Júnior Santos
Dos 56 km da malha férrea, até agora foram recuperados dois quilômetros, segundo a CBTU
A empresa responsável pela fabricação dos veículos leves que serão utilizados em Natal é a Bom Sinal Indústria e Comércio Ltda que venceu o processo licitatório em novembro do ano passado. Pela fabricação dos 12 VLTs, a empresa receberá R$ 144 milhões. A verba tem como origem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos.
Os veículos são fabricados em Barbalha-CE e, periodicamente, uma equipe da CBTU vai à fábrica conferir o trabalho. A mais recente visita ocorreu no último dia 18. O gerante operacional da companhia, George de Brito, foi ao local para constatar o andamento do processo de fabricação a fim de garantir o cumprimento dos prazos para entrega e a qualidade dos serviços.
Enquanto os veículos não ficam prontos, os trabalhos em Natal já começaram. Desde novembro do ano passado, o pátio da CBTU recebe material que servirá para recuperação da malha férrea. Até agora, foram recuperados dois quilômetros da malha que tem 56 km, no total. “Estamos mudando os trilhos, dormentes e caixa de brita do sistema”, disse João Maria.
A CBTU tem assegurado dez quilômetros de trilhos mais resistentes e 15 mil unidades de dormentes de concreto – que substituirão os dormentes de madeira. Falta dinheiro para adquirir o restante do material, pagar a mão de obra e reformar as estações de embarque e desembarque. Segundo o superintendente, são necessários mais R$ 60 milhões para os serviços. A verba não está assegurada. “Vamos conversar com a bancada federal potiguar e solicitar que eles encaminhem emendas para essas obras”, disse João Maria.
Cada VLT será constituído por três carros – com cerca de 18 metros de comprimento – e capacidade para 600 pessoas. Os veículos serão acessíveis para portadores de deficiência física, terão assentos preferenciais e ar condicionado.
CBTU e Semob vão estudar possibilidades de integração
A partir da próxima semana, a CBTU vai estudar com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) quais as possíveis possibilidades de integração dos dois sistemas públicos de transporte de passageiro: ônibus e trem. “E essa conversa começa com atraso. Deveríamos ter um planejamento elaborado há muito tempo”, ponderou o superintendente da CBTU.
Não está confirmado se a integração de fato vai existir. Uma das dificuldades é o valor cobrado por cada sistema. Enquanto a passagem de ônibus custa R$ 2,20, a passagem de trem custa R$ 0,50. Semob e CBTU também vão analisar como será feito as intervenções nas avenidas por onde o trem passa. Com o funcionamento integral do VLT, as viagens serão a cada 22 minutos. Como esse fluxo impactará no trânsito de Natal ainda é uma incógnita. A CBTU quer que a Semob apresente alternativas para os pontos onde o trilho corta as avenidas.
Quanto ao eixo Norte, ligando o conjunto de Nova Natal ao bairro da Ribeira, em uma extensão de 14,56 km, proposto para o PAC 2 - Mobilidade das Grandes Cidades, a CBTU não recebeu confirmação por parte do Governo do Estado acerca da execução do projeto. Em agosto do ano passado, o Governo anunciou que seis novos veículos VLTs fariam o transporte de até 50 mil passageiros por dia no eixo Norte. À época do anúncio, a titular da Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN), Kátia Pinto, informou que o investimento seria de R$ 136,5 milhões, onde R$ 74 milhões são do OGU e R$ 62,5 milhões serão financiados.
da TN
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