“Se Deus quiser serei o prefeito do aeroporto'”, afirma Jaime Calado


Gestor de São Gonçalo revela ações para adequar cidade a chegada do novo aeroporto e da expectativa para as eleições ano que vem.

Foto: Arquivo Nominuto
Jaime Calado, prefeito de São Gonçalo do Amarante.
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Chefe do Executivo de uma das principais cidades do Rio Grande do Norte e integrante da Região Metropolitana de Natal, Jaime Calado chega a seu terceiro ano de mandato em São Gonçalo do Amarante com ações que preparam o município para uma das maiores e mais importantes obras do estado: o aeroporto internacional de São Gonçalo.

Obras de infraestrutura e logística planejadas em conjunto com os governos estadual e federal além de investimento em capacitação da mão de obra que juntos podem transformar a questão socioeconômica não só da cidade como do RN. "Estamos preparando de várias formas", declarou o gestor.

Ao Nominuto.com, o prefeito de São Gonçalo fala dos projetos previstos para a cidade, das dificuldades enfrentadas com o FPM e, claro, das eleições do ano que vem onde ele não esconde a intenção de buscar a reeleição. "Se Deus quiser estarei tentando", declarou. Leia os principais trechos da entrevista:
David Freire – Como São Gonçalo vem se preparando para o Aeroporto?
Jaime Calado – Estamos preparando de várias formas desde a elaboração do Plano Diretor da cidade, que é uma regulamentação legal, como também a criação de um Plano de Saneamento Básico e o projeto de água, já aprovado pelo Ministério das Cidades, garantindo o abastecimento regular durante, aproximadamente, cinqüenta anos para o aeroporto e para a cidade de São Gonçalo. Outro investimento é a realocação da comunidade padre João Maria e também já aprovada pelo PAC 2. Há um projeto de esgotamento sanitário encaminhado à Brasília esperando o pronunciamento do Governo Federal. 
Na área de capacitação profissional, a prefeitura já está preparando mão-de-obra qualificada para atuar nesse empreendimento, através de parcerias com o IFRN, que está realizando cursos técnicos e, num futuro próximo, terá ensino médio e superior como também de pós-graduação. Com Senai, Sesi e Senac, a gestão municipal fez uma parceria e já realizou mais de vinte cursos e outros estão em andamento. Além disso, estamos promovendo cursos através do projeto “Fala Mais” na área de inglês, espanhol e chinês. 
Ao lado do complexo de formação profissional, onde está sendo construído o prédio do IFRN, será instalado um pólo da Universidade Aberta do Brasil, como também um centro de capacitação profissional onde funcionará o “Sistema S”, composto pelo Senai, Sesi, Sesc e Senac. Já foi elaborado um projeto para transformar as escolas estaduais de ensino médio de Jardim Lola, Golandim e de São Gonçalo em centros técnicos de formação profissional, por meio de um convênio entre a prefeitura e os governos estadual e federal. 
A prefeitura fez ainda a concessão de um terreno com trinta hectares e destinou para a construção de um hospital com setenta e cinco leitos, que será construído para atender a clientela do aeroporto e a população de São Gonçalo. Na área de segurança, será edificada uma delegacia especial de polícia e um batalhão da Policia Militar. Além disso, a atual gestão cedeu uma área para a construção da agência do INSS.
Atendendo a uma solicitação da Presidência da República e da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), e para viabilizar a instalação de empresas no entorno do aeroporto, a prefeitura vai reduzir o valor o imposto cobrado sobre circulação de mercadoria (ISS). Outra medida que a gestão municipal está lutando é para que a Justiça de São Gonçalo passe da 2ª para a 3ª entrância trazendo um número maior de magistrados. Como pode ser observado tem muito trabalho sendo desenvolvido paralelamente a construção do aeroporto.

DF – E a questão de logística e infraestrutura para o transporte de cargas na região?
JC – Por se tratar de um aeroporto cidade terá toda a estrutura viária de uma cidade. Seu acesso vai se dar por meio da Via Metropolitana, que já foi projetada, licitada e contratada pelo Governo do Estado e que, segundo o Departamento de Estrada e Rodagens (DER), a obra será iniciada em junho.

DF – O senhor esteve recentemente em Memphis, nos Estados Unidos, onde fica um dos principais aeroportos do mundo na categoria cargo. Qual avaliação dessa visita?
JC – Foi muito positiva, pois aprendi muito e toda a delegação brasileira também aprendeu. O aeroporto de Memphis, nos Estados Unidos, não é só de carga, mas também é um aeroporto cidade com toda a estrutura, sendo o maior do mundo na categoria de carga. Em seu entorno há grandes empreendimentos comerciais, industriais e turísticos. Para se ter uma ideia, nos grandes aeroportos cidades, dois terços das receitas não são do movimento das cargas, mas sim dos serviços que geram. 


DF – O que pode ser trazido de lá para o modelo do Aeroporto de São Gonçalo? 
Arquivo
Pista do aeroporto em construção.

JC – Em relação ao modelo, cada lugar tem o seu devido às suas peculiaridades. Os negócios acontecem de acordo com suas demandas. Porém, esse empreendimento vai ser o primeiro aeroporto cidade do Brasil, que funcionará com toda a uma estrutura de cidade e, principalmente, será a principal porta de entrada da América do Sul.

DF – Já houve procura por parte de investidores estrangeiros para negócios no Aeroporto e na região de São Gonçalo?
JC – Sim, diariamente. Porém a definição da empresa ou consórcio como também investidores ocorrerá por meio de licitação através do edital de concessão. Agora já está havendo uma grande procura por parte da construção civil em investir nessa área que está se valorizando muito. 

DF – Qual sua projeção para a cidade depois da instalação do Aeroporto Internacional?
JC – A prefeitura já patrocinou vários estudos no sentido de organizar esse crescimento para que não tenhamos problemas futuros de infraestrutura e, principalmente, com o meio ambiente. Mas vamos continuar investindo nesse sentido para minimizar os impactos trazidos por esse crescimento acelerado no município. 

DF – De que maneira a cidade vem trabalhando a questão do FPM? Há dificuldades?
JC – Todos os municípios brasileiros estão sofrendo em relação ao FPM desde 2009 quando o governo federal adotou medidas no sentido de tirar o país da crise internacional e gerar emprego através da redução do imposto de renda e do IPI. Com isso houve uma queda na receita do FPM. Mas o município também perdeu uma verba oriunda dos royalties, por meio de uma decisão judicial, e houve também a redistribuição do ICMS com as novas mudanças feitas com os municípios. Mesmo assim, diante dessas dificuldades, não estamos desanimados, esperamos recuperar com os novos tributos que chegarão com a instalação do novo aeroporto.

DF – Ano que vem temos eleições. Qual expectativa do senhor para a disputa em São Gonçalo?
JC – Se Deus quiser estarei tentando a reeleição. Mas a decisão será de Deus e do povo de São Gonçalo, que vai definir quem será o novo prefeito desse município. 

DF – O senhor confia em ser o “prefeito do Aeroporto”?
JC – Se Deus quiser serei o “prefeito do aeroporto”. Estou fazendo minha parte, trabalhando todos os dias para mudar a vida do povo de São Gonçalo

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