Superlotação persiste nos corredores do Walfredo

A realidade dentro do Walfredo Gurgel não muda. Independente das negociações quanto ao futuro da direção do hospital, os pacientes sofrem com a falta de leitos e estrutura da unidade. A superlotação persiste. Ontem, havia 99 doentes espalhados pelos corredores do hospital. Além destes, mais 41 pacientes ortopédicos aguardavam transferência para outras unidades médicas. E o mais preocupante: 32 pacientes em estado grave esperavam um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 
Magnus NascimentoNos corredores, a realidade não muda. Os doentes sofrem com a falta de leitos e de estruturaNos corredores, a realidade não muda. Os doentes sofrem com a falta de leitos e de estrutura

Para piorar a situação, setores importantes como o Centro Cirúrgico, Centro de Recuperação de Operadores (CRO) e a própria UTI enfrentam problemas nos condicionadores de ar. Alguns aparelhos estavam desligados e outros não funcionavam a contento. O problema, segundo alguns médicos, começou no fim de semana passado. O médico intensivista Sebastião Paulino utilizou uma rede social para denunciar a situação. "Sensação térmica que causa enorme desconforto. Assim está na UTI de adulto, na UTI pediátrica e em todo o bloco cirúrgico. Ninguém consegue usar jaleco, capote. Está impraticável o uso de EPI [equipamento de proteção individual]",  escreveu na noite da última terça-feira. 

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no hospital na manhã de ontem. Com a diretora da unidade, Maria de Fátima, visitamos alguns setores do local. "Fomos comunicados desse problema e já entramos em contato com a empresa que faz a manutenção dos aparelhos. Eles ficaram de vir ainda hoje [ontem] verificar os problemas", explicou a diretora.

No primeiro andar do prédio, onde fica a UTI, CRO e Centro Cirúrgico, os servidores reclamavam da situação. Na Central de Material, no mesmo pavimento, o problema é evidente. Há um condicionador de ar novo, recém-instalado, mas não funciona. O condicionador de ar central do hospital estava funcionando apenas no modo ventilação. A diretora coloca culpa na falta de manutenção do aparelho. "Esse ar condicionado existe desde que o hospital foi inaugurado e nunca passou por uma revisão completa. Por isso ocorrem esses problemas", disse.

Maria de Fátima contou ainda que o hospital adquiriu sete aparelhos novos. Eles foram instalados, mas alguns, como o da Central de Material, já apresentam problemas. "Não sei o que acontece. São novos, mas dão problema. É preciso ver uma solução", colocou. 

De acordo com o coordenador da UTI, Cairo Gonçalves, a situação no setor está "suportável". "O ar condicionado central não está funcionando, mas temos um outro aparelho que funciona bem. Por enquanto, está suportável. É possível trabalhar", explicou.

Leitos de UTI

Na semana passada, a governadora Rosalba Ciarlini visitou as obras de reforma e ampliação do hospital Giselda Trigueiro. A unidade vai contar com sete novos leitos de UTI de infectologia, sendo dois com isolamento para pacientes com risco de contaminação. A reforma conta ainda com a revisão geral das instalações elétricas e a instalação de um novo sistema de ar-condicionado central. Está sendo construído ainda uma estação de tratamento de esgotos.

A obra no hospital tem investimentos de R$ 2,2 milhões por parte de Governo do Estado, mais R$ 600 mil do Ministério da Saúde. Não há informações com relação a data de inauguração dos novos leitos.
da TN

Nenhum comentário:

Postar um comentário