O Rio Grande do Norte possui um potencial de investimentos de quase R$ 80 bilhões. A estimativa é da consultoria Macroplan, que realizou um refinamento das oportunidades de negócio do estado durante a primeira fase do programa Mais RN. As 403 oportunidades identificadas inicialmente se transformaram em 13 grupos de investimentos prioritários para a próxima década. O resultado foi apresentado na última segunda-feira, durante o seminário Motores do Desenvolvimento.
De acordo com o diretor associado da Macroplan, Alexandre Mattos, esse valor é preliminar e representa 13 grupos de investimentos classificados como “prioritários” pelo levantamento da consultoria. Na fase inicial dos estudos, a Macroplan identificara 403 oportunidades de negócio no estado: arranjos produtivos locais (APL), serviços e indústrias que são exploradas, mas que podem ser impulsionadas. Nesta segunda fase, que deve ser concluída em dezembro, a consultoria constrói duas carteiras de investimentos – aplicações em obras que podem impulsionar as atividades econômicas pré-existentes ou de demanda reprimida.
De acordo com o diretor associado da Macroplan, Alexandre Mattos, esse valor é preliminar e representa 13 grupos de investimentos classificados como “prioritários” pelo levantamento da consultoria. Na fase inicial dos estudos, a Macroplan identificara 403 oportunidades de negócio no estado: arranjos produtivos locais (APL), serviços e indústrias que são exploradas, mas que podem ser impulsionadas. Nesta segunda fase, que deve ser concluída em dezembro, a consultoria constrói duas carteiras de investimentos – aplicações em obras que podem impulsionar as atividades econômicas pré-existentes ou de demanda reprimida.
As possibilidades vão desde a energia eólica – que, de acordo com Mattos, representa sozinha um potencial de R$ 40 bi – até a construção de um polo de tecnologia da informação e o desenvolvimento de uma cidade aeroportuária. O MOTORES conversou com representantes de alguns seguimentos que podem receber esses investimentos para saber as expectativas de cada setor. Veja:
Mineração
A mineração é apontada como um dos setores com maior potencial de exploração nos próximos anos. Segundo estudo do Mais RN, a produção de minério de ferro — atualmente concentrada em poucas minas, como Jucurutu – pode sair do 0,5 milhões de toneladas/ano (dado 2013) para 5,5 milhões em 2035. Para isso é preciso investir em logística e transporte para o setor, como a construção de um terminal graneleiro em Porto do Mangue e sua interligação com uma rede ferroviária.
A produção do minério foi freada no último ano: Mhag e Susa, as produtoras do estado, passaram parte de 2014 com a produção parada. De acordo com o vice-presidente do Sindicato da Mineração, Mário Tavares, a baixa no preço da tonelada do ferro no mercado mundial adicionada ao encarecimento do transporte emperraram o setor. “O ferro é 100% prejudicado. Para fazer o transporte é preciso sair daqui para Fortaleza ou João Pessoa. O porto de Natal não atraca navios de 40 mil toneladas que viabilizem esse transporte. O ferro não tem um preço tão competitivo que vá cobrir todo esse investimento de transporte, logística e teor. Por exemplo, quando o ferro estava US$ 150/tonelada, cerca de 30% dos custos da Susa era com transporte. Hoje, a tonelada não chega a US$ 70”, explica. Para Mário, o porto pode alavancar investimentos na exploração de outros minérios na região de São Rafael, por exemplo.
Atualmente, um dos maiores projetos de exploração de outro minério – o ouro – está parado pelas deficiências hídricas. “Eles queriam reutilizar a água servida de Currais Novos, o que foi disponibilizado, mas de Santa Cruz eles não conseguiram. Então o projeto está parado. Ou chove ou não anda”, diz Marcelo Porto Filho, presidente do sindicato.
Apesar de não se pronunciar oficialmente, um representante da Susa informou à reportagem que a paralisação da produção também se deu por causa da desintegração de um dos grupos societários da empresa. A Susa planeja retomar a exploração em 2015.
