Corpo de Bombeiros resgata presos feridos de Alcaçuz


20/10: Bombeiros resgatam preso ferido da Penitenciária de Alcaçuz (Foto: Elias Medeiros)
O Corpo de Bombeiros começou por volta das 14h30 desta sexta-feira (20) uma operação de resgate na Penitenciária de Alcaçuz. Três presos foram socorridos pela corporação. Um deles foi baleado. É o sétimo dia de rebeliões no presídio, o maior do estado, onde 26 morreram no sábado (14).
Como o único portão que faz a comunicação entre a área interna e externa da prisão está fechado, os bombeiros içaram uma maca por cima do muro e a baixaram do lado de dentro de Alcaçuz para retirar os feridos.
Nesta sexta (20), cinco presos do PCC se negaram a sair de Alcaçuz para progressão do regime fechado para o semiaberto. Outros onze detentos foram levados de Alcaçuz para o Complexo Penal João Chaves, onde deverão cumprir o semiaberto. Nesta situação, eles passam o dia fora da unidade e só voltam para dormir. Um outro preso saiu pela porta da frente de Alcaçuz em cumprimento a um alvará de soltura.
20/10: Preso baleado foi resgatado na Penitenciária de Alcaçuz (Foto: Elias Medeiros)
Confronto
No último final de semana, uma rebelião deixou 26 mortos na Penitenciária de Alcaçuz, e mais detentos morreram em outro confronto entre as facções na quinta-feira (19). O número de vítimas não foi informado.
No fim da tarde da quinta, a Polícia Militar entrou no presídio e retirou pelo menos três presos, que saíram da unidade em ambulâncias.

A estratégia do governo para separar as facções será construir uma barreira física para separar as facções, segundo o comandante-geral da PM do estado, coronel André Azevedo. A parede seria feita de contêineres provisoriamente. "Isso é urgente e necessário", disse.

Ao G1, ele contradisse o a fala do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), que deu entrevista à GloboNews nesta quinta (19). Segundo o governador, seria feito um "paredão humano" para separar os presos.
Onda de violência
Desde quarta-feira, uma série de ataques criminosos varreu Natal e outros oito municípios do Rio Grande do Norte. Até o momento, 26 ônibus e micro-ônibus, cinco carros do governo do estado e das prefeituras, quatro delegacias e outros três prédios públicos foram atacados.

Homens do Exército, Marinha e Aeronáutica chegaram a Natal pela manhã para reforçar a segurança dos moradores. O emprego dos militares foi autorizado pelo presidente Michel Temer. Ao todo, 1,8 mil homens vão integrar a Operação Potiguar 2 até o dia 30.

Desde segunda, o governo do Rio Grande do Norte mantém contato com os chefes de facções para tentar retomar o controle de Alcaçuz. O secretário de Segurança Pública e Defesa (Sesed), Caio Bezerra, disse que as facções foram informadas de que a polícia não iria mais permitir confrontos entre criminosos.
Sem grades
Inaugurada em 1998 com foco na "humanização", a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, está sem grades nas celas desde uma rebelião em março de 2015. Com isso, os presos circulam livremente e os agentes penitenciários se limitam a ficar próximos à portaria. O complexo, no município de Nísia Floresta, na Grande Natal, tem capacidade para 620 pessoas, mas abriga o dobro de presos (veja como funciona Alcaçuz).
19/01 - Presos são vistos durante um confronto de facções na penitenciária de Alcaçuz, perto de Natal, no Rio Grande do Norte (Foto: Josemar Gonçalves/Reuters)

Do G1 RN

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