Proposta destaca indícios de que a medida foi elaborada para beneficiar só quatro empresas. Ex-assessor do Denatran é sócio de uma delas
A Câmara dos Deputados aprovou em Brasília, nesta semana, requerimento que acelera a tramitação de um projeto de decreto legislativo, o qual cancela a obrigatoriedade para que as autoescolas utilizem simuladores de direção em aulas. Com isso, o projeto será votado nesta semana que começa, diretamente no plenário da Câmara, sem passar pelas comissões da casa. A proposta é do líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
A ideia do sistema, de acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), é utilizar tecnologias de realidade virtual para o aprimoramento do processo de formação dos motoristas. Segundo o Ministério das Cidades, estudos preparados pelo Governo norte-americano comprovaram que a instrução no simulador de volante do carro pode reduzir pela metade o número de acidentes. Nos 24 primeiros meses após a obtenção da carteira de motorista, o equipamento ainda desenvolve as habilidades sensoriais e motoras do condutor, assim como os conhecimentos teóricos das regras de trânsito e o autocontrole emocional. Além disso, permitirá treinar os controles do veículo e se colocar em situações similares às que ocorrem em vias públicas antes das aulas práticas de volante.
No dia 11 passado, o Contran havia definido um novo prazo para a obrigatoriedade do uso do simulador de direção veicular nas autoescolas do País: 30 de junho.
A nova data foi fixada a fim de que os centros de formação de condutores possam promover as adequações necessárias para implantação do sistema e estabelecer uma nova estrutura curricular para formação do candidato à carteira nacional de habilitação (CNH), categoria B.
O Departamento Nacional de Transito (Denatran), órgão do Ministério das Cidades, solicitou à Universidade Federal de Santa Catarina (UFCS), em 2009, a elaboração de estudos a respeito do uso simulador de direção para complementar a formação dos condutores. Os pesquisadores concluíram que o equipamento treinará os motoristas fora das vias públicas, o que garantirá a sua integridade física e a do instrutor.
Sócio ex-Denatran
Uma das quatro empresas que podem dividir o mercado milionário de simuladores de direção para a formação dos motoristas tem como sócio um ex-assessor do Denatran que trabalhou no órgão quando essa exigência já era discutida. (da Folhapress)
O Povo
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