Nota sobre depoimento do ex-zelador do Condomínio Solaris

Site de Lula divulgou nota questionando apresentação do depoimento pelo JN; zelador afirmou nunca ter visto qualquer documento que comprove acusações
O site do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva divulgou nota sobre o depoimento do ex-zelador José Afonso Pinheiro, do Edifício Solaris, no Guarujá, onde está localizado o apartamento tríplex falsamente atribuído ao ex-presidente nesta sexta-feira (16).

Apesar de acusar Lula de ser dono do apartamento, sob alegação de que “todos sabiam”, zelador não apresentou qualquer prova e disse nunca ter visto um documento que atestasse a propriedade do apartamento pelo ex-presidente, ou tratado com a família nenhuma questão referente a unidade; e que quando havia qualquer questão referente a unidade, ele fazia contato com funcionária da empresa OAS, dona do imóvel.

Descontrolado, Pinheiro chegou a ofender Lula e seus advogados, os qualificando de “lixo”, não sendo repreendido pelo juiz. Muito pelo contrário, ao término da audiência, o juiz Moro pediu “desculpas” ao depoente sob o pretexto de que foi Pinheiro o ofendido.

O ex-funcionário nem mesmo poderia ter sido ouvido como testemunha, visto que se lançou candidato em 2016, aproveitando-se da fama obtida pelo episódio. Os advogados de Lula divulgaram nota para ser lida no Jornal Nacional.

Nota dos advogados de Lula que o JN não leu na íntegra

“Um juiz imparcial jamais teria ouvido o Sr. José Pinheiro como testemunha porque, como filiado a partido político e candidato a vereador em Santos (SP), ele fez campanha usando dos fatos em discussão no processo. Muito menos um juiz imparcial teria permitido que uma testemunha, diante de perguntas objetivas e feitas em tom cordial, respondesse com insultos a Lula e a mim como seu advogado, ao mesmo tempo em que fazia declarações de cunho subjetivo e sem qualquer valor jurídico. O mais grave ainda é que o juiz do caso, além de pedir “desculpas” à testemunha após ela agir dessa forma desrespeitosa, ainda lançou a mim descabidas provocações após o áudio da audiência ser desligado. 0 assunto e as provas correspondentes serão encaminhados à OAB para as providências cabíveis.

Cristiano Zanin Martins”

Importante registrar que o Jornal Nacional incorreu em erro factual ao afirmar que o juiz Moro teria “cortado o áudio” da testemunha. Isso jamais ocorreu. Foi permitido que a testemunha fizesse diversos insultos a Lula e aos seus advogados sem intervenção eficaz de Moro. O Sr. José Pinheiro estava assistido por dois advogados durante o seu depoimento.

Veja abaixo comentário de Cristiano Zanin Martins sobre depoimentos:

Encerrado o depoimento de todas as 27 testemunhas listadas pelo Ministério Público Federal, nenhuma confirmou a tese dos procuradores de que Lula teria recebido um apartamento como propina por obras nas Petrobras.

Nenhuma testemunha, incluindo 11 delatores da Lava Jato, relacionou o ex-presidente a qualquer desvio nos contratos da Petrobras listados pela denúncia como a origem dos desvios.

Depoimento a Moro

Afonso José Pinheiro, ex-zelador do edifício Solaris, depôs nesta sexta-feira (16) na Justiça Federal de Curitiba, no processo sobre apartamento no Guarujá (SP) que procuradores afirmam ser “propriedade oculta” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O juiz Sérgio Moro, que preside o julgamento, impediu que a Defesa perguntasse ao depoente, que foi candidato à vereador em 2016 pelo Partido Progressista (PP), se ele mencionara o ex-presidente em seus discursos de campanha, ou se ele apoiara candidato a prefeito de algum partido de oposição ao Partido dos Trabalhadores na última eleição. Moro também proibiu perguntas da Defesa sobre falas públicas de Afonso sobre Lula.

O ex-zelador afirmou que tinha contatos pessoais com todos os moradores das quatro torres, para resolver problemas nos apartamentos. Mas, que no caso do Apartamento 164-A, esse contato não era com a família de Lula, mas com a OAS, que é a proprietária de fato e de direito do imóvel.

“Quando tinha problemas na unidade 164-A, eu entrava em contato com a engenheira Mariuza”, afirmou, referindo-se a funcionária da OAS que detinha as chaves do imóvel e que já testemunhou em juízo que nem Lula nem sua família jamais tiveram acesso à chave.

O zelador também disse nunca ter visto um documento que atestasse a propriedade do apartamento pelo ex-presidente, ou tratado com a família de Lula nenhuma questão referente a unidade, que quando havia qualquer questão referente a unidade, ele fazia contato com funcionária da empresa OAS Empreendimentos, que construiu o prédio e é a proprietária do apartamento. Fato reconhecido inclusive pelo condomínio, que processa a empresa por parcelas atrasadas de taxas condominiais do tal triplex, e pela Justiça de São Paulo, que reconhece nessa ação a OAS Empreendimentos como proprietária do imóvel. E que os corretores diziam como propaganda de venda de apartamentos no prédio que Lula era proprietário de uma unidade.

Afonso José Pinheiro disse ainda que Igor Pontes, da OAS, o repreendeu por dizer que o apartamento era do ex-presidente Lula, e não dizer que era da OAS.

Fatos x boatos

Também foi ouvida na sexta como testemunha da Acusação Rosivane Soares Cândido, engenheira da construtora Talento que trabalhou na reforma do apartamento do Guarujá.

Rosivane confirmou ter presenciado a visita de Dona Marisa Letícia e do filho do ex-presidente uma única vez ao imóvel. Disse também que ouviu da OAS que Lula seria um “cliente em potencial” do imóvel, e que ouviu boatos de comerciantes e trabalhadores do local, como o ex-zelador, de que Lula seria o proprietário da unidade.

Já falando a respeito de fatos, a testemunha afirmou que jamais viu qualquer documento que comprovasse tais boatos, e que sua empresa foi contratada para fazer a reforma pela real proprietária do apartamento, a construtora OAS.

Da redação da Agência PT 

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