Cade aprova compra da Webjet mas impõe restrições à Gol

A Gol Linhas Aéreas, segunda maior companhia de aviação do país, recebeu sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para concluir a aquisição da Webjet. Por unanimidade, o plenário do órgão aprovou hoje (10) a união das operações, mas impôs restrições e exigiu a assinatura de um termo de compromisso de desempenho (TCD) com relação à atuação das empresas no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

As duas companhias estavam operando separadamente enquanto Cade não se decidia
DivulgaçãoAs duas companhias estavam operando separadamente enquanto Cade não se decidia
Pelo acordo, a Gol e a Webjet não poderão cancelar mais de 15 de cada 100 pousos ou decolagens previstas no aeroporto. A medição será feita a cada três meses e, caso seja constatado número de cancelamentos acima do limite, as companhias terão de devolver dois slots (autorização de horário para pouso e decolagem em determinado aeroporto): o horário com utilização abaixo da meta e o horário próximo. Esses slots serão repassados a uma empresa concorrente.

Com a exigência do TCD, o plenário do Cade aprovou, por unanimidade, a compra da Webjet pela Gol. Anunciado em julho do ano passado, o negócio envolveu R$ 258 milhões - R$ 43 milhões desembolsados pela Gol mais R$ 215 milhões de dívidas da Webjet assumidas pela empresa. Por um acordo com o Cade, as duas companhias estavam operando separadamente até que a aquisição fosse julgada pelo órgão.

Para medir o impacto da aquisição sobre o mercado aéreo, o Cade analisou os efeitos da união das duas companhias em 20 aeroportos. Isso porque a soma dos slots poderia prejudicar a entrada de novos competidores em terminais onde a oferta de horários de pouso e decolagem é escassa. Os técnicos constataram prejuízo à concorrência apenas no Aeroporto Santos Dumont.

No Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o Cade não encontrou problemas porque a Webjet só opera no local nos fins de semana e não contribui de forma significativa para o tráfego aéreo no terminal. Além disso, o cumprimento do índice de eficiência no Rio de Janeiro terá impacto sobre o aeroporto da capital paulista, porque 40% da movimentação em Congonhas provêm da ponte aérea Rio-São Paulo.

No Aeroporto Santos Dumont, no entanto, as duas companhias detêm 142 slots diários. Caso as empresas não aceitassem o TCD, a Gol teria de devolver os 24 horários que caberiam a uma empresa do porte da Webjet no terminal aéreo.

Fonte: Agência Brasil

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