Problemas começam na entrada

Fernanda Zauli - repórter

Sacos de lixo amontoados, restos de podas de árvores jogadas, grama seca ou já sem vida, plantas murchas. Placas de sinalização pichadas, grades de proteção quebradas. O cenário na BR-101, principal via de acesso à capital potiguar, é de total abandono. A equipe de reportagem da Tribuna do Norte percorreu cerca de 10 km, desde o  pórtico dos três Reis Magos até o mercado público de Petrópolis, já no fim avenida Hermes da Fonseca, e ficou fácil perceber que a manutenção e a conservação dos canteiros e da sinalização da BR 101 não vem sendo executada. Em todo o percurso a equipe encontrou três garis fazendo a limpeza da via, na altura da concessionária Salinas, e nada mais.

O monumento dos Três Reis Magos, localizado na margem da BR 101, na entrada da cidade, está cercado por uma grama seca, praticamente morta, que certamente só é molhada quando chove. A sujeira vai tomando conta do lugar: copos plásticos, sacos plásticos e até um balde velho estava jogado no local.

A situação é a mesma em todo o percurso, mas chega a ser pior em alguns pontos da BR 101. Na altura do Viaduto de Ponta Negra vários sacos pretos cheios de lixo estão amontoados no canteiro central da rodovia federal. Ao que parece são restos de podas de plantas que não foram recolhidas. 

Sacolinhas plásticas são vistas por todos os lados: presas nas grades de proteção dos canteiros centrais, penduradas nos arbustos, misturadas às folhas secas... 

A vida das plantas, o verde da grama, o colorido das flores não faz mais parte da realidade, está apenas na memória dos dos natalenses. "Falta manutenção, cuidados com as plantas, limpeza. Está tudo abandonado. É uma vergonha. Esses canteiros já foram bonitos, bem cuidados, hoje está nessa situação que você está vendo", diz o vigilante Jaime Olímpio, de 42 anos. A principal via de acesso à cidade, que deveria ser um exemplo de cuidado e beleza, é hoje o retrato do descaso e do abandono.

Grades de proteção e placas danificadas

As placas de sinalização do trânsito e as grades de proteção (que impedem a passagem de pedestres) da BR 101 também estão em péssimo estado de conservação. Em vários pontos as grades de proteção estão quebradas e completamente enferrujadas. Um exemplo é na altura de Cidade Satélite, onde um pedaço da grade está quebrado, derrubado no meio do canteiro, enquanto que as partes que estão em pé se encontram completamente enferrujadas.

Nos 10 km percorridos pela equipe da Tribuna do Norte várias placas de sinalização estavam pichadas, outras entortadas e algumas até derrubadas. A primeira placa no perímetro urbano de natal, que indica a chegada à cidade, está pichada. Em Potilândia, uma placa de orientação do trânsito está completamente coberta por plantas que não são podadas há tempos. Por toda a BR 101 é possível encontrar placas em mau estado de conservação.

Providências

O órgão responsável pela limpeza e conservação dos canteiros da cidade é a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). Através da assessoria de imprensa, a Secretaria informou que o trabalho de limpeza e conservação dos canteiros era executado por uma empresa terceirizada que teve o contrato cancelado há cerca de dois meses por problemas no pagamento e na prestação dos serviços contratados. Desde então, o serviço vem sendo executado por funcionários da Semsur em parceria com a Urbana, situação que deve se manter até o fim da gestão. O diretor de operações da Urbana, Márcio Ataliba, informou que a limpeza do canteiro central da BR 101, apesar de ser de responsabilidade da Semsur, foi realizada há cerca de 30 dias por funcionários da Urbana. Ele explicou ainda que os garis estão fazendo a limpeza das marginais da BR 101, em seguida farão a limpeza da Avenida da Integração, e uma nova limpeza dos canteiros centrais da BR 101 será programa pela Urbana.

A reportagem entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão responsável pela conservação e manutenção das placas de sinalização do trânsito na BR 101, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno sobre os questionamentos a respeito da frequência da manutenção, critérios para troca de placas, e fiscalização das condições dos equipamentos.

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