essa homenagem — comentou.
Heroísmo
O senador Lasier Martins (PDT-RS), que integra o conselho responsável pela comenda este ano, se referiu aos agraciados como “pessoas heróicas, de espírito solidário e humanitário”. Além de indicar Osmar Ferri para receber a comenda, Lasier entregou-lhe o prêmio.
Humberto Costa (PT-PE) falou da honra de ser o autor do pleito da concessão da comenda ao padre Airton. Por meio da Fundação Terra, o padre mantém trabalho social presente em 20 municípios do agreste pernambucano, incluindo escolas, creches, casa para crianças e adolescentes, além de serviços de saúde.
— Sem dúvida, o trabalho da Fundação Terra constitui um exemplo de dedicação à população carente no Nordeste. Um exemplo que deve ser seguido por outros estados e por outras regiões. Um exemplo que precisa ser seguido por todo o País — destacou.
Hoje vereadora em Goiânia, a agraciada Cristina Lopes Afonso foi homenageada pela senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), que a indicou. Lembrou que, quando jovem, Cristina foi alvo de um crime bárbaro: por ciúme, o ex-marido atirou álcool e ateou fogo a seu corpo. Depois, formou-se em fisioterapia e dedicou sua vida a ajudar a pessoas que sobreviveram ao fogo. Especialista em queimaduras, em Goiânia ele atuou e dirigiu serviços especializados.
— Cristina poderia ter morrido, mas não morreu; poderia ter apenas sobrevivido, mas foi muito além; poderia ter sido apenas mais uma vítima da violência doméstica, mas resolveu fazer a diferença — destacou Lúcia Vânia.
Risco social
O prêmio in memoriam a Luciana Lealdina de Aráujo (Mãe Preta) foi indicação de Paim, também responsável por entregar a comenda à representante, Tirzah Araújo de Salazar. Ela dirige o Instituto São Benedito, em Pelotas, a entidade que prossegue com a obra, criada há 115 anos. O foco é o atendimento de crianças e adolescentes de periferia em situação de risco.
— Ela superou a própria pobreza, a exclusão, para fundar o Instituto São Benedito – louvou Paim.
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) lembrou a figura de dom Helder para refletir sobre lições que ele poderia oferecer diante do quadro político atual, no qual disse enxergar “riscos institucionais”. Para o senador, o religioso talvez fosse recomendar lucidez e responsabilidade, além de diálogo.
— Essa foi a vida dele: diálogo. Dom Hélder nunca parou de dialogar nem mesmo com aqueles que naquela época estavam no centro do poder ditatorial — disse.
O deputado José Stédille (PSB-RS) representou a Câmara dos Deputados na solenidade.
Humberto Costa (PT-PE) falou da honra de ser o autor do pleito da concessão da comenda ao padre Airton. Por meio da Fundação Terra, o padre mantém trabalho social presente em 20 municípios do agreste pernambucano, incluindo escolas, creches, casa para crianças e adolescentes, além de serviços de saúde.
— Sem dúvida, o trabalho da Fundação Terra constitui um exemplo de dedicação à população carente no Nordeste. Um exemplo que deve ser seguido por outros estados e por outras regiões. Um exemplo que precisa ser seguido por todo o País — destacou.
Hoje vereadora em Goiânia, a agraciada Cristina Lopes Afonso foi homenageada pela senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), que a indicou. Lembrou que, quando jovem, Cristina foi alvo de um crime bárbaro: por ciúme, o ex-marido atirou álcool e ateou fogo a seu corpo. Depois, formou-se em fisioterapia e dedicou sua vida a ajudar a pessoas que sobreviveram ao fogo. Especialista em queimaduras, em Goiânia ele atuou e dirigiu serviços especializados.
— Cristina poderia ter morrido, mas não morreu; poderia ter apenas sobrevivido, mas foi muito além; poderia ter sido apenas mais uma vítima da violência doméstica, mas resolveu fazer a diferença — destacou Lúcia Vânia.
Risco social
O prêmio in memoriam a Luciana Lealdina de Aráujo (Mãe Preta) foi indicação de Paim, também responsável por entregar a comenda à representante, Tirzah Araújo de Salazar. Ela dirige o Instituto São Benedito, em Pelotas, a entidade que prossegue com a obra, criada há 115 anos. O foco é o atendimento de crianças e adolescentes de periferia em situação de risco.
— Ela superou a própria pobreza, a exclusão, para fundar o Instituto São Benedito – louvou Paim.
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) lembrou a figura de dom Helder para refletir sobre lições que ele poderia oferecer diante do quadro político atual, no qual disse enxergar “riscos institucionais”. Para o senador, o religioso talvez fosse recomendar lucidez e responsabilidade, além de diálogo.
— Essa foi a vida dele: diálogo. Dom Hélder nunca parou de dialogar nem mesmo com aqueles que naquela época estavam no centro do poder ditatorial — disse.
O deputado José Stédille (PSB-RS) representou a Câmara dos Deputados na solenidade.
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