O criador de abelhas Ezequiel de Macedo reúne em suas colmeias 14 tipos de abelhas meliponas, ou seja, que não têm ferrão. A paixão pelo inseto que começou na infância tornou-se um ofício. De lá pra cá são 36 anos dedicados à meliponicultura e criando equipamentos que facilitam e melhoram a atividade. O projeto mais novo é para dar mais 'conforto' aos insetos.
“Ultimamente eu estou em um novo projeto, de fazer uma colmeia com mais conforto para as abelhas. Pode até cair um pouco a produção de mel, mas vai ser algo mais aproximado do que ela tem na natureza”, adianta.
Entre as espécies ele cria, a mais popular é a jandaíra, típica no Rio Grande do Norte. Contudo o criador também tem uruçus, tiubas, zamboca, moça branca, rajada, entre outras. Ezequiel de Macedo reuniu em seu meliponário, na cidade de Jardim do Seridó, raças de várias regiões do país.
Como criador de abelhas, ele construiu equipamentos capazes de melhorar a meliponicultura, e conta que aperfeiçoou o padrão das caixas das colmeias.
“Sempre se criou as abelhas sem ferrão, principalmente a Jandaíra, aqui no Sertão, em colmeias compridas, sem um padrão definido. Eu fui aperfeiçoando”, afirma.
A partir desse formato mais moderno de colmeia, Ezequiel criou um extrator de mel, equipamento de inox que facilita a retirada do mel.
As abelhas são as mais importantes polinizadoras da flora. As meliponideas fazem esse trabalho muito bem, além de produzir os mais variados tipos de mel, própolis e polem. Mas, com a seca no sertão, naturalmente as floradas diminuíram e as abelhas foram desaparecendo. Foi nesse cenário que Ezequiel de Macedo desenvolveu um método de multiplicação das abelhas, que ele deu o nome de fábrica de abelhas.
“O método consiste em um tripé, muito simples: alimentação, cuidado e cuidado novamente”, explica.
Apesar de não dar detalhes, o meliponicultor garante que com cuidado e alimentação é possível multiplicar os enxames. A partir de uma colmeia matriz, ele conseguiu produzir outras 87 no período de um ano.
Observar o comportamento das abelhas foi determinante pra realizar os experimentos e as descobertas feitas por Ezequiel de Macedo. Apesar da grande quantidade de colmeias, a produção de mel não é o mais importante para o criador. O foco principal do trabalho é na multiplicação desses insetos, para pra que eles não desapareçam.
“Estou dando uma dica a quem cria: procure, pesquise, faça observação, porque tudo que eu descobri não foi em livro, não foi em internet, não foi em aulas de professores, não. Foi observando as abelhas, observando o comportamento delas”, acrescenta o criador.
Faz um ano que ele concentra esforços para fazer a fábrica de abelhas dar certo. A ideia é conseguir apoio de entidades que financiem o projeto e doem essas colmeias para ajudar no repovoamento das abelhas.
“Essas colmeias seriam destinadas para instituições, tanto de pesquisa, como instituições sociais, para pequenos agricultores, para regiões onde já desapareceram as abelhas. E isso agregaria tanto em um trabalho social, como em um trabalho ambiental”, argumenta Ezequiel de Macedo.
Do que depender dele, as abelhas não vão sumir tão cedo. “Meu interesse é que as abelhas sejam espalhadas, sejam repovoadas e voltem a existir onde existiam, que as pessoas aprendam com elas, que as pessoas colham mel, que as pessoas aprendam a defender o meio ambiente, que as pessoas, além de tudo, comecem a amar a natureza”, finaliza.
G1/RN
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