O Pavilhão 5 de Alcaçuz, oficialmente chamado de Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga, deverá ser desativado juntamente com todo o complexo prisional de Alcaçuz, conforme anunciado pelo Governo do RN. Esse pavilhão, inaugurado em dezembro de 2010, custou cerca de R$ 11 milhões aos cofres públicos e foi construído seguindo modelo americano de segurança.
Diferentemente dos outros pavilhões, o Rogério Coutinho Madruga foi erguido com a preocupação de evitar fugas por túneis. A base dele é formada por uma sub-base de brita, uma cobertura de lona preta para evitar que a umidade suba e infiltre, bem como uma camada de concreto de 12 centímetros e, por último, o piso propriamente dito da cela, com dez centímetros de espessura.
Para reforçar ainda mais essa estrutura, o concreto usado no novo pavilhão tem um fck de 80MPA. A fck é a medida que estabelece a resistência do concreto. Nos demais pavilhões existentes em Alcaçuz, o concreto usado foi de 20MPA, quatro vezes menos resistente.
A área total do Pavilhão Rogério Coutinho Madruga é de três mil metros quadrados. Ele foi construído com 52 celas, sendo duas solitárias, tendo capacidade para 402 presos. As celas do Pavilhão 5 também foram feitas seguindo modelo de segurança de unidade dos Estados Unidos, tendo as trancas na parte superior das portas das celas, podendo serem abertas somente por quem está no piso superior do pavilhão.
No dia 14 de janeiro deste ano presos de uma facção criminosa conseguiram sair do Pavilhão 5 e mataram pelo menos 26 de uma facção inimiga que ficavam em outro Pavilhão, dando início a toda a crise vista em Alcaçuz nas últimas duas semanas.
Durante esse período, os presos ficaram soltos dentro dos pavilhões e o resultado foi uma grande depredação das estruturas. No próprio Pavilhão 5 paredes foram quebradas e portas das celas foram arrancadas pelos presos. Nesta sexta-feira (27), logo após a intervenção de agentes penitenciários do Rio Grande do Norte e agentes federais de execução penal da força-tarefa, a Secretaria de Justiça e Cidadania deu início aos reparos nos pavilhões.
Também nesta sexta-feira, o Governo do Rio Grande do Norte confirmou que uma das medidas provisórias para manter Alcaçuz sob controle é assinar um termo para o aluguel de 50 módulos habitáveis de contêineres que serão adaptados para servirem de cela, até a destruição parcial da estrutura do presídio. Os contêineres alugados terão capacidade 1 mil vagas, sendo 20 presos em cada um. Segundo levantamento feito na terça-feira (24), após intervenção da Força-Tarefa, existem 1228 detentos na penitenciária.
Em entrevista ao G1, nesta semana, questionado sobre os investimentos que estão sendo feitos e que serão feitos em Alcaçuz nos próximos meses, o governador Robinson Faria disse que alguns pavilhões serão recuperados, mas ressaltou que: "Muita coisa que será gasta em Alcaçuz será reutilizada em outros presídios". Faria informou que após a desativação, a penitenciária de Alcaçuz não deverá mais ser utilizada para atividade prisional.
"A construção de Alcaçuz naquele local foi um grande equívoco, porque é uma área de geografia turística", afirmou o governador do Rio Grande do Norte.
Do G1 RN
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