Hospital de Natal já recebe 150 pacientes diariamente

Em funcionamento há 25 dias, o Hospital Municipal de Natal Dr. Newton Azevedo tem tido, nesses primeiros dias, uma média de 150 pessoas atendidas/dia. Até ontem, os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)  do hospital ainda estavam sem funcionar e as salas do centro cirúrgico estão em reforma. Os serviços que funcionam acumulam filas demoradas e irritação dos pacientes.
Leitos de UTI estão desativados por falta de sistema de oxigênio
Atendida na urgência ortopédica, a dona de casa Francisca Alves de Araújo, de 58 anos, teve que esperar, no mínimo, cinco horas e meia para fazer um exame de raio-x. A urgência ortopédica do hospital está sem aparelho para esse exame. Dessa forma, os pacientes são encaminhados para a urgência geral adulta. Por volta das 14h30 de ontem, havia 38 pacientes aguardando o atendimento numa sala apertada e com ar condicionado quebrado.

Uma das pacientes era Francisca Araújo. Ela recorreu pela segunda vez ao Hospital Municipal de Natal neste ano. “Eu estou com uma hérnia de disco que não posso nem pegar no celular. Também não posso ficar muito tempo em pé, nem sentada”, contou. “Se não fosse uma amiga minha que pagou um lanche para mim, eu tava com fome até essa hora”, desabafou. A dona de casa mora no bairro Santa Catarina e preferiu voltar ao hospital porque não já havia sido bem atendida na semana passada. 

Embora oficialmente o hospital adote a classificação de risco para eleger o atendimento prioritário dos pacientes, muitos reclamaram de favorecimento indevido na fila. “A mãe de uma funcionária chegou umas 14h e passou na frente de um senhor que estava muito mal. Ele estava até na cadeira de rodas. Outro funcionário falou para todo mundo ouvir que ela estava ali porque é mãe de uma funcionária”, denunciou um dos pacientes. 

Boa parte dos trabalhadores do hospital são terceirizados, sobretudo das atividades meio. A equipe médica é composta por médicos cooperados e do próprio município. Também há servidores que passaram pelo processo seletivo emergencial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo a diretora-geral do HMN, Cecília Karla Picinin, atualmente há 250 funcionários, mas ela calcula que, com o pleno  funcionamento da estrutura, esse número chegue a 350.  

A diretora também explicou a espera no raio-x. “Essa demanda excessiva está acontecendo porque temos recebido solicitação de raio-x de outras unidades, mas esse problema vai ser solucionado porque o equipamento está sendo montado na nossa urgência ortopédica. Acredito que esteja pronto até a próxima sexta-feira”, disse. Acerca do favorecimento de parentes de funcionários no atendimento, a diretora falou que iria apurar o caso. 

Ainda segundo ela, os dez leitos de UTI para adultos estão desativados porque o sistema de oxigênio não está funcionando. “A gente tinha um sistema de tubulação do Hospital Médico-Cirúrgico que funcionava de acordo com o dono do hospital, mas quando a gente ligou deu vazamento”, explicou. O resultado de uma licitação para a transferência e manutenção da usina de oxigênio será conhecido dia 19. A usina virá do Hospital dos Pescadores.

No que diz respeito ao centro cirúrgico, Cecília Picinin afirmou que até o fim de março estaria pronto. No terceiro andar do hospital, o centro terá três salas de cirurgia. A gestora não soube informar quanto será investido no setor.“A gente ainda não tem esse levantamento. A gente precisa incluir as despesas com pessoal, medicação, oxigênio”, disse ela. 

O repasse de R$ 1 milhão mensal do Ministério da Saúde só pode ser liberado após a habilitação do hospital, o que ainda não ocorreu. “Estamos aguardando o Ministério da Saúde. Quando o ministro esteve aqui na inauguração, ele falou que a habilitação ocorreria o mais rápido possível, mas não deu prazo”.


da TN

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