João Maia silencia sobre acusações envolvendo cúpula do PR De acordo com denúncia da revista Veja, funcionários e cúpula do Ministério dos Transportes comandavam esquema de cobrança de propina de empreiteiras


O deputado federal e presidente do diretório potiguar do PR, João Maia, ainda não comentou as denúncias sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras públicas do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes), operado por funcionários e pela cúpula do Ministério dos Transportes.

Em denúncia publicada pela revista Veja, servidores do ministério e de órgãos vinculados, filiados ao PR, partido do ministro Alfredo Nascimento, são acusados de superfaturar obras e receber propina de empreiteiras que têm contratos com o governo.

Ainda segundo a revista, em reunião na semana passada, Dilma classificou como “abusivo” a elevação do orçamento de obras da pasta, que passaram de R$ 11,9 bilhões para R$ 16,4 bilhões, equivalente a 38% de março de 2010 a junho deste ano.

Desde ontem, a reportagem do portalNominuto.com tenta, sem sucesso, obter uma declaração de João Maia. O líder do PR no RN, até agora, preferiu silenciar sobre as denúncias envolvendo seu partido. A assessoria de imprensa dele informou que não conseguiu localizar o parlamentar.

Depois da divulgação do suposto esquema, no sábado (2), a presidenta Dilma Rousseff decidiu afastar quatro integrantes da cúpula do ministério, mas manteve Alfredo Nascimento no cargo. Foram afastados Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete do ministro; Luís Tito Bonvini, assessor do gabinete do ministro; Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Dnit; e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias, estatal do Ministério dos Transportes).

Memória
Em novembro de 2010, uma força tarefa constituída pela Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria Geral da União (CGU) deflagrou, em Natal, a operação Via Ápia, com o objetivo de desarticular uma quadrilha ligada ao Dnit, que promovia o desvio de recursos públicos destinados à duplicação da BR-101, no trecho entre a cidade de Arez (RN) até a divisa com a Paraíba.

Na operação, o sobrinho de João Maia, Gledson Maia, então diretor do Dnit, foi preso em flagrante, enquanto recebia propina, pela Polícia Federal, juntamente com outras seis pessoas, incluindo o então superintendente do órgão, Fernando Rocha. De acordo com as investigações, o grupo teria desviado mais de R$ 2 milhões.

À época, João Maia também preferiu silenciar sobre o assunto. Apenas dez dias depois do episódio, numa entrevista coletiva em Caicó, o deputado federal comentou a prisão do sobrinho.

Ele disse que assumia a responsabilidade por haver indicado de Gledson Maia ao Dnit, afirmando que se tratava de uma “indicação técnica” e assegurou não temer ser implicado nas investigações porque não tinha “envolvimento operacional no Dnit”.
Fonte: no minuto.com

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