Presidente do PT diz que militantes ajudarão no pagamento de multas de condenados do mensalão




José Dirceu no Encontro do Diretório Nacional do PT, em Brasília
Foto: André Coelho / O Globo
BRASÍLIA - O presidente do PT, Rui Falcão, disse no início da tarde deste sábado, durante o Encontro do Diretório Nacional do partido, que os militantes da legenda devem se cotizar para ajudar os condenados no julgamento do mensalão a pagarem as multas que lhe forem impostas.

- O PT não (vai pagar). Mas, certamente, se as multas forem mantidas, eu já ouvi a manifestação de inúmeros companheiros que estão dispostos a se cotizar. Até porque os companheiros (condenados) não têm recursos para pagar essas multas totalmente desproporcionais aos crimes que lhes são imputados - disse Falcão.
O presidente da sigla afirmou que ele mesmo vai colaborar com recursos.
- Se houver manutenção das multas, se houver essa cotização, e se me pedirem uma participação, dentro dos meus meios, eu vou contribuir.
Rui Falcão disse ainda que os condenados no processo do mensalão não sofrerão qualquer punição dentro da legenda. O estatuto do partido prevê a expulsão de qualquer militante que cometa "crime infamante" ou "por práticas administrativas ilícitas", mas no caso do mensalão o partido não reconhece a legitimidade do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF).

- Eles seguem sua vida normalmente, com todos os direitos partidários assegurados. Quem aplica o estatuto do partido é a direção do partido e nós não vemos nenhum crime infamante, que é o que diz o estatuto, e nós questionamos o caráter político do julgamento do STF, porque consideramos que não houve compra de votos, nem tampouco a aplicação de recursos públicos (no mensalão) - afirmou.
Na primeira parte da reunião, realizada na sexta-feira, foi apresentada uma moção de apoio ao ex-ministro José Dirceu, mas ela acabou não sendo votada. Segundo o presidente do partido, o motivo foi a retirada do documento de pauta pelo próprio autor, um integrante do diretório de Santa Catarina.

- Ela não foi encampada porque o próprio proponente retirou sua proposta diante das manifestações de que o PT vinha fazendo a defesa dos companheiros e que já havia divulgado uma nota dando seu posicionamento em relação ao julgamento da Ação Penal 470. Ele (Dirceu) falou comigo e disse à imprensa que está satisfeito com a carta, com a defesa que o partido tem feito dos filiados condenados injustamente, e que ele prosseguirá com suas reuniões, com seus encontros, como vem fazendo ate hoje - justificou Falcão.O ex-ministro José Dirceu também participou da reunião na sexta-feira e no sábado. Embora também sejam membros do Diretório Nacional do partido e tenham sido condenados no julgamento do mensalão, o deputado João Paulo Cunha (SP) e o ex-deputado José Genoíno (SP) não compareceram em nenhum dos dois dias.
Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário