Apesar do recado do presidente do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, que declarou que conversa com PT e PSB para formação de uma chapa, o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) disse que a chapa Robinson Faria (PSD) para o governo e Fátima Bezerra (PT) para o Senado, “só não sai se Robinson e Fátima não quiserem”.
“Digo o seguinte: a chapa só não sai se Robinson ou Fátima não quiserem. Eu pessoalmente acho que essa caminhada que estamos fazendo, o PT com os demais partidos, está dentro dos nossos objetivos, que são a formação de palanque muito nítido para Dilma no Rio Grande do Norte. Se vai se concretizar ou não, até março a gente vai definir”, declarou.
Mineiro acrescentou que a aliança do PT com o PSD tem tido boa receptividade nas bases da legenda petista. “Temos boa receptividade na base do PT e vamos conversando dentro do partido. Amanhã PT e PSD vão estar juntos em Acari, com o deputado federal Vicentinho. Depois vamos a Mossoró. Estamos conversando”, disse.
O ex-presidente do PT potiguar admitiu, entretanto, que a sucessão estadual tem forte componente nacional. Ele disse que, por esse motivo, e por haver prazo, não é possível falar ainda em chapa formada. “Não tem chapa formada, estamos em processo de discussão e depende de fatores nacionais”.
Nos bastidores, a informação é de que Henrique poderá desistir de se candidatar à reeleição à Câmara dos Deputados, para concorrer ao governo do RN. Essa decisão favorece o PT nacional, que assumiria a Presidência da Câmara dos Deputados a partir de 2015. Nesse caso, o peemedebista potiguar ganharia pontos com a cúpula nacional do PT, que poderia intervir no diretório estadual do PT, em favor de Henrique.
“Não sou nem o Henrique nem o PT nacional para responder sobre isso. O que nós estamos fazendo aqui é seguindo a orientação do PT nacional, que é ter um palanque nítido com Dilma e Michel Temer, e não reforçar palanque das candidaturas adversárias. Sou um cumpridor de definições partidárias. Como não sou da direção nacional, nem Henrique, não posso falar sobre nada disso, estou seguindo a orientação”, disse o petista.
Mineiro reforça a candidatura de Fátima ao Senado e de Robinson ao governo. Para ele, “a coisa concreta que tem é que estamos debatendo com o PSD, o resto é especulação. E vamos conversar com outros partidos também”, afirmou, reafirmando que o PT não emprestará energia a palanque adversário do PT nacional. “Foi o PMDB que nos comunicou que a preferência do PMDB era para uma candidatura ao Senado de Wilma, e para aliança com partidos que têm outras candidaturas nacionais”, disse.
O ‘parlamentar do ano’ em 2013, conclui repetindo: “Só não teremos aliança se Robinson ou Fátima não desejarem. Nosso critério é público. Temos candidatura ao Senado. A única candidatura do governo que nós temos colocada é a do Robinson, que é da aliança nacional”.
“É mais que natural que o PDT nos apoie e indique o vice”
O deputado Mineiro considera “mais que natural” que o PDT, do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, e do prefeito de Parnamirim, Maurício Marques, apoie a chapa Robinson governo, Fátima Senado, inclusive indicando o vice. “Acho que é mais que natural que o PDT venha indicar o nome de vice, mas é uma decisão deles”, declarou o petista.
Nesta semana, o deputado estadual José Dias (PSD) sugeriu o apoio do PDT à chapa Robinson/Fátima, inclusive apontando um bom nome para vice: o deputado estadual Agnelo Alves (PDT). Segundo José Dias, Agnelo agregaria experiência administrativa e política à chapa e um eventual governo Robinson Faria.
“O apoio a essa chapa é uma decisão do PDT. Acho que tanto Fátima tem dado grande contribuição ao PDT local, como também Robinson foi um apoiador de primeira hora da candidatura de Carlos”, disse Mineiro, repetindo as palavras de Robinson em entrevista recente a uma emissora de rádio, afirmando que o apoio do pedetista ao grupo, além de consolidar um palanque, seria coerência.
O próprio Agnelo se manifestou sobre a possibilidade de vir a ser indicado vice na chapa do PT com o PSD. Segundo ele, em entrevista publicada ontem no Jornal de Hoje, eventual indicação do seu nome seria do partido, e que ele seguirá a orientação do PDT.
Mineiro disse que o PT está discutindo questões programáticas, mas que o partido irá fazer isso a partir de agora ao lado do PSD. “Vamos discutir os programas e propostas para o Estado em reuniões conjuntas para discutir projetos. Isso é o que eu, Mineiro, defendo”. PT e PSD lançaram uma agenda conjunta, com cronograma de encontros regionais.
do JH
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