Aldair DantasElânia Jales, enfermeira: estratégias para driblar preços altos
O preço da passagem aérea está entre os cinco itens que mais impactaram a elevação do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas, em novembro, quando o IPC-S atingiu 0,45%. Os dados são da FGV, que mostra que a variação da passagem aérea saiu de 7,96% para 11,3%.
Os motivos vão desde o aumento de fluxo de passageiros, que em geral sobe 20% neste período do ano, até os custos e reajustes de combustível, que estão sendo repassados pelas companhias aéreas para o consumidor final, explica a presidente da Abav/RN, Diassis Rosado Holanda.
Para os destinos mais buscados neste período, como Brasília, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, "seja para diversão, férias ou negócios," o peso no bolso pode superar em 60% os valores pagos na baixa estação. E mais, a alta no preço deve perdurar até o carnaval, em fevereiro.
Segundo a presidente da ABAV não se encontra mais passagem (ida e volta) para São Paulo ou Rio de Janeiro na faixa de R$ 800 a R$ 1,2 mil, como praticado há três meses. Os valores estão na casa dos R$ 2 mil a R$ 2,5 mil, para esses trechos, dependendo da data buscada. "Para Brasília, que tem alta demanda de turismo de negócios, você gasta R$ 4 mil", afirma.
Um dos destinos mais procurados, Gramado (RS), está com tarifas aéreas por R$ 1,8 mil a R$ 2 mil (ida e volta), contudo não há mais vagas em hotéis. "Quando se consegue hospedagem, sai por R$ 3,5 mil o período de cinco dias. Ou seja, somando hospedagem e passagem aérea para o Natal Luz, sai mais caro do que ir pra Portugal", afirma a gerente de Turismo da Arituba, Anne Lorene Oliveira. O pacote de seis noites para Lisboa (aéreo, hospedagem, tranfer, city tour e seguro) é comercializado em torno de R$ 3,9 mil.
Isso faz com que o potiguar faça opção por destinos fora do Brasil, analisa a gerente da Aerotur, Anne Lorene Oliveira. Entre os principais destinos mais procurados estão Argentina, Estados Unidos, Portugal e França.
Consumidores recorrem a milhas para economizar
Para se livrar do preço alto, a enfermeira Elânia Jales, tem optado por comprar milhagem. "Voltei agora do Rio (de Janeiro) neste sistema. Está tudo caríssimo. Comprei Bolívia, para o início de janeiro, com preço de dois meses atrás, também com milhas", afirma.
Além do preço alto, o consumidor vai enfrentar a falta de vagas. Boa parte dos voos, em horários mais habituais para o período de Natal e Réveillon, já estão esgotados, sobrando vagas para as madrugadas - com preços mais acessíveis.
Na Gol, segundo pesquisa em guichê, o voo direto para o Rio de Janeiro, no dia 31, ainda se encontra o trecho por R$ 500. Já para o dia 25 de dezembro, à tarde, o trecho está por R$ 940.
Viagens internacionais
Mesmo com pacotes 25% mais caros do que para quem se programou e comprou os pacotes no início das vendas, em julho e agosto, o movimento nas agências de viagem está intenso nesse período. Entre os principais destinos mais procurados no exterior estão Argentina, Estados Unidos, Portugal e França. Entre os domésticos Gramado (RS), Rio de Janeiro e resortes no litoral nordestino.
A procura confirma a tendência indicada pelo Índice de Potencial de Consumo (IPC Maps 2012), de que os gastos dos potiguares com viagens nacionais e internacionais devem aumentar 45,5%, entre 2010 e 2012 - o segundo maior crescimento do Nordeste e superior a média nacional estimada em 25,8%. Os dados são do estudo realizado pela IPC Marketing Editora, empresa especializada no cálculo de índices do mercado de consumo, divulgado e mostrado em junho pela TN.
A migração e fortalecimento dos consumidores da classe C somado a melhoria no poder aquisitivo do brasileiro são apontados por Diassis Rosado Holanda, presidente da Abav/RN como motivadores desse bom desempenho do setor.
Ministério vê suposto abuso e irregularidades
Brasília - A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça disse ontem que, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, instaurou processo administrativo contra a TAM Linhas Aéreas S.A. para apurar supostas irregularidade e prática abusiva pela exigência feita ao consumidor de assinatura de Termo de Isenção de Responsabilidade para bagagens rotuladas como frágeis pelo próprio consumidor.
O Departamento concluiu que há indícios de infração aos direitos básicos do consumidor e de prática comercial abusiva no fornecimento do serviço. Segundo o Diretor do DPDC, Amaury Oliva, "a empresa aérea não tem o direito de exigir a assinatura de qualquer termo que isente sua responsabilidade. É dever do fornecedor prevenir e reparar todos os danos causados ao consumidor".
A TAM tem dez dias, a partir do recebimento da notificação, para apresentar defesa. Se for constatada infração, poderá ser multada em até R$ 6,2 milhões, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor. A abertura do processo administrativo está publicada no Diário Oficial da União de ontem (07/12).
da TN
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