Cresce o número de instituições que cuidam de criança em Natal


Grupos de apoio se unem na luta contra o câncer, contra doenças cardíacas e a favor da manutenção da alegria dos pequenos.

Foto: Elpídio Júnior
A melodia ecoa nas paredes das instituições clamando pela saúde das crianças e pela reza, baixinha, pedida pelos pais e mães que acompanham as crianças com câncer e com doenças cardíacas em Natal. O número de instituições que cuidam dessas crianças tem aumentado no Rio Grande do Norte e junto com ela, a vontade de ajudar.

A casa de apoio a Criança com Câncer Durval Paiva é um exemplo disso. Há 16 anos, por uma motivação de doença na família, a casa de apoio iniciou suas atividades em Natal e tem crescido ano a ano, com reformas nas dependências e aumento da capacidade de recebimento de novos pacientes em tratamento. 

O atendimento às crianças com diagnóstico de câncer e de doenças hematológicas começa no acolhimento a criança e a família – muitas vindas do interior do Rio Grande do Norte – e que precisam de conforto durante o tratamento do familiar. “Acolhemos as crianças e uma acompanhante em todos os procedimentos como consultas e cirurgias, sem limite de tempo até que a criança possa voltar a sua casa”, explica Rilder Campos.
Foto: Elpídio Júnior

A Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva tem um custo mensal de R$ 180 mil que custeiam “internação” dos pacientes, pagamento dos profissionais e manutenção da prestação de serviço como alimentação, recreação e transporte de pacientes as consultas e cirurgias. 

Além do acolhimento em quartos, as casas de apoio oferecem alimentação nas três refeições e ainda disponibilizam medicamentos que não são acessados pela rede pública. Na casa Durval Paiva, o acesso é para os pacientes portadores de câncer, hemofilia, anemia falsiforme e doenças de sangue tratadas pela oncologia. Na Amico, os paciente com cardiopatias comuns ou doenças relacionadas contabilizam as dezenas de atendimentos feitos mensalmente.

Nas casas de apoio, a idade não importa: mas são consideradas crianças até os 18 anos na Casa Durval Paiva e na Amico, até os 15 anos.

Para Rilder Campos, a missão de cuidar das crianças com câncer em Natal é um desafio diário que é recompensado com a cura e o aumento da sobrevida dos pacientes. “É um desafio, mas a gente recebe mais do que doa. O sentimento das pessoas que estão aqui resulta em muito prazer de conduzir esta casa: o combustível da gente é a luta dessas crianças em busca pela cura, pela saúde, pela paz, pela sobrevida digna”, argumenta emocionado.

O resgate da cidadania e do bem estar são também ferramentas de trabalho das instituições que cuidam de crianças em Natal, mesmo as desconhecidas.

Os imprevistos como consultas desmarcadas, espera pelo procedimento cirúrgico e o pós-cirúrgico são os principais motivos de “hospedagem” das crianças nas casas de apoio, onde elas recebem cuidados médicos, alimentação, quartos para repouso e recreação.

A casa de apoio a criança com câncer Durval Paiva também oferece apoio de várias áreas como fisioterapia, psicologia, odontologia, pedagogia, farmacologia e terapia ocupacional aos seus 712 pacientes cadastrados, sendo que 511 estão atualmente em tratamento. 
Foto: Elpídio Júnior

Para manter a estrutura, a Casa recebe ajuda financeira de voluntários e promove campanhas juntos com entidade parcerias como o Nordestão, Petrobras, água mineral Santa Maria, supermercados Redemais, instituto Mac Donalds e a Dixie Toga.
Para ser doador é preciso apenas de um cadastro na Central de Doações, que pode ser feito através do telefone 4006-1600. 

Em Lagoa Nova, a Associação dos Amigos do Coração da Criança (Amico) é outro exemplo de sucesso no apoio as criança. A fragilidade dos pequenos, vítimas de problemas cardíacos é compensado pelo imenso coração de voluntários que se dividem na colaboração a entidade. Os bebês e as crianças com síndromes formam a maior parcela de pacientes em tratamento que se dividem no lema “Muito mais do que um gesto, uma ação pela vida”.

A Amico é também uma associação sem fins lucrativos que cuida das crianças cardiopatas do Rio Grande do Norte de 0 à 15 anos e que também recebem toda a assistência de consultas, atendimento médico, psicológico e o encaminhamento aos procedimentos.

O diferencial da Amico é o recebimento de crianças cardiopatas com doenças correlacionadas como síndrome de down que geralmente são encaminhadas pela secretaria de saúde do município. De acordo com a administradora da Amico, Poliana, quando há diagnóstico da doença, a equipe formada por profissionais de todas as áreas da saúde, encaminham o paciente ao tratamento correto, com exames clínicos e procedimento.

Um dado chama atenção da Amico, 20% das crianças com síndrome down, tem problemas associação a cardiopatia congênita e por isso, a casa de apoio recebe pacientes com síndromes e cuidam deles e dos familiares.

Na Amico, alguns pacientes também precisam de cuidados alimentares, como é o caso da paciente Natália que está na casa de apoio há três meses “ganhando” peso para um procedimento cirúrgico que precisa fazer.
Foto: Elpídio Júnior

Outro item importante do atendimento da Amico é que se o diagnóstico não for esperado pela família - e for urgente - a criança e o acompanhante recebem roupas do bazar da casa de apoio e um kit para continuar “hospedado” com atenção.

Para a psicóloga da Amico, Mariana Alievi Mari, a proposta da casa é que o paciente tenha um acolhimento diferenciado. "Fazemos tudo para que o paciente se sinta a vontade  antes e depois do atendimento. Essas crianças precisam de amor, de carinho", explica. 

Para doar, basta que os interessados procurem as institutições e façam a contribuição finaceira que pode ser mensal ou esporádica. 




Por Marília Rocha

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