Apresidenta Dilma Rousseff reagiu de forma “consternada e indignada” à execução do brasileiro Marco Archer na Indonésia, na tarde deste sábado (17). Ele foi preso, em 2003, ao tentar entrar no país asiático com 13 quilos de cocaína. Archer foi condenado por tráfico de drogas um ano depois.
Em nota divulgada logo após a execução do brasileiro, o Palácio do Planalto informou que a presidenta chamou Paulo Alberto da Silveira Soares, embaixador do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia, para consultas.
Além disso, a presidenta se solidarizou com a família de Archer e condenou a utilização da pena de morte no país asiático. “O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países”, informou o governo.
A nota relembra os pedidos de clemência negados pelo presidente da Indonésia, Joko Widodo. Dilma apelou, nesta sexta-feira (16), ao colega do país asiático para tentar impedir a execução.
No entanto, o assessor especial para assuntos internacionais do Brasil, Marco Aurélio Garcia, informou que não houve “sensibilidade” por parte do governo indonésio.
Segundo Garcia, nos últimos 10 anos, o Brasil enviou seis cartas ao governo da Indonésia. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou duas e Dilma, quatro. O governo brasileiro também solicitou intervenção do papa Francisco no caso.
Além de Archer, outro brasileiro deve ser executado na Indonésia. Rodrigo Muxfeldt foi preso e condenado, em 2004, por tráfico de drogas, e também está no corredor da morte.
Leia a nota, na íntegra:
A Presidenta Dilma Rousseff tomou conhecimento – consternada e indignada – da execução do brasileiro Marco Archer ocorrida hoje às 15:31 horário de Brasília na Indonésia.
Sem desconhecer a gravidade dos crimes que levaram à condenação de Archer e respeitando a soberania e o sistema jurídico indonésio, a Presidenta dirigiu pessoalmente, na sexta-feira última, apelo humanitário ao seu homólogo Joko Widodo, para que fosse concedida clemência ao réu, como prevê a legislação daquele país.
A Presidenta Dilma lamenta profundamente que esse derradeiro pedido, que se seguiu a tantos outros feitos nos últimos anos, não tenha encontrado acolhida por parte do Chefe de Estado da Indonésia, tanto no contato telefônico como na carta enviada, posteriormente, por Widodo.
O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países.
Nesta hora, a Presidenta Dilma dirige uma palavra de pesar e conforto à família enlutada.
O Embaixador do Brasil em Jacarta está sendo chamado a Brasília para consultas.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias
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