Levantamento do Observatório da Violência Letal Intencional revela que número é 25,2% maior do que o registrado no mesmo período de 2016.
O Rio Grande do Norte segue apresentando altos índices de crimes contra a vida. Segundo levantamento feito pelo Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO) – instituto que contabiliza e analisa delitos dessa natureza – o estado chegou a 1.500 assassinatos registrados somente este ano. O número foi atingido nesta sexta-feira (11) e a média de vítimas por 100 mil habitantes é de 42,77.
“A violência e a insegurança são promovidas pelo próprio governo do Rio Grande do Norte, quando, para se esquivar de sua responsabilidade, insiste em criar bodes expiatórios para seus próprios erros. A prova disso é que chegamos a 1500 CVLIs (Condutas Violentas Letais Intencionais) nesses 222 dias de 2017”, critica o especialista em gestão e políticas de segurança pública Ivenio Hermes, que também é coordenador do Observatório.
O G1 procurou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) para comentar os dados e a ainda aguarda o retorno da pasta.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, ou seja, levando em consideração a quantidade registrada de pessoas vítimas de homicídio entre 1º de janeiro e 11 de agosto de 2016, o ano de 2017 já contabiliza um crescimento de 25,2%.
“A não ser que o governo esconda os dados da violência, 2017, indubitavelmente, já entrou para a história como o ano mais violento do Rio Grande do Norte”, atesta Hermes.
“Governo usa empirismo para resolver problema da segurança”
“Na contramão de uma gestão transparente, o governo confunde gastos de custeio e folha de pagamento com investimentos reais em segurança pública, e ainda culpa ex-secretários, ex-comandantes da PM, o governo anterior, as fronteiras, a imprensa e qualquer um que possa ser a bola da vez para receber a culpa num lugar de um governo que usa o empirismo para resolver o problema complexo que é a segurança pública”, reclama Ivenio Hermes.
Para o pesquisador, as estratégias de gestão adotadas pelo Poder Executivo são frágeis e ineficazes. “No início do mês de julho o governo divulgou uma estatística manipulada para dizer que fazia três meses que estava reduzindo a violência, como se um período de 3 meses fosse o suficiente para aferir resultados em segurança pública E a resposta veio a galope: o mês mais violento do ano, julho, apagou a afirmação do governo, o mês de agosto está servindo para mostrar o quão frágeis são as estratégias de gestão”, corrobora.
Além de homicídios dolosos, entram na estatística elaborada pelo OBVIO outros crimes violentos que resultem em morte, como roubo (no latrocínio), estupro ou lesão corporal seguidos de morte. Cadáveres e ossadas encontradas e mortos em confrontos policiais também são considerados.
Homicídios por cidades
Em Natal, foram 392 assassinatos entre 1º de janeiro e o dia 11 de agosto. Na lista das cidades mais violentas do no estado, também preocupam:
Mossoró, com 150 homicídios contabilizados;
Ceará-Mirim, com 105;
Parnamirim, com 93;
São Gonçalo do Amarante, com 67.
Macaíba, com 59;
Por G1 RN
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