Cuidados com a pele são redobrados

Jouse Azevedo - repórter

A chegada do verão faz aumentar em 50% a procura por  atendimentos nos  consultórios dermatológicos em Natal. A busca pelos diversos tratamentos estéticos disponíveis aos pacientes essa época do ano dividem espaço com a procura por atendimentos para a prevenção e tratamento do câncer de pele. No departamento de dermatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no Hospital Universitário Onofre Lopes, a dermatologista Regina Jales atende cerca de 150 pacientes diariamente. "É natural que a proximidade do verão faça aumentar a busca por tratamentos de beleza. Os tratamentos faciais são os mais procurados. Mas é importante ressaltar que a exposição excessiva ao sol pode provocar o envelhecimento precoce e o surgimento do câncer de pele. Essa estação faz aumentar o culto a um corpo perfeito", explicou a dermatologista Regina Jales.
Alex Régis


Dermatologistas alertam que a exposição ao sol, principalmente em períodos de verão, é muito prejudicial à saúde da pele

Para a médica, a grande novidade é que simultaneamente com a procura por tratamentos estéticos a procura por orientação sobre exposição solar e o uso de filtro solar tem crescido. Sobre a idade ideal para começar a usar a proteção solar Regina Jales lembra que somente a partir de seis meses de idade a criança deve usar o protetor, antes disso o indicado é que ela não se exponha ao sol.

Quanto ao tipo de pele, Regina Jales, que também é professora do Departamento de Dermatologia da UFRN, explica que não é mito que as pessoas de pele mais escura possuem uma proteção maior contra os raios solares Ultra Violetas do tipo A (UVA) e Ultra Violetas do tipo B (UVB). "A melanina é como se fosse um filtro solar natural, por isso as pessoas morenas e negras tem essa proteção a mais, mas todos estão suscetíveis ao câncer de pele", lembrou.

Já sobre a numeração do filtro solar e a proteção do mesmo, a médica destaca que há diferença sobre a proteção de cada número do filtro, mas explica que a aplicação bem feita do fator 30 é suficiente para uma proteção ideal. "Claro que quando o paciente tem a pele muito branca ou já tem histórico familiar indicamos um fator de proteção solar maior", explicou.

Com o objetivo de conseguir um bronzeado para o baile de formatura, as estudantes Jéssica Pleuel, de 19 anos e Thaís Oliveira (17) tomavam sol na praia dos Artistas na manhã de ontem. Segundo Jéssica, a dupla optou por pegar um pouco de sol  todos os dias. Evitando assim os malefícios do astro rei. "Acho importante que o tenhamos o cuidado com a exposição demasiada. Por isso estamos aqui desde as 7h e já pretendemos ir embora", destacou a estudante.

Mesmo estando com o protetor solar na sacola, as jovens confessaram que também utilizam o óleo bronzeador. "Uso o óleo em locais que dificilmente bronzeiam, como as pernas. Então intercalo com o uso do filtro solar", explicou Thaís Oliveira. Sobre a necessidade de manter o  cuidado com a pele em qualquer hora do dia Jéssica lembrou: - Ontem eu pratiquei caminhada e acabei ficando com a marca do short que estava usando. O sol é muito forte, independente do horário.

A médica Regina Jales destaca que é necessário que a população procure atendimento médico dermatológico ao menos uma vez ao ano. Regina Jales lembra que uma regra básica pode ajudar na prevenção do câncer de pele. Um sinal de pele escuro que cresce, sangra ou coça é um sinal de alerta. "Acontece muito de o paciente chegar ao consultórios e reclamar que uma espinha não cicatriza, por exemplo", finalizou a dermatologista.

Idema amplia pontos de monitoramento no litoral

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) ampliou o número de pontos monitorados pelo programa de balneabilidade das praias, estudo responsável por avaliar a qualidade das águas para o banho recreativo. De dezembro deste ano a fevereiro de 2012, período de veraneio, o programa passa a realizar o monitoramento semanal de dezoito pontos adicionais, além dos trinta trechos já monitorados durante todo o ano. Com isso, serão ao todo 48 pontos de coleta e análise da qualidade da água das praias, compreendendo basicamente todo o litoral potiguar: de Baía Formosa ao município de Tibau.

