Marchinhas renascem na boca do povo

Yuno Silva - Repórter

O que seria do Carnaval sem a irreverência de letras que contextualizam o cotidiano? É justamente neste período, que as pessoas tentam esquecer dos problemas ironizando, quem diria, a própria realidade. Os motes que eternizam letras e canções são os mais diversos, e podem surgir em qualquer esquina sem qualquer pretensão. Já tivemos o “Dólar na cueca”, o “Carnaval com Bin Laden” e a bola da vez, pelo menos aqui em Natal, são os rumores em torno da vinda da presidenta Dilma Rousseff à cidade e sua estada no hotel de trânsito da Barreira do Inferno.


DivulgaçãoAssim como o Carnaval, as campanhas políticas são um território fértil paras as marchinhas. Na foto, o então compositor Magnus Kelly em sua campanha para deputado, nos anos 70Assim como o Carnaval, as campanhas políticas são um território fértil paras as marchinhas. Na foto, o então compositor Magnus Kelly em sua campanha para deputado, nos anos 70
Diante dessa possibilidade, uma letra em especial voltou à chamar atenção: o frevo-canção “Barreira do Inferno”, composição de Magnus Kelly e de Miranda Rocha. 

Escrita ainda na década de 1960, quando Magnus era um jovem de apenas 19 anos e trabalhava na Recebedoria de Rendas do Estado, hoje rebatizada de Secretaria de Tributação, a música foi inspirada na época que o centro de lançamentos de foguetes estava prestes a ser inaugurado. Como nada é por acaso, Magnus Kelly era colega de trabalho do compositor  potiguar Dosinho, autor de frevos e marchinhas que fazem sucesso até hoje, principalmente no Carnaval do Recife. “Foi Dosinho quem me incentivou a gravar a música. Ele também articulou os músicos que escreveram a partitura”, disse o compositor, que chegou a ocupar o cargo de Deputado Estadual na década de 1970.

Escute a marchinha



Marchinha Barreira do Inferno, versão oficial na voz de Riberto 
Henrique, vocais de Dalvinha Lopes e coro da Orquestra de Duda (acervo 
Rádio Cabugi/Globo).


Composição: Magnus Kelly de Miranda Rocha

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