Sem a presença de Temer, com pouco mais de 50 parlamentares da base presentes e em clima de velório, o representante do governo leu a mensagem oficial - um rosário de mentiras sobre a situação do país
A abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional na segunda-feira, 5 de fevereiro, foi marcada pela combatividade da oposição e pelo fiasco governista. Sem a presença de Temer, com pouco mais de 50 parlamentares da base presentes e em clima de velório, o representante do governo leu a mensagem oficial – um rosário de mentiras sobre a situação do País. Já a bancada petista, no plenário do Senado Federal denunciou o golpe, alertou para o desastre da economia, convocou o povo à luta e reafirmou o direito do ex-presidente Lula concorrer nas próximas eleições.
“O Lula continua sendo o nosso candidato. Nós não temos plano B. O Lula é plano A, B, C, D, E, F, G… Nós vamos insistir, inclusive porque o processo de candidatura da Justiça Eleitoral não tem nada a ver com o processo criminal”
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da Bancada do PT no Senado
A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) destacou que os golpistas “estão apavorados com a nossa resistência, com a nossa firmeza, com a causa que nós temos”. “Se efetivamente são democratas, se acreditam na democracia que cultivaram, a partir do Pacto de 88, defendam que o Lula seja candidato”, questionou a senadora e presidenta do PT Nacional. “Além das regras constitucionais e legais estarem sendo rasgadas, o nosso povo está sofrendo: com o desemprego, com a fome e pela não retomada do crescimento econômico. Tudo o que foi prometido por quem está hoje no Governo e não entregou”. “Querem derrotar Lula? Derrotem Lula, pois é da regra do jogo dessa democracia que tivemos a partir de 88, mas nas urnas”.
“Eu respeito a Polícia Federal, o Ministério Público. Todos nós devemos respeito. São instituições. E mais ainda o Judiciário. Mas acho que eles não estão se dando ao respeito. Eles é que estão desrespeitando as leis que nós fizemos, a Constituição que nós juramos e o próprio Judiciário”
Senador Jorge Viana (PT-AC)
Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) deixou claro que o partido não tem nenhum “plano” alternativo ao ex-presidente. “Os senhores achavam o quê? Achavam que era isso? Condenava no TRF4, iam dizer para o povo: ‘olha, Lula não é mais candidato.’ E nós íamos aceitar? Não, nós não vamos aceitar. O Lula continua sendo o nosso candidato”, disse. Segundo ele, “nós não temos plano B. O Lula é plano A, B, C, D, E, F, G. Nós vamos insistir, inclusive porque o processo de candidatura da Justiça Eleitoral não tem nada a ver com o processo criminal”. “Nós não vamos chegar aqui mansos neste início de trabalho. Nós estamos defendendo a democracia, nós estamos defendendo a legalidade democrática. São eles que estão rompendo”.
“Se, de fato, a maioria dos brasileiros não quiserem [Lula], nas urnas, ele vai aceitar o resultado. O que não pode é um jogo de cartas marcadas”, advertiu o senador Jorge Viana (PT-AC). “Começou com o impeachment, com uma desmoralização permanente. Chega agora em um julgamento que é uma farsa. É uma farsa”. ParaViana, as pessoas dizem que temos que respeitar os juízes . “Eu respeito”, destacou ele, “respeito a Polícia Federal, o Ministério Público. Todos nós devemos respeito. São instituições. E mais ainda o Judiciário”, disse. “Mas acho que eles não estão se dando ao respeito. Eles é que estão desrespeitando as leis que nós fizemos, a Constituição que nós juramos e o próprio Judiciário”.
“Não venham pedir, para nós, comportamentos outros que não sejam a resistência e o confronto com essas injustiças que estão acontecendo em nosso País e a quebra da democracia”
Senador Paulo Rocha (PT-PA)
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) acredita que a condenação do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, naquele fatídico dia 24, foi a confirmação de algo que já havia sido anunciado pela imprensa. Fátima afirmou que causa “indignação, mas, ao mesmo tempo, dói muito ver, repito, setores do sistema de Justiça do nosso País se prestarem a um papel desses: uma condenação de natureza exclusivamente política, que faz parte do script do golpe de Estado consumado em 2016, infelizmente, pela maioria do Parlamento brasileiro”. Fátima ressaltou que a condenação “não se sustenta do ponto de vista técnico, jurídico” .
A senadora Regina Sousa (PT-PI) registrou que, por onde anda, a população comenta sobre a parcialidade do Judiciário. “Aquele voto combinado dos juízes foi escandaloso! Um deles, praticamente, disse que não tinha lido o processo; ele disse que formou seu voto ouvindo os seus pares, sequer prestou atenção à defesa. Então, foi um teatro”, disse ela. “A gente vai continuar. Para esse pessoal, a gente diz que vai continuar com Lula. Não tem plano “A”. Não tem plano “B”. De “A” a “Z”, é Lula. Eles estão querendo ganhar por W.O., mas vai ser muito difícil. E a gente vai mobilizar o povo, coisa que eles não sabem. Aquelas camisas da CBF já sumiram, já se esgotaram”.
“Nós temos que denunciar inclusive internacionalmente, porque verdadeiros julgamentos de exceção estão acontecendo no Brasil”, sentenciou o senador Paulo Rocha (PT-PA). “E não venham pedir, para nós, comportamentos outros que não sejam a resistência e o confronto com essas injustiças que estão acontecendo em nosso País e a quebra da democracia”, reafirmou o senador. “Somos agentes – a nossa geração – da construção da democracia brasileira e o que queremos é avançar mais ainda na construção de uma democracia plena e radical que assegure o direito para todos”.
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