A proposta do Mais RN é que o porto seja construído via concessão estatal ou parceria público privada. “A implantação de um novo porto em Porto do Mangue, com capacidade para escoar mais de 5 milhões de toneladas/ano e a construção de linhas férreas de bitola larga viabilizam o aumento da produção potiguar a partir de 2020”, diz o estudo. A construção do porto aconteceria em etapas, iniciado com a ampliação do terminal salineiro de Areia Branca. Nas projeções iniciais da Sedec, o investimento seria de R$1,8 bi. A secretaria informou que oito empresas já se interessaram pelo projeto, mas que este está em fase de análise do licenciamento ambiental.
Fruticultura
A transposição do Rio São Francisco é vista como uma das principais obras para a segurança hídrica do estado, pois aumentaria a vazão dos rios Apodi e Piranhas. Até lá, porém, a fruticultura irrigada tem sofrido com a seca. Somente neste ano, o setor deixou de produzir R$ 50 milhões, e planeja reduzir a área de plantio caso não chova, segundo Luiz Roberto Barcelos, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex). A área plantada neste ano foi de 7 mil hectares.
O MAIS RN aponta que o setor tem potencial para aumentar a produção de 5,35 milhões toneladas/ano (dado 2012) para 16,5 milhões de toneladas/ano. Barcelos, porém, ainda é cético. “Eu acho muito longe para fazermos uma projeção. Estou muito cético com esses números, principalmente se não tiver um investimento do Estado na infraestrutura hídrica. Neste caso, a fruticultura vai ter que procurar outros estados para se desenvolver”, avisa.
O estudo aponta a necessidade de realizar obras de transposição estadual, conectando as bacias hidrográficas do estado, investir em tecnologia e capacitação e aumentar a eficiência do uso de água e energia. Na visão de Barcelos, também é preciso melhorar o transporte portuário. “Um porto mais aberto, com mais espaço e mais profundidade do calado, barateia o frete e o custo de logística”, salienta.
Tecnologia
A ausência de uma estrutura fortalecida de telecomunicações também abre uma oportunidade de investimento, na visão do Mais RN. Hoje, o estado possui apenas 67% da população acima de 10 anos com acesso à telefone celular, e menos de 30% com acesso à internet móvel. Um bom investimento seria criar condições para que indústrias de telefonia ampliem o número de antenas e a construção, também, de uma infovia – rede de fibra ótima que possibilita a transmissão de dados. Atualmente apenas a universidade federal dispõe de uma infovia no estado e, com o projeto Gigametrópole do Instituto Metrópole Digital, planeja ampliar essa rede para as escolas públicas da região metropolitana de Natal.
Para o diretor do IMD, Ivonildo Rêgo, uma oportunidade do estado é formar mão de obra e empresas de tecnologia da informação para atender esse tipo de demanda. Hoje o instituto possui 9 empresas incubadas dentro da Inova Metrópole. Essas empresas recebem todo o apoio necessário, de infraestrutura ou conhecimento, para se desenvolver.
Uma delas é a Roboeduc, encubada há um ano no Inova. Criada com base em um projeto de pesquisa de 2006, a empresa foca em aproximar a robótica do ensino nas escolas. A empresa já conta com 25 funcionários e está construindo um kit próprio de robótica. Além disso, também abriu um curso de robótica para estudantes de 4 a 17 anos. São mais de 250 alunos que têm aulas em salas localizadas no 4º andar do IMD.
Para o diretor administrativo da Roboeduc, Aderson Santos Reis, 30, as possibilidades de mercado vão além das fronteiras do RN. “A ideia é expandir fronteiras. Estamos na incubação para deixar o produto mais maduro possível”, afirma.
Petróleo
Nos últimos anos, o RN viu a produção de petróleo onshore (em terra) diminuir gradativamente. Segundo a ANP, a redução foi de 31% no número de barris produzidos por ano de 2000 a 2013. A maturidade e diminuição da produtividade dos campos é apontado pela Petrobrás como uma das causas. Segundo a empresa, estão sendo realizados investimentos de recuperação.
