Empresas demonstram desinteresse em atuar no sistema de transporte coletivo de Mossoró

Sistema_de_transporte_coletivo_desagrada_cidadaosA Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) já abriu duas licitações, somente este ano, para escolha das empresas que irão operar as linhas de transporte coletivo da cidade. No entanto, em nenhuma das duas houve empresas interessadas no sistema de Mossoró.
Segundo o titular da Gerência Executiva de Trânsito, Jaime Balderrama, o Plano de Mobilidade Urbana de Mossoró contempla a instalação de 17 linhas de ônibus para a cidade. "São 17 novas linhas porque umas serão encurtadas e outras terão o percurso modificado. Além disso, conta com o sistema de integração através da bilhetagem eletrônica. Dessa forma, o cidadão paga somente uma passagem independente do seu itinerário", comenta Jaime Balderrama.
O gerente também explica que ainda este ano deve sair a terceira licitação. "Da primeira para a segunda licitação nós mexemos no editar para atrair as empresas. A principal mudança foi a retirada a obrigatoriedade dos ônibus terem condicionadores de ar", explica
Para a terceira licitação, segundo o gerente de Trânsito, está sendo estudado o que se pode alterar. "O que deve ser alterado da segunda para a terceira licitação é o valor da passagem que será aumentado do valor atual de R$ 1,85", comenta Jaime Balderrama. O gerente explica que as linhas foram distribuídas em dois lotes, mesclando as muito usadas e as pouco usadas. "Isso foi feito pra ninguém reclamar. Serão vencedoras as empresas que apresentarem mais qualidade e o menor preço", afirma.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Veículos de Carga e Passageiros de Mossoró, Francisco de Assis Medeiros, a licitação não teve interessados porque as empresas não têm interesse em operar na cidade. "Quem conhece o transporte coletivo de Mossoró não tem interesse em vir para a cidade em virtude de uma série de fatores. Entre eles eu destaco a concorrência desleal entre ônibus e veículos alternativos como táxis-lotação", elenca o sindicalista.
Ainda segundo Francisco de Assis Medeiros, outro problema do sistema de transporte coletivo da cidade é que ele é sustentado pelos estudantes. "Só quem anda de ônibus é estudante, que paga metade da passagem, e as pessoas que têm gratuidade. Assim, os estudantes é que acabam pagando a conta", afirma. 

Transporte coletivo de Mossoró é bastante criticado pelos usuáriosO transporte coletivo de Mossoró é bastante criticado pelos usuários. As donas de casa Ana Lúcia Moraes e Fátima Linhares moram no conjunto Liberdade I e reclamam da demora dos ônibus.
"Eu andava muito de ônibus, mas deixei de usar o transporte coletivo porque eles demoram muito a passar. Antes tinha dois ônibus que faziam a linha para o Liberdade I, mas um foi retirado. Já tive de esperar mais de duas horas para poder pegar o transporte. Por esse motivo prefiro pegar um táxi-lotação, que é bem mais rápido e ainda deixa a gente em casa", conta Fátima Linhares.
"Eu preferia andar de ônibus que é mais barato, a passagem custa R$ 1,85. Já no táxi a passagem sai por R$ 3. No entanto, infelizmente, o transporte é um caos. Além da demora, os ônibus são velhos, não há regulamentação das paradas e os motoristas são mal-educados. Por esse motivo, eu ando de táxi-lotação", diz Ana Lúcia Moraes.
Luiza Oliveira estuda na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e comenta as dificuldades enfrentadas todos os dias. "Demora muito pra passar os ônibus, a gente acaba perdendo muito tempo nas paradas. Também precisam regulamentar essa questão da dupla função dos motoristas que são cobradores ao mesmo tempo. Acho que por isso, eles vivem mal-humorados. Outra coisa é a regulamentação das paradas porque os motoristas param onde querem porque não há sinalização. Sem contar que os ônibus são muito velhos", relata a estudante.
Segundo o gerente de Trânsito, o Plano de Mobilidade Urbana de Mossoró, contempla a regulamentação das paradas. "No centro da cidade, já temos as placas e a pintura das calçadas. Vamos sinalizar as demais e estudar quais precisarão de cobertura", explica Jaime Balderrama.
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