PIMENTA VAI À PGR CONTRA TEMER E MARCELA POR MUDANÇAS NO ALVORADA

Beto Barata/PR
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) anunciou nesta sexta-feira 13 que vai protocolar, na próxima semana, uma ação junto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cobrando investigação sobre a mudança do mobiliário do Palácio da Alvorada realizada por Michel Temer e sua esposa, Marcela Temer; Pimenta considera as mudanças "um absurdo"; "Assim como confundiu democracia com ditadura da maioria, o casal golpista confunde o patrimônio público com seus bens privados", disse

Brasília 247 - O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) anunciou nesta sexta-feira 13 que vai protocolar, na próxima semana, uma ação junto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cobrando investigação sobre a mudança do mobiliário do Palácio da Alvorada realizada por Michel Temer e sua esposa, Marcela Temer.

O assunto ganhou a imprensa nesta sexta após uma entrevista do ex-responsável pela curadoria dos palácios do Alvorada e do Planalto, Claudio Soares Rocha, ao Poder 360, em que ele revela que o casal tem feito mudanças como a retirada de móveis vermelhos e pretos do edifício de Oscar Niemeyer - que é tombado - e a colocação de uma tela no primeiro andar para a proteção de Michelzinho, que está prestes a completar 8 anos.

"Tapetes foram substituídos por uma questão de gosto pessoal, porque não gostam de tapete vermelho. Os sofás têm sido substituídos porque não gostam de sofá preto ou do sofá cor de telha, apesar dessas cores terem sido escolhidas pela própria Ana Maria Niemeyer e pelo Oscar Niemeyer na década de 60", contou.

"O problema é que o Palácio [da Alvorada] é um espaço público, é um prédio tombado e não faz nenhum sentido esse tipo de mudança, esse tipo de interferência num espaço que é público", ressaltou Rocha.

Pimenta considera "um absurdo" as mudanças que desfiguram o edifício. "Assim como confundiu democracia com ditadura da maioria, o casal golpista confunde o patrimônio público com seus bens privados", diz o parlamentar. "Os Palácios do Executivo são patrimônio público, não casa particular do ocupante da vez, muito menos de um golpista!", publicou o deputado em sua conta no Twitter.

O deputado conta ter consultado normas como o decreto nº 99.245, publicado a 10 de maio de 1990, que institui o "Projeto Palácio da Alvorada" e tem a finalidade de "de guarnecer o Palácio da Alvorada com uma coleção permanente de obras de arte, documentos, mobiliários e objetos utilitários, representativos da identidade cultural brasileira".

Ele lembra que, durante o governo Lula, quando um canteiro de flores vermelhas em formato de estrela foi plantado no jardim do Palácio da Alvorada, a imprensa e a oposição protestaram com veemência, acusando o governo de "aparelhar" o espaço público com um símbolo do PT e, com isso, violar as normas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

À época, o gerente de proteção do Iphan, o arquiteto José Leme Galvão, refutou as acusações e afirmou que um canteiro de quatro metros de diâmetro era muito pequeno para descaracterizar um jardim de 38 hectares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário