Interdição atrasa embarque de sal no Porto-Ilha do RN


O Terminal Salineiro de Areia Branca está parcialmente interditado. Desde o último dia 30 de novembro, a esteira reservada para embarcar o sal no porto foi interditada por ordem da Delegacia Regional do Trabalho. Segundo o presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte, que administra o porto, Pedro Terceiro de Melo, o motivo alegado para a interdição é a "segurança dos trabalhadores". A expectativa da Codern é conseguir resolver as pendências com o Ministério do Trabalho na próxima segunda-feira. Caso tenha sucesso, o Terminal poderá voltar a funcionar plenamente na terça-feira (11).
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A interdição não afetou o desembarque de sal no Porto-ilha., segundo Terceiro de Melo. Apenas a "saída" do sal foi afetada. "Os problemas apontados pelos fiscais da delegacia do trabalho estão limitados à parte de saída do sal. Trata-se da esteira, que segundo o laudo oferece perigo aos funcionários, e de um buraco no chão de madeira. Estamos trabalhando para resolver o problema de forma paliativa até a próxima segunda-feira", diz. Com a paralisação, o embarque de sal em um navio está atrasado desde a última quarta-feira (5).

As medidas paliativas adotadas são o isolamento de parte da esteira, a compra de uma nova chave de controle do equipamento - já que a antiga está avariada - e a troca de parte do piso de madeira do Terminal. "Com isso esperamos conseguir a reativação do porto. Os fiscais farão uma nova visita na próxima segunda-feira", diz o presidente da Codern.

Além das medidas paliativas, um engenheiro fará em 30 dias um projeto para colocar uma proteção definitiva entre a máquina e os funcionários do Terminal Salineiro. A esteira em questão é usada em Porto-ilha há mais de 30 anos. Não há previsão para trocar o equipamento. "Os reparos são suficientes para resolver as pendências encontradas pela delegacia do trabalho", complementa o presidente.
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A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com Airton Torres, diretor do Sindicato da Indústria Salineira do RN. Torres minimizou o problema. Segundo ele, a paralisação não implicou até agora em grandes prejuízos para o setor. "Estão trabalhando para reativar tudo até no máximo terça-feira. Então, não estamos esperando grandes prejuízos", aponta.

Impacto no RN

Para o presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo, as medidas anunciadas não trarão avanços a curto prazo para o Porto de Natal. "Em contrapartida, com certeza tudo isso vai tornar o Porto de Natal mais comercial, ao quebrar barreiras e incentivar a cabotagem, que é um assunto que já se vem discutindo", disse ele, que participou da solenidade em que foram anunciadas as medidas, em Brasília, mas ainda não tinha o detalhamento do pacote em mãos. 

A flexibilização da lei, segundo Pedro Terceiro de Melo, não é forte o suficiente para atrair investimentos privados para o porto de Natal. "Não há interesse da iniciativa privada em investir nele, não neste primeiro momento", reconhece Terceiro, que ainda não tinha tido acesso ao detalhamento do plano. 

Apesar da possibilidade, o governo federal não prevê a aplicação de nenhum recurso por parte da iniciativa privada no Rio Grande do Norte até 2017. Os cerca de R$ 54,2 bilhões em investimentos previstos irão, segundo estimativa do governo federal, para 19 dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal. No Nordeste, só o RN, Sergipe e Piauí ficaram de fora. 

O porto de Natal foi contemplado apenas no Plano Nacional de Dragagem 2. O estado receberá, juntamente com Recife, Salvador e Fortaleza, R$ 389 milhões, para ampliar outra vez a profundidade do rio, nas proximidades do cais em 2013, e receber navios maiores. 
da TN

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