Cardeais conservadores questionam ensinamentos do Papa e o acusam de heresia

Os ensinamento do papa Francisco vem abalando um grupo de cardeais da Igreja Católica, que acusam o pontífice de confundir os fiéis sobre alguns assuntos considerados muito importantes para os católicos. O papa chegou, inclusive, a ser acusado de “heresia”.
Nessa segunda-feira (14), os sacerdotes tornaram públicos os questionamentos enviados ao papa em carta entregue em setembro, assinada por quatro cardeais, que dizem querer esclarecer as dúvidas ou imprecisões relacionadas “à integridade da fé católica”. No entanto, o papa, até o momento, não teria dado nenhuma resposta.
Na carta, o papa Francisco é questionado sobre encorajar a Amoris Laetitia (Alegria do Amor), documento lançado por ele, em abril deste ano, que é tratado como um guia para a vida em família, buscando abrir novas portas para católicos divorciados, além de propor que a Igreja se torne mais tolerável sobre essa questão e aceite algumas realidades da sociedade contemporânea.
O capítulo oito de Amoris Laetitia é a que mais causou alvoroço entre os conservadores por falar sobre a possibilidade da comunhão entre divorciados, que voltam a se casar em cerimônias civis sem a anulação da união religiosa. O casamento após uma separação é proibida há séculos pela Igreja, chegando a ser considerado um ato de adultério.
Os cardeais alegam que foi criada uma “grave desorientação e confusão entre os fiéis” dando brechas a “interpretações contraditórias” sobre o amor. Segundo a BBC, especialistas acreditam que os cardeais não escolheram tornar a carta pública agora por acaso. A decisão teria ocorrido após o vazamento de uma correspondência do papa com bispos de Buenos Aires, sua terra natal, em que ele sugere uma interpretação do seu tratado, que, não altera a doutrina católica, mas abre espaço para que os bispos interpretem conforme a cultura local de cada país e avaliem os casos separadamente.

Entre os sacerdotes que assinaram a carta, estão os alemães Walter Brandmüller e Joachim Meisner, o italiano Carlo Caffarra e o norte-americano Raymond Leo Burke, sendo este o único que ainda não se aposentou. Ainda segundo a BBC, eles teriam negado que a situação se trata de um ataque “conservador” contra setores “progressistas” da Igreja, ou uma “tentativa de fazer política” ou de se rebelar contra o papa.
Fonte: Jornal de Brasília

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