Professores da rede municipal de Natal decidiram suspender a greve da categoria por um período de 90 dias. A decisão foi tomada na manhã de hoje, durante assembleia geral coordenada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Rio Grande do Norte (Sinte-RN). A suspensão temporária está relacionada a uma negociação com a Secretaria Municipal de Educação mediada pelo Tribunal de Justiça.
Segundo acordo firmado entre as partes, durante os próximos 90 dias serão realizadas doze reuniões com o objetivo de alcançar um texto final sobre a lei de unificação das carreiras dos educadores da rede municipal, que inclui professores e educadores infantis. “Se não avançarmos no que diz respeito a esse texto, a greve será retomada”, explicou José Teixeira, coordenador do Sinte-RN.
Com a suspensão, as aulas de toda a rede serão retomadas na manhã desta quarta-feira (21), recuperando o conteúdo que foi perdido desde o dia 7 de abril, quando a categoria deflagrou a greve. Cerca de 60% dos profissionais em Natal não estavam cumprindo o calendário letivo regularmente em função da greve. Entretanto, segundo a Secretaria de Educação, apenas 4% das escolas estavam completamente sem aulas, enquanto 28% estavam em greve parcial de acordo com o número de professores no quadro.
O sindicato vem cobrando uma jornada de 13 horas/aula e 7 horas reservadas para planejamento das atividades do ensino fundamental. Atualmente os docentes estão trabalhando 16 horas/aula com 4 horas reservadas para o planejamento. Para os educadores infantis, o sindicato reivindica o cumprimento de 2/3 do período para a docência e 1/3 para o planejamento das atividades, que dá uma jornada de 30 horas.
Saúde municipal continua em greve
Os profissionais da saúde em Natal não chegaram a um acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, conforme aconteceu com os profissionais da educação. Hoje a categoria chega ao 35º dia de greve sem nenhuma perspectiva de suspensão. De acordo com o sindicato representativo da categoria, o Sindsaúde, 80% das pautas pleiteadas não foram atendidas pela Prefeitura de Natal.
“A greve continua. Está faltando tudo para a rede e para os profissionais que nela atuam. Não podemos suspender a greve com inúmeras pautas que ainda precisam ser atendidas. Não acabaremos a greve por causa de um reajuste de 5,68% e o fim do abono, anunciados por Carlos Eduardo”, destacou Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde.
Os servidores da saúde decidiram manter a greve, iniciada no dia 15 de abril, por acharem necessário continuar as reivindicações de pontos específicos, como a garantia de segurança nas unidades, através de um plano próprio; e o reajuste do valor das gratificações, algumas congeladas há mais de 10 anos.
A greve da saúde foi considerada legal pelo desembargador Cláudio Santos, em resposta à ação civil ajuizada pelo Município de Natal. Na decisão, o desembargador nega o pedido de ilegalidade da greve, determinando que o Sindsaúde mantenha 50% dos servidores de cada unidade trabalhando. A ação civil pedida pela Prefeitura de Natal também pedia que fosse determinado o desconto das faltas dos grevistas, o que foi negado pelo desembargador.
do JH
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