FARRA DE CABRAL EXPLODE NO COLO DOS SERVIDORES

Preso por cobrar propina de 5% em obras públicas e provocar um prejuízo de R$ 224 milhões ao governo estadual, segundo o Ministério Público, o ex-governador Sergio Cabral, do PMDB, será definitivamente o símbolo da falência do Rio de Janeiro; numa viagem célebre a Mônaco e a Paris, quando ainda era governador, Cabral fez farras com seus secretários, teve presentes de luxo bancados pelo empreiteiro Fernando Cavendish e agora, com o Rio quebrado, seu sucessor Luiz Fernando Pezão tenta cobrar 30% do salário dos servidores e fechar restaurantes populares; não por acaso, a Assembleia Legislativa do Rio tem sido cercada nos últimos dias e Cabral, que recebia mesadas de R$ 350 mil da Andrade e de R$ 500 mil da Carioca, quase foi agredido quando a viatura da Polícia Federal o conduzia à prisão; com os esquemas de Cabral revelados, Pezão dificilmente conseguirá levar adiante seu ajuste fiscal

Rio 247 – Em 2009, quando ainda era governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral protagonizou uma farra histórica na Europa. Acompanhado de seus secretários, esteve no Hotel Ritz, em Paris, quando todos jantaram, beberam, farrearam e colocaram guardanapos na cabeça. Em Mônaco, ele já havia jantado no célebre restaurante de Alain Ducasse, um dos mais prestigiados chefes da Europa, e presenteou a esposa Adriana Ancelmo com um anel de R$ 800 mil. Só recentemente, soube-se que o anel foi dado por Fernando Cavendish, o empreiteiro dono da Delta, que mantinha relações extremamente próximas com Cabral.

Sete anos depois, nesta quinta-feira, Cabral foi preso, assim como alguns de seus secretários, acusados de cobrar propina de 5% em obras públicas, provocando prejuízos de R$ 224 milhões ao governo estadual (leia mais aqui). E isso apenas em contratos com a Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia – os contratos com a Delta e a Odebrecht ainda não foram totalmente esquadrinhados.

Detido por decisão do juiz Marcelo Bretas, que conduz a Lava Jato no Rio e condenou o almirante Othon Pinheiro a mais de 40 anos de prisão, Cabral corre o risco de sofrer uma condenação praticamente eterna. E ele tem tudo para se tornar o símbolo da crise do Rio de Janeiro, cujo governo, administrado por seu sucessor Luiz Fernando Pezão, praticamente faliu (leia mais em "Quebra do Rio terá seu vilão: Sergio Cabral").

Sem receita para pagar os servidores, Pezão quer instituir uma taxa previdenciária de 30% sobre os vencimentos, cortar investimentos e fechar até os restaurantes populares, onde são servidas refeições por R$ 1.

Com os esquemas de Cabral revelados, o ajuste fiscal de Pezão dificilmente será implementado. Nos últimos dias, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro tem sido cercada por servidores revoltados. Nesta manhã, a viatura da Polícia Federal foi cercada por manifestantes que pretendiam agredir Cabral.

De acordo com o Ministério Público, Cabral recebia mesadas de R$ 350 mil da Andrade Gutierrez e de R$ 500 mil da Carioca Engenharia, além de "taxas de oxigenação", que eram pagas aos secretários. Pezão quer passar a conta para os servidores, mas não terá sucesso em sua empreiteitada.

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