Dieese-RN indica que persiste desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho


 
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou nesta quinta, 7, um boletim especial sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho do Rio Grande do Norte. O estudo tem como base os dados da PNAD 2011 (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios) do IBGE. A principal conclusão do documento é que, apesar da pequena redução registrada ente 2001 e 2011, persiste a desigualdade da remuneração do trabalho de homens e mulheres, mesmo quando as atividades exercidas se equiparam.
 
Em 2001, segundo o estudo, as mulheres ganhavam, em média, o equivalente a 80% da remuneração dos homens. Em uma década, essa proporção cresceu ligeiramente para 85,8%. 
 
“No período [de 2001 a 2011], o rendimento médio real dos homens passou de R$ 807,00 para R$ 1.042,00, enquanto o das mulheres foi de R$ 645,00 para R$ 894,00”, aponta o boletim. 
 
Embora persistam as desigualdades de rendimento e de oportunidades, o estudo revela a ampliação da participação das mulheres no mercado de trabalho potiguar, durante o período analisado. Esse aumento, porém, sofreu descontinuidade em 2011.
 
A taxa de participação feminina ampliou-se entre 2001 e 2009 de 42,6% para 48,7%, mas sofreu queda expressiva em 2011, recuando para 43,3%. “É possível que não tenha ocorrido um estímulo a novas entradas de trabalhadoras na força de trabalho em 2011”, conclui o estudo. 
 
No mesmo período (2001 a 2009), a participação masculina cresceu de 66,9% para 73,2%, mas entre 2009 e 2011, caiu para 68%.
 
A população Economicamente Ativa (PEA) no mercado de trabalho potiguar, conforme o estudo do Dieese-RN, era composta de 632 mil mulheres em 2011, sendo 549 mil ocupadas e 83 mil desempregadas. As mulheres representam 41% da força de trabalho no Estado. 
 
Outro dado apontado pelo boletim foi o aumento, entre 2001 e 2011, na taxa de desocupação das mulheres, que passou de 8,8% para 13,1%. Esse fato, segundo o Dieese-RN, é explicado “pela própria natureza do crescimento [econômico], puxada por setores tipicamente masculinos como a construção civil e, ainda, pela retração verificada na indústria – importante gerador de empregos”. 
 
A manutenção das desigualdades entre homens e mulheres, segundo observação do Dieese-RN, indica que “ainda há um longo caminho a ser percorrido na busca de uma sociedade mais justa”. O caminho para alcançar esse objetivo passa, necessariamente, pelas políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de vida das mulheres e para a igualdade no mercado de trabalho. 
 
 
Foto: Vlademir Alexandre
Arte: Lucas David Albino
Fonte: Assessoria do Mandato

Nenhum comentário:

Postar um comentário