Carlos Eduardo anuncia extinção do abono salarial

Daísa Alves
repórter

A Prefeitura do Natal decidiu ontem acatar a proposta dos grevistas em eliminar o abono salarial. Até o dia anterior, quinta-feira, 15, a proposta era de reposição salarial de 5,68% de reajuste, com a manutenção do abono salarial. “Discutimos mais e  decidimos eliminar o abono salarial, com o reajuste de 5,68%. Com este o anúncio, esperamos o fim da greve”, declarou o prefeito Carlos Eduardo. Os servidores públicos municipais, que estão em greve há mais de 40 dias, haviam rejeitado a proposta. Eles pedem um reajuste de 18% com eliminação do abono salarial.
A nova proposta foi anunciada ontem, em coletiva de imprensa, após reunião, à portas fechadas, entre o prefeito Carlos Eduardo Alves, vereadores e secretários municipais da Administração, e Planejamento e Finanças. Segundo o prefeito, desde a noite de ontem, uma equipe avaliava a planilha financeira do Município, a fim de procurar condições de atender a questão do abono. 

Para atender esta nova proposta, relatou o prefeito, será necessário “racionalizar os gastos”. Despesas com diárias, gasolina, viagens, serão cortadas para viabilizar o pagamento do reajuste com o fim do abono. No total, a efetivação da proposta, negociada durante o ano de 2014, gera um custo mensal de R$ 2.715 milhões, causando um impacto anual de R$ 16.232 milhões. Somente para possibilitar o fim do abono, a Prefeitura desembolsará ao mês R$ 500 mil, contabilizando R$ 6.5 milhões ao ano. Dos 17 mil servidores ativos da Prefeitura do Natal, mais de 8 mil, abarcados no plano geral, serão beneficiados pelo reajuste.

Dado o novo passo em relação a negociação, o prefeito também colocou que se caso os grevistas não retornarem ao trabalho, irá cortar os pontos, a partir desta próxima segunda-feira, 19. Ele também enfatizou que nunca teria interrompido o diálogo com os servidores. “Permanentemente havia uma comissão recebendo os representantes sindicais, discutindo a política salarial e reajustes”, disse. 

Para Soraya Godeiro, presidente do  Sindicato dos Servidores de Natal (Sinsenat), apesar de não ter conhecimento formal sobre a proposta anunciada, ela avalia como positivo, e um avanço nas negociações. “O que a gente quer agora é que a Prefeitura chame as entidades sindicais e apresente essa proposta, que só tivemos conhecimento pela mídia”, disse. Quanto ao corte de pontos, ela enfatiza sobre a legalidade da greve e diz que “não vai ser com pressão, ameaça que a greve terá fim. A greve é um direito constitucional”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário