Por falta de pagamento, motoristas do Samu Metropolitano paralisam atividades


O Serviço Ambulatório Móvel de Emergência (SAMU) Metropolitano paralisou as suas atividades desde o início da manhã desta segunda-feira (17). O motivo é o descumprimento de um acordo coletivo firmado pela JMT Service, empresa responsável pelos pagamentos dos motoristas das ambulâncias. 
Emanuel AmaralMotivo da paralisação é o descumprimento de um acordo coletivo firmado pela JMT Service, responsável pelo pagamento
Motivo da paralisação é o descumprimento de um acordo coletivo firmado pela JMT Service, responsável pelo pagamento

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do RN (Sintro-RN), Nastagnan Batista, a empresa não pagou aos funcionários o salário relativo ao mês de novembro nem a primeira parcela do 13º salário, prevista para ser paga desde o último dia 30 de novembro. A segunda parcela do 13º salário deveria ser paga até o próximo dia 20 de dezembro.

"A empresa não dá garantia de pagamento aos trabalhadores. Apenas alegam que há uma dívida de R$2,5 milhões por parte do Estado que seria de um processo indenizatório, visto que a empresa trabalhou sem contrato até o último mês de agosto", explicou Nastagnan.

Segundo o diretor-presidente do SAMU Metropolitano, Luiz Roberto Fonseca, não existem complicações por parte da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). "A Sesap assinou um contrato emergencial com a empresa JMT que passou a vigorar desde agosto. Não há atraso nos pagamentos, visto que estamos dentro dos 90 dias de limite para quitação dos repasses", esclareceu.

Na visão e entendimento de Luiz Roberto, não é possível permanecer em silêncio diante desses problemas. "Vamos acionar a empresa administrativamente", alegou. 

A TRIBUNA DO NORTE contatou a empresa JMT Service, e conversou com o gerente geral, Jorge Gama. Segundo ele, a JMT tem um crédito de serviços prestados pelos motoristas, radio-operadores e ASG's ao SAMU Metropolitano desde 2011.

Após o vencimento da última renovação contratual, em dezembro de 2011, a Sesap passou a contratar os serviços da JMT através de um contrato indenizatório. "Desde janeiro de 2012 até o último mês de agosto que era assim. Acabou que o Governo do Estado não pagou nenhum dos meses nesse período. Carregamos o SAMU nas costas", disse Gama.

Ainda segundo ele, o peso da dívida à empresa está causando transtornos, levando a paralisação. "A sociedade não pode olhar para a JMT como a culpada da situação. Não há capital de giro que resista diante do não recebimento de repasses. A única saída é que o governo quite a dívida", acrescentou. Além da dívida de R$2,5 milhões, há uma dívida referente ao aumento do salário dos funcionários, que não foi reajustado nos repasses do estado em 2011, no valor de R$460 mil.

Gama disse que assim como as dívidas não têm previsão de serem quitadas, a greve não tem previsão para ser encerrada.

O SAMU Metropolitano possui 23 ambulâncias de suporte básico e mais três de suporte avançado (ou UTI's móveis). Das 23 ambulâncias, sete são guiadas por motoristas contratados através da pactuação com os municípios de Canguaretama, Goianinha, Santo Antônio do Salto da Onça, Touros e João Câmara.

As 16 ambulâncias básicas restantes estão funcionando em caráter de greve. Apenas 30% do efetivo está nas ruas, somando um total de apenas quatro ambulâncias para atender a toda a região metropolitana de Natal. São duas atendendo Parnamirim, uma para São Gonçalo do Amarante e uma para o município de Ceará-Mirim. Das três UTI's móveis, apenas duas estão em operação.
da TN

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