“No município de Alto do Rodrigues, estão em desenvolvimento os projetos de adensamento de malha no campo de Serra e de adensamento de malha para 70 metros e injeção de vapor nos campos de Estreito e Alto do Rodrigues. Também está em implementação um projeto no Campo de Fazenda Belém, no Ativo de Produção Mossoró, que visa aumentar a produção e o fator de recuperação de óleo deste campo, com a perfuração de 72 novos poços”, informou em nota enviada ao MOTORES.
“Hoje não passamos de 1/3 da exploração do óleo da pedra. Existe uma nova fronteira. E há também a exploração offshore em águas profundas. Vivemos a expectativa, a partir de 2015, de inaugurar uma nova fronteira de atendimento para o setor de petróleo a partir de Guamaré e Mossoró para atender essa demanda”, avalia Jean Paul Prates, consultor em energia. O poço de Pitú foi a primeira reserva em águas profundas no RN anunciada pela Petrobrás, no ano passado. A avaliação da exploração do poço está em análise na ANP. A Petrobrás informou que em 2014 realizou a perfuração de mais dois poços em águas profundas: Tango e Araruana, que estão em fase exploratória.
Empreendedorismo
Outro foco do Mais RN aponta a necessidade de criar um ambiente de negócios favorável no estado, atrativo para empresas de pequeno e grande porte. Burocracia, deficiência no licenciamento ambiental, alta carga tributárias e a já citada deficiência em infraestrutura impossibilitam esse desenvolvimento.
Para Inalda Marinho, assessora da presidência do Sebrae/RN, o MAIS é um estudo que não daria certo se não consideram o principal motor do estado: a micro e pequena empresa. No Brasil, elas representam 90% do empresariado, e no RN não é diferente.
“É o pequeno quem dá força ao grande empreendedor. O Mais é a oportunidade de trabalhar investimento, segurança, facilidades para o pequeno empresário”, salienta. Administradora e ex-professora da UFRN, Inalda salienta que a pequena empresa também é responsável hoje pela captação de mão de obra, nem sempre qualificada. No RN, há uma deficiência na formação de capital humano desde a base.
Por vezes é do pequeno que surgem as soluções. Um exemplo é o administrador Edmilson Lopes, dono do Grupo Editel Brasil. Natalense morando em Mossoró, ele aproveitou a experiência que acumulou trabalhando na área de petróleo e montou uma empresa de criação de máquinas.
A mais recente foi a Unidade de Pistoneio Automatizada (UPA): a máquina de 3.500kg utiliza energia eólica e solar para explorar petróleo em poços maduros. A energia gerada pelos painéis e as pás (3,9MW) é armazenada em uma bateria que, quando ligada, impulsiona uma agulha para dentro do poço. Esta identifica a qual profundidade está o petróleo na rocha, mede e suga o material. Todo o procedimento é automático. O protótipo custou R$ 150 mil.
Para o empresário, é preciso ver nas dificuldades uma oportunidade – no caso dele, a quantidade de poços com baixa capacidade de exploração em Mossoró. Para ele, é preciso melhorar o acesso ao mercado.“O problema do pequeno empreendedor é fornecer à indústria.”
Energia
Segundo estudos preliminares do Mais RN, o potencial eólico do estado equivale a cerca de R$ 40 bilhões. Esse é o valor que pode ser aplicado no setor do RN caso o estado invista em infraestutura – no caso, linhas de transmissão.
Até o início do ano, o RN possuía parques na região do Mato Grande parados por causa da ausência de LTs. A Chesf finalizou os linhões no final do ano. A baixa representatividade do estado no último leilão, no final de novembro – apenas sete projetos foram contratados – reflete a necessidade de novos investimentos.
Para Alexandre Mattos, da Macroplan, o RN possui uma “Itaipu dos ventos”(14 GW de energia). “Investimento em desenvolvimento assim tem que ter sempre. Tem que construir mais linhas de transmissão”, sintetiza. Ele acredita também no avanço para uma nova fronteira: o mar. Na estimativa da Cosern disponibilizada para o Mais, os avanços tecnológico levaria o crescimento da capacidade instalada onshore, representando 27GW de energia produzida pelos ventos.