A qualidade das águas nas praias monitoradas é verificada por meio da análise de amostras de água coletadas semanalmente nos pontos selecionados, sempre nas condições consideradas críticas pelos técnicos. Após a análise, os resultados obtidos são encaminhados aos veículos de comunicação, disponibilizados nas páginas do Idema e do próprio programa, através dos endereços: www.idema.rn.gov.br e www.programaaguaazul.rn.gov.br. Os boletins são divulgados sempre às sextas-feiras.

Além da divulgação através dos sites e da imprensa, a qualidade do banho nas praias é indicada, principalmente, por meio das placas de sinalização que o órgão mantém nos pontos monitorados. As placas indicam aos banhistas se o trecho em questão apresenta-se próprio (placa verde) ou impróprio (placa vermelha) ao banho.

O estudo de balneabilidade das praias é operacionalizado por meio de uma parceria entre o Idema o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN (IFRN), integrando um projeto maior batizado de "Água Azul". Além da balneabilidade das praias potiguares, esse programa é responsável ainda por realizar o monitoramento sistemático da qualidade das águas dos principais corpos d'água interiores do Estado.

BALNEABILIDADE

A iniciativa do Idema em promover o programa de balneabilidade das praias surgiu em função da Resolução n° 274/2000 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que determina a execução, pelo Poder Público, de estudos de balneabilidade de praias e outros balneários que apresentem expressiva frequência de banhistas.

Além de determinar a execução do estudo de balneabilidade, a resolução define também os parâmetros e critérios utilizados para classificar a qualidade das águas analisadas. O indicador básico para o estudo, quanto ao seu aspecto sanitário, é a densidade de bactérias fecais, levando em conta a principal causa de contaminação das águas: os esgotos domésticos.

O estudo de balneabilidade das praias da região metropolitana de Natal vem sendo realizado sistematicamente pelo Idema desde 2004, sendo intensificado durante os período de veraneio e carnaval.

Prevenção é a palavra-chave contra o câncer

As campanhas de prevenção ao câncer de pele ainda é a maneira mais eficaz no combate ao câncer de pele segundo o Médico dermatologia Arnóbio Pacheco, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professor adjunto do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). "A campanha de prevenção do câncer da pele e prevenção do fotoenvelhecimento deveriam ser permanentes pelo Estado e Município. Em praias de países como austrália além das barraquinhas tradicionais estão as  que possuem orientação sobre a prevenção solar. Nas praias principalmente as crianças sofrem muito com a exposição solar. Há pais que desconhecem os perigos de uma exposição. As campanhas podem ser feitas diretamente nas escolas por exemplo. É mais fácil conscientizar as crianças do que o adulto", explicou o médico.

Com a posição geográfica do RN favorável a exposição solar, Arnóbio Pacheco destaca que condições climáticas atraem banhistas às praias. "Sabemos que o Estado  tem o maior índice de radiação solar do Brasil. E os índices de câncer  de pele e envelhecimento precoce existem em altos índices. "Tudo ajuda essa proporção,  a praia é o principal lazer da população e o litoral potiguar é privilegiado com a brisa, aumentando a permanência das pessoas na praia, local onde se usa pouca roupa", enfatizou.

A falta de conhecimento é outro fator que acaba contribuindo para a preocupação de especialistas sobre o câncer de pele e o fotoenvelhecimento. Entre os problemas que a exposição solar inadequada pode causar estão o fotoenvelhecimento, que  o médico lembra que os sintomas são pele atrofiada, enrugada, aparecimento de rugas e dos famosos "pés de galinha". "Muitas vezes o paciente não sabe que foi o sol que causou isso", concluiu Dr. Arnóbio Pacheco.

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