Todos os últimos ex-governadores do Rio Grande do Norte, de quatro décadas para cá, apoiarão a candidatura do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) a governador do Estado, desde Lavoisier Maia (PSB), passando por José Agripino (DEM), Geraldo Melo (PMDB), Vivaldo Costa (Pros), Garibaldi Filho (PMDB), Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira de Souza (PSB), deixando de fora apenas Fernando Freire, que está fora da política.
A constatação é do deputado estadual Fernando Mineiro (PT). Segundo ele, o palanque em torno do presidente da Câmara dos Deputados representa a “síntese dos últimos 40 anos, síntese de onde o nosso estado chegou”, afirmou, em entrevista ao Jornal de Hoje.
“Na verdade, o palanque que está se montando em torno de Henrique é o palanque da síntese dos últimos 40 anos. Tem o apoio de todos os ex-governadores, de Lavoisier até hoje. É a síntese de onde o nosso estado chegou”, afirmou Mineiro, defendendo a necessidade de se debater novos rumos para o Estado. “Precisamos montar outro padrão de debate e buscar alternativas. E é isso que nós estamos construindo, o PT e o PSD”, afirmou o petista.
Ao falar de alternativas, Mineiro se refere à chapa que deverá ser apresentada pela oposição, liderada pelo vice-governador Robinson Faria (PSD), como candidato a governador, e pela deputada federal Fátima Bezerra (PT), candidata ao Senado Federal. Segundo ele, o objetivo do grupo será “furar esse cerco que está sendo montando de uma unanimidade que será muito negativa para o RN. Unanimidade que não discute, não debate os problemas”.
Mineiro é o segundo deputado estadual que se pronuncia de modo negativo em relação ao passado recente do Rio Grande do Norte. O primeiro foi o deputado José Dias (PSD). A tese de ambos é que, nas quatro últimas décadas, o estado não soube driblar as dificuldades e desenvolver a contento. Para chegar a tal conclusão, basta comparar o RN aos vizinhos estados de Pernambuco e Ceará e, mais recentemente, da própria Paraíba. “Não é critica, é constatação”, afirma Mineiro.
ROBINSON
O deputado Fernando Mineiro confirmou a candidatura de Robinson a governador do Rio Grande do Norte. Ele criticou setores da mídia e da própria classe política, que estariam fomentando boatos de desistência do líder estadual do PSD. “A política está tendo como combustível a fofoca, em vez de debater os problemas do Estado”, afirma. “A resposta que nós temos é a programação entre PT e PSD, para conversar com os filiados na região”.
Nesta terça, o PT divulgou a agenda de trabalho conjunta com o PSD para o mês de abril, quando estão previsto encontros regionais em todo o Estado. As reuniões terão como objetivo debater os desafios e potencialidades de cada região e construir um projeto político-administrativo para o Rio Grande do Norte. “Vamos sair conversando com o PT e com o PSD em todo o Estado, trabalhando a chapa Robinson e Fátima”, disse o petista.
Intituladas “Encontros regionais: construindo um novo Rio Grande do Norte”, as reuniões entre PT e PSD terão início no dia 5 de abril nas cidades de Apodi e Assú. Já no dia 6 de abril, os integrantes do PT e PSD seguem para o Agreste, com o Encontro Regional em Monte Alegre. No dia 10 de abril, o debate ocorrerá em São Gonçalo do Amarante e no dia 11, em Ceará-mirim. As datas dos próximos encontros serão divulgadas em breve.
“Cimento que dá unidade no palanque é a desconfiança e o medo”
O deputado Fernando Mineiro afirmou que o Rio Grande do Norte se modernizou, não é mais um estado sob o jugo de grupos políticos. “O estado se modernizou, não tem mais estado encabrestado, que uma só visão domina. Tem claro ainda um grande domínio da política tradicional, mas houve mudança e nós acreditamos nela”, disse o petista, defendendo uma reorganização do Estado, o que deve ser feito via propostas.
“Precisamos reorganizar o Estado e acho que o nosso sucesso está ligado diretamente à nossa capacidade de apresentar propostas para o Estado. O que sinto é que tem um amplo espaço para crescer. Porque em todos os lugares existem no mínimo dois lados. Por mais que se faça um acordo de gabinetes, quando chegar à vida como ela é, nós vamos ter reações. As pessoas vão mudar e se posicionar de forma diferente”, observou.
DESCONFIANÇA
Ainda segundo Mineiro, a chapa Robinson e Fátima leva vantagem no atual processo eleitoral em construção porque no palanque adversário “o cimento que dá unidade é a desconfiança e o medo”. Na sua avaliação, o palanque do deputado Henrique e da vice-prefeita Wilma de Faria “é formado não porque se tem propostas, mas porque um tem medo do outro”.
Mineiro critica ainda o móvel da unidade política adversária, que teria como objetivo “ratear os espaços” entre eles. “Fizeram um acordo para poder ratear os espaços. Como isso refletirá na população? Vamos saber. O debate está aberto”, analisa.
do JH
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