Segundo Paulo Medeiros, superintendente comercial da Cosern, o estado hoje é um bom mercado em consumo de energia. A previsão é o crescimento de 5,64% do consumo residencial e 2,78% industrial em 2015. Apesar de a energia produzida pelas eólicas não ser necessariamente consumida aqui – ela é integrada e distribuída pelo sistema nacional (SIN) – a eólica coloca o estado no patamar de fornecedor para a matriz energética brasileira, que enfrenta crise por ser tão concentrada na hidrotérmica.
“Pagamos R$ 822 pelo MW/hora das térmicas, enquanto que em condições R$100 MW/h”, exemplifica Medeiros. Para o Mais RN, uma saída é estimular a construção de novas usinas eólicas nas regiões Norte, Mossoroense e Serras Centrais do estado.
Mineração
A mineração é apontada como um dos setores com maior potencial de exploração nos próximos anos. Segundo estudo do Mais RN, a produção de minério de ferro — atualmente concentrada em poucas minas, como Jucurutu – pode sair do 0,5 milhões de toneladas/ano (dado 2013) para 5,5 milhões em 2035. Para isso é preciso investir em logística e transporte para o setor, como a construção de um terminal graneleiro em Porto do Mangue e sua interligação com uma rede ferroviária.
A produção do minério foi freada no último ano: Mhag e Susa, as produtoras do estado, passaram parte de 2014 com a produção parada. De acordo com o vice-presidente do Sindicato da Mineração, Mário Tavares, a baixa no preço da tonelada do ferro no mercado mundial adicionada ao encarecimento do transporte emperraram o setor. “O ferro é 100% prejudicado. Para fazer o transporte é preciso sair daqui para Fortaleza ou João Pessoa. O porto de Natal não atraca navios de 40 mil toneladas que viabilizem esse transporte. O ferro não tem um preço tão competitivo que vá cobrir todo esse investimento de transporte, logística e teor. Por exemplo, quando o ferro estava US$ 150/tonelada, cerca de 30% dos custos da Susa era com transporte. Hoje, a tonelada não chega a US$ 70”, explica. Para Mário, o porto pode alavancar investimentos na exploração de outros minérios na região de São Rafael, por exemplo.
Atualmente, um dos maiores projetos de exploração de outro minério – o ouro – está parado pelas deficiências hídricas. “Eles queriam reutilizar a água servida de Currais Novos, o que foi disponibilizado, mas de Santa Cruz eles não conseguiram. Então o projeto está parado. Ou chove ou não anda”, diz Marcelo Porto Filho, presidente do sindicato.
Apesar de não se pronunciar oficialmente, um representante da Susa informou à reportagem que a paralisação da produção também se deu por causa da desintegração de um dos grupos societários da empresa. A Susa planeja retomar a exploração em 2015.
A proposta do Mais RN é que o porto seja construído via concessão estatal ou parceria público privada. “A implantação de um novo porto em Porto do Mangue, com capacidade para escoar mais de 5 milhões de toneladas/ano e a construção de linhas férreas de bitola larga viabilizam o aumento da produção potiguar a partir de 2020”, diz o estudo. A construção do porto aconteceria em etapas, iniciado com a ampliação do terminal salineiro de Areia Branca. Nas projeções iniciais da Sedec, o investimento seria de R$1,8 bi. A secretaria informou que oito empresas já se interessaram pelo projeto, mas que este está em fase de análise do licenciamento ambiental.
Fruticultura
A transposição do Rio São Francisco é vista como uma das principais obras para a segurança hídrica do estado, pois aumentaria a vazão dos rios Apodi e Piranhas. Até lá, porém, a fruticultura irrigada tem sofrido com a seca. Somente neste ano, o setor deixou de produzir R$ 50 milhões, e planeja reduzir a área de plantio caso não chova, segundo Luiz Roberto Barcelos, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex). A área plantada neste ano foi de 7 mil hectares.
O MAIS RN aponta que o setor tem potencial para aumentar a produção de 5,35 milhões toneladas/ano (dado 2012) para 16,5 milhões de toneladas/ano. Barcelos, porém, ainda é cético. “Eu acho muito longe para fazermos uma projeção. Estou muito cético com esses números, principalmente se não tiver um investimento do Estado na infraestrutura hídrica. Neste caso, a fruticultura vai ter que procurar outros estados para se desenvolver”, avisa.
O estudo aponta a necessidade de realizar obras de transposição estadual, conectando as bacias hidrográficas do estado, investir em tecnologia e capacitação e aumentar a eficiência do uso de água e energia. Na visão de Barcelos, também é preciso melhorar o transporte portuário. “Um porto mais aberto, com mais espaço e mais profundidade do calado, barateia o frete e o custo de logística”, salienta.
Tecnologia
A ausência de uma estrutura fortalecida de telecomunicações também abre uma oportunidade de investimento, na visão do Mais RN. Hoje, o estado possui apenas 67% da população acima de 10 anos com acesso à telefone celular, e menos de 30% com acesso à internet móvel. Um bom investimento seria criar condições para que indústrias de telefonia ampliem o número de antenas e a construção, também, de uma infovia – rede de fibra ótima que possibilita a transmissão de dados. Atualmente apenas a universidade federal dispõe de uma infovia no estado e, com o projeto Gigametrópole do Instituto Metrópole Digital, planeja ampliar essa rede para as escolas públicas da região metropolitana de Natal.
Para o diretor do IMD, Ivonildo Rêgo, uma oportunidade do estado é formar mão de obra e empresas de tecnologia da informação para atender esse tipo de demanda. Hoje o instituto possui 9 empresas incubadas dentro da Inova Metrópole. Essas empresas recebem todo o apoio necessário, de infraestrutura ou conhecimento, para se desenvolver.
Uma delas é a Roboeduc, encubada há um ano no Inova. Criada com base em um projeto de pesquisa de 2006, a empresa foca em aproximar a robótica do ensino nas escolas. A empresa já conta com 25 funcionários e está construindo um kit próprio de robótica. Além disso, também abriu um curso de robótica para estudantes de 4 a 17 anos. São mais de 250 alunos que têm aulas em salas localizadas no 4º andar do IMD.
Para o diretor administrativo da Roboeduc, Aderson Santos Reis, 30, as possibilidades de mercado vão além das fronteiras do RN. “A ideia é expandir fronteiras. Estamos na incubação para deixar o produto mais maduro possível”, afirma.
Petróleo
Nos últimos anos, o RN viu a produção de petróleo onshore (em terra) diminuir gradativamente. Segundo a ANP, a redução foi de 31% no número de barris produzidos por ano de 2000 a 2013. A maturidade e diminuição da produtividade dos campos é apontado pela Petrobrás como uma das causas. Segundo a empresa, estão sendo realizados investimentos de recuperação.
“No município de Alto do Rodrigues, estão em desenvolvimento os projetos de adensamento de malha no campo de Serra e de adensamento de malha para 70 metros e injeção de vapor nos campos de Estreito e Alto do Rodrigues. Também está em implementação um projeto no Campo de Fazenda Belém, no Ativo de Produção Mossoró, que visa aumentar a produção e o fator de recuperação de óleo deste campo, com a perfuração de 72 novos poços”, informou em nota enviada ao MOTORES.
“Hoje não passamos de 1/3 da exploração do óleo da pedra. Existe uma nova fronteira. E há também a exploração offshore em águas profundas. Vivemos a expectativa, a partir de 2015, de inaugurar uma nova fronteira de atendimento para o setor de petróleo a partir de Guamaré e Mossoró para atender essa demanda”, avalia Jean Paul Prates, consultor em energia. O poço de Pitú foi a primeira reserva em águas profundas no RN anunciada pela Petrobrás, no ano passado. A avaliação da exploração do poço está em análise na ANP. A Petrobrás informou que em 2014 realizou a perfuração de mais dois poços em águas profundas: Tango e Araruana, que estão em fase exploratória.
