Para Fátima, projeto “Escola sem Partido” é mais um sintoma do avanço do ultraconservadorismo no Brasil

A senadora Fátima Bezerra afirmou, nesta quarta-feira (12), que o projeto “Escola sem Partido” vem na direção de se contrapor aos princípios e às diretrizes da Constituição e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB. Para ela, o projeto é apenas mais um sintoma do avanço do ultraconservadorismo na sociedade brasileira, fomentado pelo oligopólio da mídia, por um Congresso Nacional hegemonicamente conservador e por um Governo ilegítimo, edificado sobre um golpe parlamentar.
Para Fátima, que forjou sua trajetória na luta em defesa da educação pública e de qualidade, derrotar o projeto da "Escola sem Partido" é fundamental, é essencial para conter a onda ultraconservadora que tenta inundar a nossa sociedade.
Fátima afirmou que a escola, mais do que qualquer outro espaço, tem que ser um espaço plural. “Não se trata aqui de defender qualquer tipo de doutrinação nas escolas, mas o exercício do livre pensamento e da liberdade de ensino consagrada na Constituição. Não se trata de defender uma suposta ideologia de gênero, mas de educar para a cidadania, para o respeito às mais diversas identidades de gênero e orientações sexuais, evitando assim, que o preconceito e a intolerância produzam mais vítimas. Não se trata de defender a partidarização do currículo, mas de promover a formação de sujeitos críticos, capazes de se posicionar diante da realidade que o cerca e das injustiças sociais, independente de quem as produz”, enfatizou.
Fátima lembrou ainda que o projeto é uma nova versão da educação moral e cívica introduzida pela ditadura de 64, que esvaziou o conteúdo crítico do currículo brasileiro e censurou o livre exercício do processo de ensino e aprendizagem. “Estamos em pleno século XXI, mas, infelizmente, parece que retornamos ao século XIX, pois ainda existe quem defenda jornada de trabalho de 80 horas semanais, escola sem pluralismo e governo sem voto. Espero sinceramente que o Senado não se inscreva na história como partícipe de tamanho retrocesso”, afirmou.
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Nenhum comentário:

Postar um comentário