Com ajuda do Governo Lula, Rodrigo Pacheco derrota os bolsonaristas e chega aos 49 votos contra 32 de Rogério Marinho

Rodrigo Pacheco - Foto: reprodução

No início da apuração, foi muita emoção e voto a voto. A eleição para a presidência do Senado entrou pela noite. Já passava das 18h15 quando 50 votos dos 81 senadores já estavam apurados na Mesa. Resultado apertado, e tanto o senador Rodrigoi Pacheco (PSD/MG) no plenário com aliados, quanto o senador Rogério Marinho (PL/RS) aguardaram a apuração até o final. As 18h17, Pacheco conquistou os 41 votos necessários e foi abraçado pelos aliados. A potiguar Zenaide Maia cumprimentou o vitorioso do PSD. As 18h20, o mineiro chegou aos 49 votos contra 32 do potiguar. Apuração encerrada. Não houve votos brancos e nem nulos.


A vitória de Rodrigo Pacheco foi dividida entre ele e o presidente Lula da Silva (PT), que colocou seus ministros para atuarem a favor do aliado do Palácio do PLanalto. Com o apoio de siglas como PT, MDB, PSD, PDT e de alguns nomes do União Brasil, Pacheco era o favorito na disputa à presidência. Os senadores votaram em tradicionais cédulas de papel, depositadas em urnas e apuradas por um grupo de senadores. As cédulas foram destruídas em seguida, como manda o Regimento Interno do Senado. Alguns senadores, questionaram o presidente da sessão, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), sobre a possibilidade de divulgarem seus votos. Em resposta, o paraibano afirmou que o Regimento Interno prevê que a votação seja secreta e que a revelação dos votos poderia resultar em sanções — como a anulação do voto.


O bolsonarismo até fez a “espuma da vitória”, mas não passou dos 32 votos. Até a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro chegou ao Senado Federal na tarde de ontem para acompanhar a posse e também atuou pela eleição do ex-ministro de Jair Bolsonaro para a Presidência da Casa. O discurso da oposição era “devolver o equilíbrio e a harmonia entre os poderes”, mas não funcionou. Em 2007, numa situação parecida enfrentando o então presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB/AL), o potiguar José Agripino Maia, então líder do DEM, o maior partido da oposição ao presidente Lula, conquistou 28 votos, quatro a mais que Rogério teve ontem.

DUELO


Depois de usar 15 minutos do tempo como candidato, o cearense Eduardo Girão (Podemos) desistiu da candidatura e declarou voto no potiguar. “Rogério Marinho, meu voto e meu apoio são seus. Que você possa ser a renovação aguardada por milhões de brasileiros”, frisou. Com isso, a eleição do Senado teve apenas dois candidatos. A coluna teve essa informação de Brasília e chegou a publica-la nos últimos dias. Mesmo assim, Rogério só chegou aos 32 votos.


ACENO


Chefe da articulação política do governo Lula, o ministro Alexandre Padilha (PT) fez um aceno ao senador Rogério Marinho (PL), adversário ferrenho da governadora Fátima Bezerra (PT) no RN. Nos corredores do Senado, Padilha parou para cumprimentar Marinho e afirmou: “Independente do resultado (da eleição), entre nós nunca teve problema”.


TRAIÇÕES


Depois que os três senadores do PSD declararam voto em Rogério Marinho (PL), o entorno de Rodrigo Pacheco reajustava a projeção para o resultado da eleição. Antes de iniciar, a estimativa era que Pacheco teria entre 51 e 52 votos, pelo menos dez a mais do que os 41 necessários para ser eleito. Mas, o placar não vingou. Pacheco venceu com 49 votos.


UNANIMIDADE


As articulações nos últimos dias culminou com o consenso no RN. Os deputados Tomba Farias (PSDB), George Soares (PV) e Kleber Rodrigues (PSDB) abriram mão de suas candidaturas no segundo biênio, e decidiram formar chapa encabeçada por Ezequiel Ferreira (PSDB), que uniu oposição e situação. Coube ao líder do Governo na Casa, deputado Francisco do PT uma questão de ordem para sugerir a votação antecipada do biênio 2025/2027. Aliás, todos os cargos da Mesa foram eleitos com os 24 votos dos parlamentares. Nunca houve na história…


AGRADECER


“Esta é uma casa plural, mas que mostra sua capacidade de diálogo e entendimento entre os seus pares, que se unem para fortalecer o Legislativo. Quero registrar e agradecer aos gestos de três deputados, George Soares, Kléber Rodrigues e Tomba Faria, que entenderam que essa Casa não pode ter fratura, tem que ter união. Respeitando as diferenças ideológicas. Estamos eleitos para defender bandeiras, pensamentos, mas esse poder demonstra o seu tamanho, seu engrandecimento ao longo dos anos”, disse Ezequiel ao ser reeleito no comando do Poder Legislativo.


LEMBRANÇAS


Ontem, o prefeito de Natal, Álvaro Dias fez questão de pousar com o filho, deputado Adjuto Dias (MDB) na Galeria dos ex-presidentes da Assembleia Legislativa. Foi na época de Álvaro que iniciou-se as reeleições, onde Álvaro conseguiu seis anos seguidos, de 1997 a 2002, quando se elegeu deputado federal.


GUINNESS


World Records Apesar de ter batido recorde no RN, Ezequiel Ferreira passará 12 anos como presidente da Assembleia até fevereiro de 2027. Antes, Robinson Faria tinha passado oito anos, e Álvaro Dias seis. Ricardo Motta ficou quatro seguidos. No Brasil, Themístocles Filho (MDB) renuniou mês passado, após quase 18 anos como comandante do Poder Legislativo do Piauí. Themístocles foi eleito vice-governador na chapa com o governador Rafael Fonteles (PT). No Paraná, Ademar Traiano (PSD) foi reeleito novamente ontem. Como Ezequiel, desde 2015 preside a Casa das Leis em seu Estado.


MULHERADA


A governadora Fátima Bezerra fez questão de acompanhar a posse dos deputados e a vitória do seu aliado, Ezequiel Ferreira na presidência da Assembleia, por mais quatro anos. Em certo momento, Fátima fez fotos com as cinco deputadas, lembrando o tempo que iniciou naquele plenário sua carreira política. “Momento também de comemorar o aumento da bancada feminina na Assembleia. A representação da mulher potiguar cresce e se fortalece nesta casa”, disse. Na ponta do lado de Terezinha Maia, Cristiane Dantas, esposa de Fábio Dantas, candidato derrotado nas urnas em 1º Turno, pela governadora.


SEM DIPLOMA


Quem apareceu fazendo vídeos em frente ao Palácio José Augusto foi o policial da reserva, Wendel Largatixa (PL) ficou relembrando sua votação e disse que a luta continua. “Não preciso de mandato, não preciso de diploma”, dizia. Na diplomação, Wendel chegou a entrar no plenário da solenidade, e ficou assistindo. Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a posse do deputado Ubaldo Fernandes (PSDB). Motivo? Wendel tem uma condenação por crime hediondo. Largartixa já havia sido sentenciado por posse de munição de uso restrito. Outra denuncia do MP/RN foi que ele e mais três pessoas são acusados de integrar um grupo de extermínio, envolvido em tentativa de seis homicídios qualificados, sendo três mortes confirmadas.


AGORA RN

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário