Chuvas aumentam nível de água no rio Piranhas

Uma equipe do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açu (CBH PPA), a maior do Rio Grande do Norte, classificou como “bom” o volume de água do rio Piranhas. Segundo Emídio Torres, coordenador da Secretaria Executiva do CBH PPA, o motivo da melhora está relacionado às chuvas que caíram nos últimos dias em várias partes do estado e também na Paraíba, onde nasce o rio.
No trecho São Bento (PB)/Jardim de Piranhas, rio tem bom volume
O coordenador percorreu o leito do rio Piranhas na manhã da última segunda-feira (11), seguindo do ponto de captação da Caern, na cidade de Jardim de Piranhas, seguindo até a divisa do Rio Grande do Norte com o estado da Paraíba, no município de São Bento. “Essas águas são fruto das últimas chuvas que caíram em toda a bacia, principalmente no Estado da Paraíba. Certamente, essa água chegará na ensecadeira construída no sítio Oiticica, no município de Jucurutu, local onde está sendo construída a barragem de Oiticica”, comentou José Procópio de Lucena, presidente do CBH.

A notícia chega após a constatação por parte do diretor-presidente do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (IGARN), Josivan Cardoso, de que se a quadra chuvosa se mantenha seca, até junho deste ano, 90% dos reservatórios do Estado podem entrar em colapso ou atingir o volume morto (10 % da capacidade). A previsão meteorológica da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), para os primeiro semestre do ano confirma a preocupação com os níveis dos mananciais hídricos.

Atualmente, dos 47 reservatórios de água,  acima de cinco milhões de metros cúbicos no RN, 28%  estão em volume morto - não mede mais do que 10% do seu total – e outros 30% estão secos. A maioria das fontes hídricas está localizada nas regiões do Alto Oeste e Seridó. Até janeiro deste ano, reservatórios que estão em volume morto estão localizados nos municípios de José da Penha, Marcelino Vieira, Severiano Melo, Campo Grande, Afonso Bezerra, São José do Seridó, Cruzeta, Acari, São João do Sabugi, Ouro Branco, Santa Cruz e Tangará.

Abastecimento
O município de Cerro Corá, na região Seridó do Rio Grande do Norte, saiu da situação de colapso no abastecimento de água. O município, que tem cerca de 11 mil habitantes, passa a ser abastecido pela Adutora Serra de Santana. Cerro Corá estava em colapso desde meados de dezembro do ano passado, quando o Açude Pinga, localizado na cidade, apresentou nível que inviabilizava a captação.

Apesar da nova condição, a população de Cerro Corá deve manter os hábitos de uso racional da água, visto que o fornecimento ainda vai ser feito em sistema de rodízio, com abastecimento por apenas um dia a cada semana.

Na região do Alto Oeste, o município de Riacho de Santana entrou em colapso, pela inviabilidade de captar água nos poços tipo amazonas que abasteciam a cidade. Segundo o gerente em exercício da Regional de Pau dos Ferros, Anderson Araújo de Souza, a população está sendo atendida por carros pipa disponibilizados pela prefeitura. Como atualmente está chovendo na região, há a expectativa de que a situação de colapso dure pouco tempo. 

Uma iniciativa tomada pela Caern afastou o risco de colapso no abastecimento em duas cidades da região do Alto Oeste potiguar. Itaú e Taboleiro Grande passam agora a ser abastecidas pela Adutora Alto Oeste, com água vinda da Barragem de Santa Cruz, melhorando a oferta para a população. Antes, as duas cidades contavam com o açude Clidenor Regis de Melo, no município de Itaú, que está com o nível muito baixo.

De acordo com o gerente em exercício da Regional de Pau dos Ferros, Anderson Araújo de Souza, apesar da melhoria no abastecimento, Itaú e Taboleiro Grande continuarão com o fornecimento racionado, a fim de preservar os recursos hídricos por mais tempo. A mudança será na forma de racionar. Cada cidade será abastecida com manobras entre os bairros, garantindo água de boa qualidade com uso racional.

da TN

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