Para bajular Bolsonaro, SBT usa slogan da ditadura militar

O SBT começou a exibir nesta terça-feira (6) uma série de vinhetas de tom nacionalista, em apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Em uma delas, depois de apresentar imagens de pontos turísticos, um locutor anuncia: "Brasil, ame-o ou deixe-o". O resgate da frase, que se tornou popular durante a Ditadura Militar (1964-1985), chocou o público.

Em outras vinhetas, as frases que encerram são diferentes: "Brasil de encantos mil", "Pra frente Brasil", "Brasil, pátria amada", "Brasil, terra adorada" e "Eu te amo, meu Brasil" foram algumas das mensagens exibidas até o momento. A última é um verso de uma música da dupla Dom & Ravel que foi amplamente usada pelo regime militar como propaganda política. Nos anos 1970 e 1980, os músicos eram presença frequente nos programas do próprio Silvio Santos.

"Pra molecada que não sabe, o slogan ’Brasil, ame-o ou deixe-o’ era usado pelos militares para justificar a repressão aos movimentos sociais contrários a ditadura. Parece que 1964 é logo ali", protestou o jornalista William De Lucca no Twitter.

O slogan surgiu durante o governo de Emílio Garrastazu Médici, entre 1969 e 1974, período marcado pela forte repressão e que ficou conhecido como "Anos de Chumbo", em que os governantes tinham o poder de punir arbitrariamente os opositores do regime.

Durante o governo Médici, 98 pessoas foram mortas por motivações políticas, segundo a CNV (Comissão Nacional da Verdade). No total, 180 presos políticos foram assassinados durante a Ditadura Militar.

Cada uma das vinhetas do SBT ganhou uma trilha diferente. A do "Ame-o ou deixe-o" é acompanhada pelo Hino Nacional. "Brasil de encantos mil" é embalada por Cisne Branco, hino da Marinha brasileira. "Pra frente Brasil" conta com a canção homônima que virou marchinha da seleção na Copa de 1970. Já "Brasil, pátria amada" tem o Hino da Independência _o famoso "Já podeis, da pátria filhos".

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