Empreendedorismo
Outro foco do Mais RN aponta a necessidade de criar um ambiente de negócios favorável no estado, atrativo para empresas de pequeno e grande porte. Burocracia, deficiência no licenciamento ambiental, alta carga tributárias e a já citada deficiência em infraestrutura impossibilitam esse desenvolvimento.
Para Inalda Marinho, assessora da presidência do Sebrae/RN, o MAIS é um estudo que não daria certo se não consideram o principal motor do estado: a micro e pequena empresa. No Brasil, elas representam 90% do empresariado, e no RN não é diferente.
“É o pequeno quem dá força ao grande empreendedor. O Mais é a oportunidade de trabalhar investimento, segurança, facilidades para o pequeno empresário”, salienta. Administradora e ex-professora da UFRN, Inalda salienta que a pequena empresa também é responsável hoje pela captação de mão de obra, nem sempre qualificada. No RN, há uma deficiência na formação de capital humano desde a base.
Por vezes é do pequeno que surgem as soluções. Um exemplo é o administrador Edmilson Lopes, dono do Grupo Editel Brasil. Natalense morando em Mossoró, ele aproveitou a experiência que acumulou trabalhando na área de petróleo e montou uma empresa de criação de máquinas.
A mais recente foi a Unidade de Pistoneio Automatizada (UPA): a máquina de 3.500kg utiliza energia eólica e solar para explorar petróleo em poços maduros. A energia gerada pelos painéis e as pás (3,9MW) é armazenada em uma bateria que, quando ligada, impulsiona uma agulha para dentro do poço. Esta identifica a qual profundidade está o petróleo na rocha, mede e suga o material. Todo o procedimento é automático. O protótipo custou R$ 150 mil.
Para o empresário, é preciso ver nas dificuldades uma oportunidade – no caso dele, a quantidade de poços com baixa capacidade de exploração em Mossoró. Para ele, é preciso melhorar o acesso ao mercado.“O problema do pequeno empreendedor é fornecer à indústria.”
Energia
Segundo estudos preliminares do Mais RN, o potencial eólico do estado equivale a cerca de R$ 40 bilhões. Esse é o valor que pode ser aplicado no setor do RN caso o estado invista em infraestutura – no caso, linhas de transmissão.
Até o início do ano, o RN possuía parques na região do Mato Grande parados por causa da ausência de LTs. A Chesf finalizou os linhões no final do ano. A baixa representatividade do estado no último leilão, no final de novembro – apenas sete projetos foram contratados – reflete a necessidade de novos investimentos.
Para Alexandre Mattos, da Macroplan, o RN possui uma “Itaipu dos ventos”(14 GW de energia). “Investimento em desenvolvimento assim tem que ter sempre. Tem que construir mais linhas de transmissão”, sintetiza. Ele acredita também no avanço para uma nova fronteira: o mar. Na estimativa da Cosern disponibilizada para o Mais, os avanços tecnológico levaria o crescimento da capacidade instalada onshore, representando 27GW de energia produzida pelos ventos.
Segundo Paulo Medeiros, superintendente comercial da Cosern, o estado hoje é um bom mercado em consumo de energia. A previsão é o crescimento de 5,64% do consumo residencial e 2,78% industrial em 2015. Apesar de a energia produzida pelas eólicas não ser necessariamente consumida aqui – ela é integrada e distribuída pelo sistema nacional (SIN) – a eólica coloca o estado no patamar de fornecedor para a matriz energética brasileira, que enfrenta crise por ser tão concentrada na hidrotérmica.
“Pagamos R$ 822 pelo MW/hora das térmicas, enquanto que em condições R$100 MW/h”, exemplifica Medeiros. Para o Mais RN, uma saída é estimular a construção de novas usinas eólicas nas regiões Norte, Mossoroense e Serras Centrais do estado.
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