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Uma vida longe do álcool pode oferecer uma série de benefícios para a saúde. Apesar de a substância ser ingerida por grande parte da população, ela é comprovadamente relacionada a doenças, por isso, parar de beber é uma ótima escolha para quem deseja viver melhor.
A gastroenterologista Mariana Gouveia explica que o álcool é uma substância psicoativa que faz parte da categoria de drogas depressoras do sistema nervoso central (SNC) – ou seja, diminui o nível de atividade do cérebro, deixando o organismo mais lento. Dessa forma, não ingerir bebidas alcoólicas melhora a capacidade cognitiva, motora e da memória.
Para o nutricionista Victor Madela, a grande vantagem de parar de beber é que há melhora no desempenho do corpo no dia a dia, principalmente no sistema nervoso central, já que a substância deprime o funcionamento dele.
“O álcool é um composto tóxico ao nosso organismo. Durante a metabolização dele, é gerada uma sobrecarga no fígado e nos rins, que são os principais locais onde a substância é degradada”, explica o especialista. Madela acrescenta que, a médio e longo prazo, a sobrecarga do fígado pode levar a doenças como a esteatose hepática e cirrose.
De acordo com o endocrinologista Bruno Babetto, o consumo crônico de uma grande quantidade de álcool interrompe a comunicação entre o sistema nervoso, endócrino e imunológico. A situação traz várias consequências para a saúde, desequilibrando funções que regulam o corpo humano.
Dose segura?
Os três especialistas afirmam que não existe uma dose “segura” para o consumo de álcool. Toda e qualquer quantidade será prejudicial ao organismo.
Mas e aquela história de que vinho faz bem? Os especialistas explicam que a substância benéfica não é o vinho, mas o resveratrol, composto presente na uva e que tem poder antioxidante. Ele sim reduz a probabilidade de ter doenças e aumenta a expectativa de vida. “Moral da história: coma uvas e beba suco de uva em vez de vinho”, avisa o nutricionista.
Impactos do álcool na saúde
A gastroenterologista comenta que, a curto prazo, o impacto do consumo de bebidas alcoólicas é sentido na famosa ressaca, com sintomas característicos de desidratação, como dor de cabeça, cansaço e queda da disposição.
A médio e longo prazo, o álcool pode causar danos ao organismo, como aumento no risco de arritmias, de infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial sistêmica e acidente vascular cerebral (AVC).
“A ingestão crônica da substância também pode resultar na desregulação do sistema imune, em quadros de pancreatite aguda e crônica, redução da densidade óssea, fígado gorduroso, hepatite aguda, gastrite, anemia, diabetes e até mesmo aumentar o risco de doenças neoplásicas, como câncer de fígado, câncer de esôfago, de boca, estômago, intestino e de mama”, ressalta Mariana.
Outras vantagens
Os especialistas afirmam que cortar a ingestão de álcool também melhora o desempenho cognitivo, já que a bebida para de interferir nas células nervosas e na depressão do sistema.
Madela indica que cortar o álcool de vez também oferece melhora no desempenho de quem pratica atividades físicas. Ele afirma que a substância dificulta a recuperação dos músculos, causando desidratação e diminuição da massa muscular.
Para pessoas que desejam emagrecer, uma vida abstêmia também auxilia no processo de perda de peso, pois proporciona déficit calórico.
“Nós temos três grandes nutrientes na nossa alimentação, os carboidratos, proteínas e gorduras, e eles possuem, respectivamente, quatro, quatro e nove calorias por grama. Enquanto isso, o álcool possui sete. Sabe aquele pãozinho ou arroz que o pessoal tira da alimentação pra emagrecer? Ele tem menos calorias que o álcool!”, comenta o nutricionista.
“Em geral, o consumo de bebida alcoólica vem acompanhado de más escolhas alimentares, como petiscos ou outros alimentos ricos em carboidratos e gordura, o que faz com que a ingestão do álcool seja associada ao ganho de peso”, destaca o endocrinologista.
A Mariana aponta outra grande vantagem de deixar o álcool de lado: a redução dos níveis de ansiedade, estresse e depressão.
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