UPA de Pajuçara interrompe atendimento depois de homem ameaçar profissionais


Os funcionários da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Pajuçara, na zona Norte de Natal, ainda estão assustados com os dois casos de agressão ocorridos dentro do estabelecimento ontem à noite. O mais grave envolveu a acompanhante de um homem vítima de espancamento, que teria se irritado durante o atendimento ao paciente e ameaçado de morte um médico e um enfermeiro.
Segundo o diretor da UPA de Pajuçara, Niky Araújo, o fato aconteceu por volta das 22h de ontem e causou um grande tumulto na unidade, com profissionais e pacientes correndo assustados. Minutos antes, eles já haviam presenciado um paciente psiquiátrico agredir, sem motivos aparentes, outra pessoa que aguardava atendimento na entrada.
“O homem ficou alterado e ameaçou os dois profissionais, que no momento estavam aplicando a medicação no paciente que ele acompanhava, na sala amarela. Depois, saiu gritando que iria para casa, buscar uma arma de fogo para atirar contra os funcionários da UPA, o que provocou todo o tumulto”, explicou Niky.
O diretor disse ainda que, diante das ameaças feitas pelo acompanhante do paciente, muitas pessoas que aguardavam atendimento desistiram e foram embora, com medo do homem voltar. E muitos funcionários da unidade, assustados, não queriam mais continuar trabalhando. “Ficou um clima muito tenso, terrível”, falou.
Para piorar a situação, no momento em que aconteceram os dois casos, não havia nenhum guarda municipal na unidade, o que aumentou ainda mais o clima de insegurança e medo entre as pessoas que estavam no local. Apenas a Polícia Militar, que foi acionada pelos próprios funcionários, foi até a unidade averiguar o que havia acontecido.
“Temos uma escala completa para a Guarda Municipal atuar na unidade durante este mês de fevereiro, mas, apesar disso, não tinha nenhum na hora em que aconteceu tudo isso. Eles só passam aqui de vez em quando e não ficam permanentemente, como deveria ser. Isso é muito ruim, porque nos obriga a trabalhar sem nenhum tipo de proteção”, afirmou.
Quem trabalha na UPA de Pajuçara conhece alguma situação de estresse gerado por  acompanhantes ou pacientes em atendimento. “É até compreensível, já que a pessoa chega à unidade com dor e querendo algo que alivie seu sofrimento. Mas, é importante lembrar que todos os atendimentos aqui seguem uma ordem de prioridade, que é determinada pela classificação de risco”, disse um funcionário.
Com medo, eles omitem seus nomes, mas revelam que não é a primeira vez que acontece algo desta natureza na unidade, sempre cheia. Ontem, logo após a confusão, os atendimentos foram temporariamente suspensos até que os profissionais se acalmassem e conseguissem retornar às suas rotinas, ainda tensos pelo medo.
“Não podemos fechar a UPA, que funciona 24h por dia, mas às vezes, acontece algo que foge do nosso controle e é importante lembrar que todos nós somos humanos, também temos medo. Felizmente, a Polícia Militar chegou rápido e agora pela manhã, recebemos a informação de que dois seguranças armados de uma empresa privada virão, para nos proteger”, desabafou Niky Araújo.

PM instala trailer de policiamento no estacionamento da unidade
Ontem, antes das confusões, o diretor da UPA de Pajuçara foi informado pelo 4º Batalhão da Polícia Militar que a corporação iria instalar um trailer no estacionamento da unidade, para policiamento ostensivo. A medida trouxe um pouco mais de alívio para os funcionários da unidade e, para o diretor da UPA, veio em boa hora.
“O comandante do Batalhão me disse que o trailer vai funcionar das 10h às 22h, o que já trará um pouco mais de tranquilidade e segurança para nós. Ficamos muito felizes com essa notícia, mas isso não diminui a necessidade da presença de seguranças na unidade, sempre bastante movimentada”, afirmou o diretor.
Niky disse ainda que a presença dos policiais militares no local, bem como a dos vigilantes ou guardas municipais, inibe uma possível situação como a ocorrida ontem à noite e que é sempre muito bem-vinda.
Fonte: Jornal de Hoje

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