Redução do número de atendimentos não diminui superlotação do Walfredo Gurgel


A maior unidade hospitalar do Rio Grande do Norte, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, registrou uma redução de 14,04% no número de atendimentos durante o período carnavalesco. Da última sexta-feira (8) até a terça-feira (12) foram registrados 954 atendimentos, 134 a menos que o mesmo período do ano passado, quando o hospital realizou 1.088 atendimentos. No entanto, nem mesmo a redução no número de atendimentos foi suficiente para mudar a realidade dos corredores do hospital, que permanecem lotados. Na manhã desta quinta-feira (14), 77 pacientes estavam nos corredores à espera de procedimento, sendo que 68 de clínica médica e nove de ortopedia. Além disso, 26 pacientes que necessitam de ventilação mecânica, em estado grave, aguardam um leito em uma das cinco Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital.
A média de atendimentos diários ficou em 191, sendo a sexta-feira de carnaval o dia em que foi registrado o maior número de pacientes, com 220. No sábado foram 190, no domingo, 197, na segunda, 183 e na terça-feira, 164 atendimentos. O número de atendimentos vítimas de acidentes foi de 190, sendo 50 apenas na segunda-feira de carnaval.
Além do problema da superlotação, um problema na tubulação da central de ar condicionado do Hospital vem causando transtornos a equipe médica e aos pacientes desde o último sábado. O problema afetou diretamente o Centro Cirúrgico, Centro de Recuperação de Operados (CRO) e a UTI geral. Apesar de alguns aparelhos estarem funcionando, não era suficiente para minimizar a sensação térmica.
Um cirurgião ortopedista que não quis se identificar disse que a situação está ‘insustentável’ e que apenas as cirurgias ‘de extrema necessidade’ estão sendo realizadas. “O Centro Cirúrgico é um ambiente fechado, então se o ar condicionado não funciona, a sensação térmica ultrapassa os 40º. É impossível ficar em uma sala assim por muito tempo. Se a cirurgia for demorada, ficamos molhados de suor. É inadmissível continuarmos nessa situação”, afirmou o médico.
O ex-diretor do Walfredo Gurgel e médico intensivista do hospital, Sebastião Paulino, utilizou as redes sociais para denunciar a situação. “Sensação térmica que causa enorme desconforto. Assim está na UTI de adulto, na UTI pediátrica e em todo o bloco cirúrgico. Ninguém consegue usar jaleco, capote. Está impraticável o uso de EPI (equipamento de proteção individual)”, escreveu o médico na noite da última terça-feira.
O diretor administrativo e financeiro do Hospital, Josenildo Lira explicou que um rompimento na tubulação na central de ar condicionado do Hospital Walfredo Gurgel ocasionou o problema, mas que, desde o início da manhã de hoje, técnicos estavam trocando o cano danificado. Até o final da manhã o problema já estaria resolvido, garantiu o diretor.

Fátima Pinheiro continua à frente da direção do Walfredo Gurgel
O Governo do Estado está com dificuldades de encontrar o substituto para a direção geral do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. O advogado Marcondes Diógenes não será mais diretor-geral da unidade, pois o Governo não encontrou nenhum mecanismo administrativo que justificasse o pagamento do salário de R$ 15 mil solicitado por Marcondes. Enquanto isso, a atual diretora, Maria de Fátima Pinheiro, continua no cargo por tempo indeterminado.
A governadora Rosalba Ciarlini chegou a anunciar o nome do advogado como novo diretor do Walfredo no dia 24 de janeiro. Quando foi convidado para assumir a direção da maior unidade de urgência e emergência do Estado, Marcondes Diógenes pediu, além do salário de R$ 15 mil, a autonomia financeira e administrativa da unidade e transparência, inclusive, para expor à imprensa a situação do hospital.
Como segue indefinido quem assumirá a direção geral do Hospital, continua à frente do hospital, por tempo indeterminado, a atual diretora geral Fátima Pinheiro. “Não vou abandonar o barco. Permaneço aqui até arrumarem outra pessoa para me substituir”, disse Maria de Fátima. A médica comunicou ao secretário que queria deixar o cargo no dia 22 de janeiro. O principal motivo do pedido é a demanda jurídica contra a direção do hospital. “Chegavam vários processos com ameaça de pagamento de multa. Isso estava me deixando doente. Ficava sem voz e estressada. Felizmente a demanda de processos diminuiu”, explicou.
A governadora Rosalba Ciarlini havia definido o período de seis meses para que os problemas no Hospital Walfredo Gurgel fossem solucionados. Agora, sem um novo diretor, o secretário de Saúde espera que as pendências administrativas e de gerenciamento no hospital sejam reduzidas com a presença, dentro da unidade, de uma equipe da própria Sesap.
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