Ídolos do ABC desde 2010, Cascata e Basílio não permanecem no clube para a temporada 2013. Nesta sexta-feira (30) os dois jogadores confirmaram que não houve renovação e que a iniciativa de não ampliar os vínculos foi do próprio ABC.
Após chegarem ao ABC em 2010, Cascata e Basílio conquistaram dois campeonatos estaduais, um campeonato brasileiro da série C e um vice-campeonato da Copa do Nordeste. Os dois eram considerados líderes no elenco, mas a diretoria, segundo os jogadores, preferiu não prorrogar os vínculos.
Arquivo TNCascata tem propostas para atuar no futebol paulista, carioca e baiano
Cascata, que esteve no ABC durante o segundo semestre de 2012 emprestado pelo Náutico, havia feito uma proposta ao presidente do clube, Rubens Guilherme, para permanecer na temporada de 2013. Porém, o presidente respondeu que não poderia chegar aos valores pedidos pelo atleta e que uma renovação seria complicada. O jogador, então, consultou a família e, atendendo pedido da mulher e do filho (que atua na base do ABC), Cascata entrou em contato com o diretor de futebol Cléber Romualdo para tentar um acordo.
"Eu liguei para o Cléber e disse que queria ficar, que eles dissessem o quanto poderiam pagar no primeiro semestre que, se desse para eu permanecer, ficaria sim. Minha esposa gosta da cidade, meu filho, por isso queria permanecer", disse Cascata.
Após tentar o retorno, Cascata recebeu a informação de que o clube não faria a nova proposta. "O Cléber não disse que o Givanildo (Oliveira, treinador) não me queria. Ele disse que a diretoria não poderia 'bancar' a permanência de um jogador. Mas não tenho problema nenhum com o Givanildo. Pelo contrário, acho que ele foi importantíssimo para a permanência da gente na série B".
Caso semelhante teve Basílio. O jogador, que se recuperou de duas lesões seguidas no joelho durante o período em que esteve no ABC, teve encontro com o presidente do clube ontem e não recebeu proposta. Segundo jogador, o presidente explicou que pagaria os direitos do atleta, não fazendo referência a uma possível extensão do acordo, que termina neste ano. "Ele não falou sobre renovação e eu também não falei. Vim para casa", disse Basílio.
O volante, capitão do ABC, disse que foi pego de surpresa com a não renovação do contrato, assim como torcedores que conversaram com ele na saída da sala do presidente. Para ele, pode ter pesado o fato de ter passado muito tempo machucado. "O pessoal perguntava se eu iria ficar e eu disse que parecia que não. Eu queria ficar, tenho identificação com a torcida, com o clube, gosto muito daqui. Queria ter mostrado que eu estava bem, que eu estava fisicamente bem, mas não tive chance. É vida que segue e Deus saberá me guiar para o melhor caminho possível".
A saída de Basílio, inclusive, foi comentada por Cascata. O meia disse que estava triste pelo amigo, com quem tem relação próxima desde 2010. "Estávamos conversando e ele disse: 'poxa, Casca. Dei meus dois joelhos pelo ABC, e agora saio assim'. É algo triste, mas tenho certeza que Deus tem algo bom reservado para ele", disse Cascata.
Rumores
Os dois jogadores negaram as informações de que causassem problemas no ABC. Cascata confirmou que já entrou em conflito em dois casos pontuais, como em 2010, quando houve problema com relação ao pagamento da maior parte do grupo e somente alguns atletas haviam recebido, e neste quando reclamou publicamente de Ademir Fonseca.
"Foram casos que foram resolvidos. Nunca fui de arranjar confusão ou fazer panelinhas. Pelo contrário. Quando voltei neste ano, ouvi que tinham jogadores querendo derrubar o Ademir. Sabemos que há casos no futebol em que isso acontece. Mas logo após o primeiro treino, eu pedi a palavra e disse que, pelo que viu, não havia jogadores querendo derrubar ninguém, porque quem queria derrubar não treinava forte como o grupo estava treinando. Eu sempre tive a intenção de incentivar e fazer com que conquistássemos nossos objetivos", disse Cascata.
Já Basílio, afirma que nunca teve problemas com jogadores ou com a diretoria. O volante, pelo contrário, disse que era o primeiro a fazer reuniões com o grupo para motivar o grupo e buscar a melhoria na competição.
"Fico triste quando falam esse tipo de coisa, de que eu tocava terror dentro do clube. Isso não existe e é coisa de quem não vai ao clube. Perguntem ao Joca, ao Raniele (Ribeiro, preparador físico), ao pessoal que está dentro. Eles só terão coisas boas para falar, tenho certeza, e não que eu arranjava confusão", disse.
Futuro
Basílio e Cascata ainda não têm definidos os rumos para o ano que vem. O volante afirmou que ainda não pensou em uma futura transferência, mas que vai aguardar um pouco para negociar com outras equipes. Já Cascata, disse que recebeu diversas propostas e vai analisar.
"Eu tenho um pré-contrato com o Náutico, mas não sei se estarei lá no ano que vem. Meu empresário disse que houve a sondagem do Bahia, além de dois times de São Paulo e do Rio, para contratos mais curtos. Não sei de nada ainda, mas vou deixar tudo nas mãos de Deus", disse Cascata.
Sobre a possibilidade de defender o América, Cascata disse que não iria se opor e que poderia, sim negociar com o alvirrubro. "Assim como eu sou grato ao ABC, que confiou em mim depois de passar sete meses parado e ter a coragem de me trazer de volta, sou grato ao América que praticamente me abriu as portas do futebol. Eles também acreditaram em mim quando ninguém acreditava e eu era motivo de piadas antes mesmo de conhecerem meu futebol".
Os dois, no entanto, garantem que não descartam, no futuro, um retorno ao ABC. "Vamos deixar o futuro nas mãos de Deus. É claro que poderei voltar, caso haja a oportunidade", disse Cascata. "O futuro a Deus pertence e continuo gostando do ABC, da torcida. Não há ressentimento", finalizou Basílio.
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