
A vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, Fátima Bezerra cobrou do governo interino que sejam corrigidas imediatamente as alterações feitas na biografia de Paulo Freire, na Wikipedia. Na última quinta-feira (28), o verbete que traz a biografia do educador foi alterado por um computador do Serpro, órgão do governo federal. A “nova biográfica” descreve Paulo Freire como um “doutrinador da ideologia marxista” nas escolas e nas universidades.
“É inaceitável que os ataques feitos ao Patrono da Educação brasileira, Paulo Freire, a partir de uma rede de computadores sob responsabilidade do próprio Estado brasileiro, sejam ignorados e fiquem sem os devidos esclarecimentos. Espero, sinceramente, que o Governo biônico, interino, dê uma resposta, porque isso é revoltante. Não estamos aqui falando de uma pessoa qualquer, mas de um homem cuja biografia, cuja história, cuja trajetória, emocionou não só o Brasil, mas o mundo”, afirmou.
Fátima leu ainda carta escrita pela viúva do patrono da educação brasileira ao presidente interino, Michel Temer. No documento, Nita Freire afirma que é inconcebível que, em uma sociedade democrática, se divulguem frases carregadas de ódio e de preconceito. “ Enquanto intelectual e jurista, o meu marido jamais praticou nenhum ato e nunca escreveu nenhuma palavra das quais se pudesse, em sã consciência, outorgar-lhe a pecha de doutrinador marxista e homem de princípios filosóficos e educacionais fracos e débeis, acusações contidas na nova biografia agora publicada pela Wikipedia. (...) Contando com Vossa compreensão e interferência para que se restabeleça a justiça e a verdade”, solicitou.
Em aparte, o vice-presidente do senado, Jorge Viana, declarou que “Paulo Freire merece o respeito de todo o Brasil, porque é parte da educação no Brasil e no mundo”.
Fátima também saudou a iniciativa do ex-ministro da educação, Aloizio Mercadante, que cobrou do governo biônico apurações sobre o caso. Mercadante declarou que é "inadmissível que os ataques feitos ao patrono da educação brasileira, a partir de uma rede de computadores sob responsabilidade do #stado brasileiro, sejam ignorados e fiquem sem os devidos esclarecimentos".
Foto: Alessandro Dantas
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