Criação de empregos cai e tendência é de piora


Brasília (AE) - O último trimestre do ano começou mal para o mercado de trabalho formal. O governo registrou a criação de apenas 66,9 mil postos com carteira assinada em outubro, o pior saldo do ano. A tendência é que novembro também seja um mês fraco e, como de praxe, dezembro deve revelar um volume de demissões superior ao de contratações por causa dos desligamentos feitos com a redução do ritmo de produção no Natal e no ano-novo.
Ana SilvaSomente na área de obras, o país fechou 8,3 mil vagas com carteira assinada no mês passado: chuvas teriam atrapalhado a construção
Somente na área de obras, o país fechou 8,3 mil vagas com carteira assinada no mês passado: chuvas teriam atrapalhado a construção

O cenário negativo para o fim de 2012 levou o diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego, Rodolfo Torelly, a reduzir de 1,5 milhão para 1,4 milhão a expectativa para o saldo geral do ano.

Isso significa que, na prática, o País deverá perder 300 mil postos formais até lá, já que o total até agora é de 1,7 milhão de vagas, criadas em meio a um quadro externo turbulento. "Em novembro, com certeza, ainda teremos saldo positivo de empregos", previu Torelly. "Mas dezembro deve dar marcha à ré", avisou.

Para o mês passado, a expectativa era de um saldo mais próximo de 140 mil novas vagas, que é a média para outubro. O resultado revelado nesta sexta-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no entanto, foi o segundo pior para o mês de outubro dos últimos dez anos, perdendo apenas para o que aconteceu em 2008, início da crise econômica internacional. "Realmente ficamos um pouco surpresos", admitiu o diretor.

Vale ressaltar que essa criação tímida de postos em outubro foi resultado da diferença entre 1,71 milhão de contratações e de 1,64 milhão de demissões. "A rotatividade está comendo solta", resumiu Rodolfo Torelly.

Os setores que mais frustraram o diretor no mês passado foram serviços e construção civil. No primeiro caso, porque o saldo de empregos em outubro foi de 32,7 mil, menos da metade dos 77 mil vistos um ano antes. Já na área de obras, houve fechamento de 8,3 mil vagas no mês passado. As demissões foram mais concentradas em São Paulo e no Distrito Federal, com o argumento de que as chuvas atrapalham o ritmo de construção.

O comércio conseguiu ampliar seu mercado em 49,6 mil postos em outubro e é o único setor que ainda pode continuar contratando por causa, justamente, da sazonalidade das vendas de fim de ano.

da TN

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