KENNEDY: DALLAGNOL NÃO É OMBUDSMAN DO SUPREMO

Colunista Kennedy Alencar criticou esperneio dos procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando Lima contra a decisão da 2ª Turma do STF que libertou o ex-ministro José Dirceu; "Dallagnol não é ombudsman do Supremo, como se comporta com frequência, atropelando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e falando por todo o Ministério Público", disse Kennedy; "Ações de Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima são mais nocivas à Lava Jato do que a decisão da Segunda Turma do Supremo. Não admitem ser contrariados. É autoritário querer emparedar o Supremo e o Congresso. Melhor fazer investigações cautelosas, denúncias sem espalhafato e respeitar o papel de cada instituição do país, porque uma democracia demanda freios e contrapesos"

247 - O colunista Kennedy Alencar afirmou nesta quarta-feira, 3, que os procuradores do Ministério Público Federal erram ao criticarem a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que libertou o ex-ministro José Dirceu, preso preventivamente há quase dois anos. 
Ele lembrou que o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, chamou a decisão de ontem de “incoerente”, porque o tribunal teria mantido presas outras pessoas em situações menos graves do que a de Dirceu. O procurador também falou que gostaria de entender o “tratamento diferenciado” dado ao ex-ministro da Casa Civil.
"Dallagnol está errado. O STF tem decisão clara no sentido de que o cumprimento de pena pode se dar a partir de condenação em segunda instância. Não é o caso de Dirceu, condenado até agora somente na primeira instância", diz Kennedy. 
"Por último, Dallagnol não é ombudsman do Supremo, como se comporta com frequência, atropelando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e falando por todo o Ministério Público", critica. 
Kennedy Alencar também criticou a declaração do procurador Carlos Fernando Lima, que disse que decisões como a da Segunda Turma significariam “a destruição lenta de uma investigação séria”.
"Ações de Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima são mais nocivas à Lava Jato do que a decisão da Segunda Turma do Supremo. Com frequência, pressionam o Congresso, criticam o Supremo e apelam à opinião pública para defender seus pontos de vista. Não admitem ser contrariados. É autoritário querer emparedar o Supremo e o Congresso. Melhor fazer investigações cautelosas, denúncias sem espalhafato e respeitar o papel de cada instituição do país, porque uma democracia demanda freios e contrapesos", diz Kennedy.
"A Lava Jato é resultado do avanço institucional do país, que passou a combater a corrupção mais seriamente. Mas a Lava Jato não pode querer se transformar num poder acima das instituições. Isso é flertar com o autoritarismo", acrescenta. 
Leia o texto na íntegra no Blog do Kennedy

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