Em Nova Cruz-RN, amigos lembram momentos com Gil: 'É meu herói'

RN - velório Gil Chapecoense Nova Cruz (Foto: Andrea Tavares/G1)
Uma grande comoção toma conta da rua onde morava o volante Gil, morto no acidente da Chapecoense. Amigos de infância e familiares relembram, consternados, os momentos passados com o jogador. O corpo de Gil será velado na tarde deste domingo, em Nova Cruz, distante 93km de Natal.
Sentados nas calçadas, os moradores prestam suas homenagens, com camisas verdes, velas e cartazes, e compartilham o sentimento de luto. Elthon John, amigo de infância de Gil, relembra o dia em que o jogador salvou sua vida: "Gil é meu herói, não só por ter me salvado de um afogamento quando tínhamos 10 anos, mas também pelo exemplo que ele era", se emociona.

Pedro Júnior, que também estava no dia do salvamento, conta que Gil era um amigo dedicado, amoroso e muito querido em toda a cidade. "Era um homem correto, de bem, só trazia orgulho para a cidade, perdemos um filho, um amigo, um irmão", conta. Pedro se emociona cada vez que passa pelo campinho, onde jogou inúmeras vezes com Gil. "Éramos uma turma imensa, só ficou a saudade".
Tarcísio Batista, amigo de infância do jogador, dividiu campinhos e gramados quando criança, com Gil. O servente de pedreiro conta que recebeu a notícia quando chegou no trabalho, ficou sem reação e teve que ir para casa. "O último contato que tive com meu amigo foi no começo do ano. Quando soube da notícia não consegui acreditar, fiquei sem reação". Tarcísio ainda não conseguiu visitar a família do amigo, mas mostra, com orgulho a camisa da Chapencoense que Gil o presenteentou. "Infelizmente isso aconteceu, a hora de cada um, só Deus sabe", fala consternado. 
Entre lágrimas, a vizinha da casa de Gil, Tânia Cristina, conta que ainda não reuniu forças suficentes para prestar solidariedade à familia do jogador. "Recebi a notícia ainda na madrugada, mas não conseguimos acreditar. Faltam forças, a ficha ainda não caiu", conta.
RN - velório Gil Chapecoense Nova Cruz - David sobrinho (Foto: Andrea Tavares/G1)
Segundo amigos e familiares, anualmente Gil visitava a cidade. Trazia camisetas dos times, bolas, presentes para as crianças da comunidade e festejava com a cidade. Com dificuldade, o sobrinho, David, de 16 anos, conta que quer seguir os passos do tio. "Já prometi a minha família, vou honrar a carreira do meu tio. Ele é um exemplo para mim". O menino, que joga na categoria sub-20 do América-RN, conta que se sentiu mal durante a noite, e foi avisado pelo pai, Geraldo, irmão de Gil, que o avião que levava seu tio havia caído. "Eu fiquei sem chão, agora só me restam forças para seguir os passos do meu tio", diz, entre lágrimas.

Do G1 RN

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