Governo libera R$ 5 milhões para socorrer áreas isoladas

Cuiabá (AE) - O Ministério da Integração anunciou, ontem, a liberação emergencial de R$ 5 milhões para socorrer dois distritos e cinco povoados da região de Colniza (1.050 quilômetros a noroeste de Cuiabá) isolados desde o último dia 4 por causa das fortes chuvas que elevaram o nível dos rios, destruindo as pontes da MT-148 sobre o Canamã, e da MT 206, rodovias que ligam o município ao resto do Estado. As chuvas também provocaram a queda da maior ponte de madeira do Mato Grosso, com 278 metros, na MT-206 sobre o Rio Aripuanã, impedindo a passagem entre Colniza e os Distrito de Guariba, a 200 quilômetros do município.


valterci santos / folhapressMoradores enfrentam alagamento provocados por  forte temporal que caiu na madrugadaMoradores enfrentam alagamento provocados por forte temporal que caiu na madrugada
O ministro Fernando Bezerra Coleho disse que a ação visa dar maior apoio a estratégias já desenvolvidas pelo governo do Estado. Os recursos serão destinados para atender a população com alimentos, deslocamentos, medicamentos e outras necessidades Ficou ainda definida a liberação de mais recursos da Secretaria Nacional da Defesa Civil na próxima semana. Uma das primeiras ações, segundo o ministro, seria a construção das novas pontes, de preferência de concreto.

O Diário Oficial do Estado, que circulou ontem, trouxe a homologação, pelo governador Silval Barbosa (PMDB), do decreto de situação de emergência dos município de Colniza, Aripuanã, Nova Xavantina e Novo Mundo. Na homologação, Barbosa determinou à Casa Militar que mobilize as secretarias de Segurança Pública (Sesp), de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), das Cidades (Secid), de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), em caráter de urgência, para atender a população das localidades.

Para facilitar os trabalhos de abastecimento na região será montada uma base aérea em Juína, onde estará uma aeronave para transporte de alimentos, combustíveis e outros materiais para a população. De acordo com a Defesa Civil do Estado, o nível pluviométrico no local chega aos 50 milímetros ao dia. Nível considerado acima do normal, mesmo em período chuvoso. 

BNDES assegura verbas para a região serrana

Rio (AE) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já liberou R$ 36,1 milhões em empréstimos para os municípios da região serrana do Rio atingidos pelas fortes chuvas de janeiro. Até o último dia 10, o Programa BNDES Emergencial de Reconstrução criado para atender empresas das cidades atingidas no Rio já somam 870 operações aprovadas no valor total de R$ 112,9 milhões.

Segundo o BNDES, mais de 90% dos tomadores são microempresários. O setor de comércio e serviços responde pela maior parte da demanda: R$ 71,8 milhões em 816 operações. A indústria de transformação demandou R$ 31,7 milhões, com destaque para a fabricação de tecidos e confecções.

Dos recursos já desembolsados pelo BNDES, R$ 15,7 milhões foram para Nova Friburgo; R$ 11,3 milhões para Petrópolis; R$ 4 milhões para Teresópolis; R$ 2 milhões para Sumidouro; R$ 1,4 milhão para Areal; R$ 900 mil para São José do Vale do Rio Preto e R$ 600 mil para Bom Jardim, informou o banco. A análise dos pedidos têm tratamento prioritário sobre outras operações do BNDES, que diz estar liberando os recursos em até um dia útil, em vez de três. 

Município do Rio Grande do Sul tem 350 desabrigados 

Um dia depois da enxurrada que alagou a cidade, São Lourenço do Sul (RS) ainda tinha 350 desabrigados e cerca de 2 mil desalojados, transferidos para casas de amigos e parentes, no final da noite desta sexta-feira (11). A tragédia também deixou um saldo de sete pessoas mortas e uma desaparecida.

Uma estimativa preliminar da prefeitura indica que 15 mil moradores da área urbana sofreram algum tipo de transtorno e que os prejuízos podem chegar a R$ 120 milhões se somadas as necessidades de obras para recuperar a infraestrutura, habitações, máquinas do município e embarcações dos pescadores. Os números foram divulgados pelo secretário de gabinete e coordenador da Defesa Civil municipal, Amilton Neutzling.

As águas do Arroio São Lourenço recuaram para o leito durante o dia deixando a mostra crateras nas ruas, muros derrubados, móveis nas calçadas e terrenos e casas tomadas pela lama. Alguns moradores começaram a limpar suas residências, mas a maioria não conseguiu porque faltava água nas torneiras. O abastecimento foi restabelecido no início da noite.

Sete mortos - Uma informação divulgada pelas equipes de resgate na quinta-feira (10) revelou-se incorreta. Em vez de oito, a tragédia deixou um saldo de sete mortos. O equívoco originou-se da contagem de dois desaparecimentos como óbitos que acabaram não se confirmando. Apesar disso, o total não caiu para seis. Nesta sexta-feira (11), parentes comunicaram o desaparecimento de mais duas pessoas. Uma delas, uma criança de 12 anos, foi encontrada morta a 500 metros de casa, provavelmente arrastada pela correnteza. A outra não havia sido localizada até o início da noite.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), visitou desabrigados e autoridades de São Lourenço do Sul durante a tarde e anunciou a abertura de linhas de crédito especiais do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), algumas sem cobrança de juros, para a reconstrução da cidade no valor total de R$ 50 milhões.

Uma rede de solidariedade formou-se no Estado. Diversas empresas e repartições públicas estão recolhendo donativos para enviar à cidade. “Neste momento, precisamos prioritariamente de colchões, cobertores e alimentos não perecíveis”, destaca Neutzling. A prefeitura também abriu uma conta no Banrisul para receber contribuições em dinheiro. Os depósitos devem ser feitos para a agência 0870 para a conta Doação Enchente, número 0402 91 790.07. 

prejuízos - Chuvas intensas 

Curitiba(AE) — As chuvas que caíram no litoral do Paraná durante praticamente toda a madrugada e o dia de ontem deixaram prejuízos para os moradores, que passaram o tempo vendo as ruas alagadas. O município mais atingido foi a histórica Morretes, onde, de acordo com a Defesa Civil do Estado, havia 65 pessoas desabrigadas e outras 4,5 mil que foram para casas de parentes. As desabrigadas estavam sendo acomodadas em um colégio estadual. Pelo menos cinco mil consumidores tiveram corte de energia elétrica, que acabou provocando problemas também no fornecimento de água tratada.Morretes é cortado pelos rios Marumbi, Nhundiaquara, Pinto e São João. As águas invadiram também a delegacia de polícia e os 21 presos precisaram ser levados para Paranaguá. O acesso a Morretes somente era possível pela Estrada da Graciosa, caminho turístico. A PR-408, que liga o município a BR-277 e a Antonina, foi tomada pelas águas. O temor da população era a continuidade da chuva, que poderia causar maior inundação devido à maré alta da noite. Além de Morretes, foram atingidos os municípios de Paranaguá, Guaratuba e Antonina, num total de 11 690 pessoas com algum problema relatado à Defesa Civil.

As chuvas também provocaram queda de barreira na BR-277, entre os municípios de Morretes e Paranaguá. A rodovia é a principal ligação de Curitiba com o litoral paranaense. À tarde, o tráfego estava totalmente interrompido. Na BR-376, que liga o Paraná a Santa Catarina, também houve interrupção do tráfego na tarde de ontem, por causa de quedas de barreiras. 

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